Project Treble quer acabar com fragmentação no Android
Já lá vão quase 9 anos desde que a Google lançou a primeira versão do Android, mas desde então tem surgido um problema cada vez maior. O Android, como sistema operativo open source, é utilizado em milhões de dispositivos, contudo uma grande percentagem destes equipamentos não é atualizada, ou os que são, demoram uma eternidade para que os fabricantes dos equipamentos lancem atualizações.
Mas então como poderá a Google resolver o problema?
Problema da fragmentação do Android
O problema em si não está no Android ou mesmo na Google, mas sim nas marcas, como Samsung, Sony, HTC, Huawei, LG e outras, que demoram demasiado tempo a lançar as atualizações para o mercado. Claro que atualmente, caso pretenda ter as ultimas versões... pode adquirir um Nexus/Pixel (equipamentos Google). Mas gostos não se discutem!
Já foi pior, é verdade. Nos últimos tempos as marcas já se têm empenhado mais e rapidamente lançam os patchs de segurança (correções aos problemas) para os equipamentos. Tem resultado muito bem, esse empenho, contudo a verdade é que os utilizadores não querem estar 4, 5 ou mesmo meio ano para ter uma versão nova do Android e é o que acontece atualmente, mesmo com o empenho das marcas.
As etapas e barreiras no mundo Android
Podemos achar que é por pouca vontade das marcas ou pela complexidade do sistema, mas de facto há um rol de etapas que ainda são complexas ou morosas e que causam "entropia" no Android, quando noutros sistemas é imediato.
Vamos perceber como são as etapas desde o lançamento de uma versão Android até chegar aos equipamentos.
- A equipa do Android publica o código da sua última versão Android
- Os fabricantes de componentes modificam essa nova versão para o seu hardware específico
- Os fabricantes de dispositivos usam essa versão modificada e ajustam-na aos seus dispositivos
- Os fabricantes de dispositivos trabalham com as operadoras para testar e certificar a nova versão
- Os fabricantes de dispositivos e as operadoras disponibilizam a nova versão para os utilizadores
A solução chama-se Project Treble e é o grande trunfo que se espera que seja apresentado já dia 17 de maio no evento Google I/O 2017.
Mas o que é o Project Treble?
Em termos mais simplistas, para que possamos entender como a Google está a pensar, vamos tomar como exemplo o Compatibility Test Suite (CTS) ou Conjunto de Testes de Compatibilidade, que foi implementado nas aplicações para Android. Assim, com o CTS, os developers criam aplicações prontas a funcionar em milhões de dispositivos, sem haver necessidade de fazer afinações para cada um deles.
Inspirado neste mecanismo, a Google criou o Project Treble. Este projeto pretende fazer o que a CTS faz para as aplicações. O conceito central é separar a implementação do fornecedor - o software específico de nível inferior, escrito em grande parte pelos fabricantes do hardware - da Framework do sistema operativo Android.
Isto é conseguido com a introdução de uma nova interface de fornecedor, entre a estrutura do sistema operativo Android e a implementação do fornecedor. A nova interface do fornecedor é validada por um Conjunto de Testes de Fornecedores (Vendors Test Suite) ou VTS, análogo ao CTS, para garantir a compatibilidade com a implementação do fornecedor. Assim o Android irá ganhar um “Vendor Interface” ou “Interface de Fornecedor”.
Mas então o que irá a Google alterar com o Project Treble?
Com a interface do fabricante estável, que fornece acesso às partes específicas do hardware do Android, os fabricantes de dispositivos podem optar por entregar uma nova versão do Android aos consumidores apenas atualizando a estrutura do sistema operativo Android, sem ser necessário qualquer trabalho adicional dos fabricantes de componentes.
O Projecto Treble irá chegar a todos os dispositivos que venham a ser lançados com o Android O, estando esta nova arquitetura já presente na versão Developer Preview. Os benefícios desta abordagem são evidentes como pode ser visto nas imagens acima. Se antes necessitávamos que os fornecedores de componentes recompila-se as versões para cada componente, com esta a nova abordagem tal deixa de ser necessário.
A nova abordagem irá resolver todos os problemas de atualização?
Esta nova abordagem não deixa de ser uma excelente aposta por parte da Google e irá, certamente, acelerar os processos de atualização, mas não tanto quanto seria esperado. Os fabricantes ainda terão necessidade de colocar os seus próprios recursos, ferramentas e aplicações sobre a versão limpa do Android. Este processo ainda demorará tempo. Além disso, ainda teremos muitas operadoras de telecomunicações que ainda quererão colocar as suas próprias aplicações por cima da compilação do fabricante.
