O Natal dará uma nova casa a milhões de smartphones, mas há outros tantos em gavetas
Com o Natal à porta, muitos ponderam oferecer smartphones, introduzindo os mais novos ao mundo da tecnologia ou permitindo aos mais velhos trocar o seu dispositivo por um mais recente. Contudo, à medida que milhões de dispositivos entram numa nova casa, outros tantos ficam esquecidos em gavetas.
Um novo inquérito da GSMA, que representa os operadores móveis a nível mundial, revela que muitos smartphones continuam a ficar esquecidos nas gavetas de todo o mundo.
Segundo o questionário, que inquiriu 10.000 consumidores em 26 países, cerca de 40% dos smartphones têm uma "segunda (ou terceira) vida", sendo passados a familiares e amigos, ou trocados por modelos mais recentes, muitas vezes durante o período de férias.
No entanto, apesar desta tendência crescente, 75% dos consumidores ainda têm, pelo menos, um dispositivo mais antigo algures pela casa. Estima-se que cinco a 10 mil milhões de smartphones "pre-loved" estejam inativos em todo o mundo.
Dispositivos "pre-loved" são aqueles que, não sendo novos, estão em bom estado e representam uma boa alternativa para os utilizadores que não querem pagar o preço de um totalmente novo.
Conforme o inquérito, 27% das pessoas abordadas guardam os seus smartphones antigos como cópias de segurança ou porque temem perder fotografias e memórias. Outros 20% simplesmente não sabem o que fazer com eles.
Estes cenários criaram um monte de smartphones inativos que poderiam ser reutilizados ou reciclados.
Reciclagem de smartphones antigos tem crescido
Apesar dos dados indicarem que há imensos dispositivos parados, parece que as pessoas estão a aderir à ideia de reciclar os seus smartphones antigos: os incentivos em dinheiro e a promessa de segurança dos dados são os motivos que lideram o processo.
O último inquérito da GSMA mostra que estes dois fatores estão a motivar os consumidores a libertarem-se dos equipamentos obsoletos.
Este impulso para a reciclagem vai ao encontro da mudança global para uma economia circular, em que a reutilização e a redução de resíduos assumem um papel central.
A GSMA estima que, se reciclarmos apenas metade dos cinco mil milhões de aparelhos inativos existentes, poderemos recuperar até oito mil milhões de dólares em minerais valiosos como o ouro, a prata e o cobalto.
Estes recursos críticos poderiam ser reutilizados em tudo, desde smartphones a baterias de carros elétricos.
O inquérito revelou, também, que 14% dos smartphones utilizados atualmente foram comprados em segunda mão ou recondicionados, com o Reino Unido a assumir a liderança: quase 10% dos consumidores britânicos optam por dispositivos recondicionados.
Outras descobertas curiosas do inquérito da GSMA, que será totalmente revelado no MWC Barcelona, em março de 2025, incluem o seguinte:
- O tempo médio de vida de um smartphone antes de ser substituído é de cerca de três anos, com 75% dos dispositivos a serem substituídos entre um e três anos.
- A duração da bateria (90%) e os problemas de desempenho (87%) são as principais razões pelas quais as pessoas substituem os seus smartphones.
- Cerca de 60% dos consumidores planeiam comprar um novo smartphone nos próximos dois anos, enquanto os consumidores mais velhos tendem a manter os seus dispositivos durante mais tempo.
- Um número crescente de pessoas, especialmente os consumidores mais jovens, está a considerar a sustentabilidade nas suas decisões de compra, com 49% a afirmar que é um fator muito importante na sua próxima compra de smartphone.