A Google está, contudo, a trabalhar com os fabricantes de equipamentos e componentes para, quando efetuarem alguma alteração especifica, como por exemplo, para uma rede de um determinado país, e colocar os códigos no AOSP (Android Open Source Project) de modo a que não tenham necessidade de reescrever novos patches para cada lançamento do Android.
Para ter mais informações e para acompanhar o que a Google tem para mostrar aos developers, no blog da empresa há mais detalhes para ajuda a entender os passos a serem aplicados num futuro próximo.
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Este artigo tem mais de um ano
Até que enfim google. Boa nota!
A Microsoft e as distros Linux fazem isso há anos, independente do fabricante da máquina. Já uma outra marca optou por fechar tudo ficando só nela forçando obsolescência de muitos bons equipamentos. O android/google fica em cima do muro. Aprendam com o Lineage.
tens razão. Se essa certa marca, só atualizasse por 18 meses, já não era obsolescência programada.
Ao menos compreendes o conceito? Ainda que digas que sim, é óbvio que não.
Infelizmente, além de não aprenderem com o lineage, ainda criam barreiras para a sua instalação e amedrontam os usuários
O problema da Google é estar esganada pelos fabricantes e ter medo de perder o control do Android. Ir pondo pensos não soluciona um problema gravíssimo. Eu como utilizador de Android sinto que sou posto em segundo plano.
Isto no final não vai solucionar nada pois os fabricantes não querem actualizar para vender dispositivos novos.
É bem verdade , eles não têm nenhum interesse, pois isso iria prolongar a vida útil de um dispositivo. Os fabricantes só fazem atualização para os topo de gama e sempre tarde.
Pois o que interessa é vender um novo no ano seguinte.
Não compreendeste, isto não era um “penso”, era cortar o mal pela raiz (literalmente). É mais fácil para a Google arranjar hardware para o seu SO do que os fabricantes arranjarem um SO.
Por fim, és posto de lado, não pelo Android, que tem updates regulares, mas pelo(s) fabricante(s) do(s) telemovel(/eis) que tens, que não os aplicam.
Touché! Foi o que aconteceu com o ubuntu phone. Aos fabricantes não lhes dá jeito um SO que perdure no tempo, em segurança e até o hardware dar o berro… um cliente que conheço tem um desktop hp vl p4, de 2001, a funcionar 24x7x365, mas, com linux… É aspirado uma vez por ano e já está. Esta máquina já se pagou a ela própria 100 vezes. Imaginem telemóveis a funcionar com o mesmo princípio? Poupava-se muito dinheiro e recursos!
Isso é que não!
Primeiro acabaram praticamente com o lag e agora querem acabar com a fragmentação?? Depois o que é que os iFans vão ter para criticar?
Mais do que falar nos iFans, deverias falar com milhões de utilizadores que criticam o Android porque têm realmente problemas. Muitos deles, logo que possível, trocam de máquina ou até de sistema, isso é que é o problema, não os outros 😉
Ele não estava a dizer que estava tudo bem, apenas estava a gozar com os iFans, mas se o barrete serve…
Não, ele não estava a gozar, até porque não tem argumentos para tal é um discursos totalmente prosaico. Mas normalmente não se atira pedras para o telhado dos outros quando o nosso é de vidro 😉 ao que parece o teu também é 😉 por isso a minha resposta, totalmente educativa para que não caiam no ridículo, só isso.
Desculpa se toquei num ponto fraco, não era de todo minha intenção ferir susceptibilidades, mas tenho pena que não tenhas visto o tom sarcástico do @hotel. Até porque muitos utilizadores estão cientes dos problemas do Android, ao contrário dos utilizadores Apple que só vêm uma maça super polida e brilhante ignorando a dentada que lhe deram (pun intended) 🙂
Ponto fraco? Estranho, não vejo necessidade de apontar as falhas num sistema para escolher outro, isso é parvo. Por norma escolhemos pelo que nos pode servir um sistema e respectivo hardware. O resto é inútil, mesmo em modo sarcástico. A parte interessante é os problemas do sistema que usamos serem resolvidos 😉 e não ficar contente com os problemas dos outros… isso é tão parvo 😉
Quem é que está agora a “apontar as falhas num sistema para escolher outro”?
E não é ficar contente com os problemas dos outros, é simplesmente mostrar que a maça por muito bonita que possa parecer, também pode ter minhoca e que escolher essa maça só porque é bonita… é parvo 😉
Contudo, já o disse antes e volto a dizer, apesar de preferir Android, sou o primeiro a admitir que a Apple tem bons produtos, simplesmente não olho para ela como o pilar da perfeição, até porque não o é, coincidencia ou não desde a morte do Jobs as coisas têm vindo a piorar a olhos vistos.
Não há perfeitos no que toca à tecnologia, tem de haver sempre um compromissos, simplesmente prefiro os compromissos feitos no universo Android.
Lá estás tu a falar de um assunto que não tem nada a ver. Estamos a falar na evolução do Android em determinada área e o que tem a ver o que os utilizadores iOS nisto? Nada, eles querem lá saber…. certamente estão bem com o que têm Foi isso que te disse. Não vale a pena estar a apontar o dos outros quando o que utilizamos é o sistema que escolhemos e é nisso que faz sentido ficarmos constantes com a evolução. Clubismo á parte sff.
Essa coisa do pilar da perfeição e o modelo perfeito e mais não sei o quê, isso é a visão de quem não está focado só no que usa, e está sempre de olho no que quer… só pode. Aqui, o que importa mesmo é o salto qualitativo num problema que aflige o Android e que, ao que parece, está perto de ser resolvido, para bem dos utilizadores que apostam e pagam para ter o sistema e as suas respetivas máquinas.
Agora sim, gostei da tua resposta.
Mas “e o que tem a ver o que os utilizadores iOS nisto? Nada, eles querem lá saber…” não é bem assim ambos sabemos disso, ambas as partes gostam muito de mandar bitaites.
Contudo consegui o que queria que era uma resposta a puxar para o imparcial (ainda não foi tanto como queria, mas baby steps 🙂 )
Um bem haja e resto de bom dia
Não é verdade… os clubistas são assim, o utilizador verdadeiro, genuíno.. quer lá saber.
Ele fez uma piada e tu respondes com cobranças?!?!?! Me pareceu que tu respondeste porque tu próprio foste atingido pela pilhéria. Concordo com o @Não Interessa.
Porra… foi atingido de tal forma que até me tirou o sono. Vá lá, deixem-se de parvoíces. Leiam com olhos de ler o que escrevi. Vale a pena de quando um vez fazer o cérebro exercitar 😉 vejam lá isso.
Só aqui deixar uma citação do @hotel para comprovar que tinha razão desde o início:
“O meu comentário, apesar de sarcástico” 😉
Mas isso não é evidente?!
Penso que o Vitor também entendeu isso, pode é não ter gostado/concordado com o resto. 😀
Eu? Eu adorei. Tudo o que seja esclarecer os desinformados, para im é o dia a dia.
Que informes os desinformados estou plenamente de acordo, dar trela a sarcasmo e trolls “… isso é tão parvo ” 🙂
Até os trolls necessitam de ser educados. 😉
Consegues transformar um Nokia 3310 num smartphone? É a mesma coisa com os trolls…
Status: ignorar.
🙂
Isso é que é um problema, até ser resolvido conforme o artigo, e aí os iFans perdem o atual cavalo de batalha. O meu comentário, apesar de sarcástico, parece-me simples e claro.
Un fanboy a tentar falar de outros fanboys loool
A piada deste artigo é que o problema não está na Samsung, Sony, HTC, Huawei, LG, que podem tardar em fazer updates mas fazem. O problema são realmente as operadoras e outras marcas que não são de topo, como a alcatel…
Joaquim, do meu ponto de vista, diria o contrário. Parece me justificável que marcas como Alcatel, que põe modelos baratos e sem grande custo de investigação no mercado , não lhes dê suporte pois é uma venda rápida. O barato não cobre o suporte Pos venda.
As marcas que indicou deveriam, pelo menos nos seus tops , garantir atualização por imenso mais tempo. 18 meses é muito pouco, os modelos deles atualmente são top de características e durariam bons anos de atualizações.
O problema é que eles não são empresas de software. Desenvolvem só o necessário e vendem com a mentalidade duma máquina de lavar, frigorífico ou um Walkman.
Havendo uma API para os fabricantes/operadoras, a atualização do SO pode ficar apenas dependente da Google, que apenas tem de assegurar a retrocompatibilidade (se se importar com as coisas dos fabricantes/operadoras) e o fabricante não precisa de fazer absolutamente nada (estando assegurada a compatibilidade com a API atual).
Pois, é questão de abstrair mais a API para que o código dos fabricantes seja suportado independentemente dos updates… devem ter uma forte razão para isto não acontecer, mas ainda não sei bem..