Escócia proíbe o uso do WhatsApp em dispositivos oficiais
O WhatsApp foi banido dos dispositivos eletrónicos oficiais na Escócia. Esta decisão prende-se com a necessidade de assegurar a segurança da informação e uma maior transparência nos atos de governação.
WhatsApp: app non grata na Escócia?
O governo da Escócia anunciou a proibição do uso do WhatsApp e outras aplicações de mensagens similares em dispositivos oficiais utilizados por funcionários públicos e ministros.
O principal motivo que levou o governo escocês a tomar esta medida prende-se com questões de segurança da informação e de governação transparente. Aplicações de mensagens como o WhatsApp e o Signal têm sido amplamente usadas por funcionários públicos para comunicações rápidas, mas este uso levanta preocupações significativas.
Desde logo, a segurança de dados sensíveis. Apesar das mensagens trocadas no WhatsApp serem encriptadas de ponta a ponta, o armazenamento de mensagens em dispositivos pessoais ou oficiais pode representar um risco. Se um dispositivo for comprometido ou perdido, dados confidenciais podem ser expostos.
Depois, há a questão da falta de transparência. Uma vez que os governos estão legalmente obrigados a manter registos transparentes e acessíveis das suas decisões e comunicações, o uso de aplicações como o WhatsApp pode dificultar a documentação formal das comunicações, uma vez que estas mensagens podem ser apagadas ou perder-se facilmente.
Finalmente surgem as preocupações com o uso indevido. Há receios de que o uso de aplicações privadas leve à troca de informações governamentais de forma não oficial, tornando difícil monitorizar e arquivar informações cruciais, o que compromete a confiança pública.
A importância da transparência
A governação moderna exige uma comunicação eficaz, mas também transparente e registada. Em diversos países, incluindo o Reino Unido, têm sido levantadas preocupações sobre o uso de mensagens instantâneas para a tomada de decisões fora dos canais oficiais.
A Escócia segue assim o exemplo de outros governos, que procuram proteger os registos das suas atividades de modo a garantir que são auditáveis e conformes com as normas legais e éticas.
O caso mais notório que envolveu a questão da transparência ocorreu durante a pandemia da COVID-19, quando ministros e funcionários britânicos usaram aplicações de mensagens privadas para discutir políticas públicas. Estas conversas tornaram-se alvo de críticas e investigações por não estarem devidamente documentadas.
A decisão do governo escocês procura, assim, evitar situações semelhantes.
Regras mais rigorosas
O governo escocês determinou que, a partir de agora, as comunicações oficiais deverão ser realizadas apenas através de sistemas aprovados e seguros, que permitam o registo e monitorização das mensagens.
Estas plataformas serão geridas de acordo com as normas de cibersegurança e de preservação de registos, garantindo que todas as informações estão protegidas e documentadas.
Além disso, serão introduzidas formações específicas para os funcionários públicos, com o objetivo de sensibilizá-los para os riscos associados ao uso indevido de aplicações não aprovadas e para a importância de cumprir as normas de transparência.
Eles bem sabem que os Americanos têm a backdoors.
Ora bolas. Assim como é que as conversas dos governantes vão ser “acidentalmente” apagadas?
Se o governo tiver acesso directo às plataformas é muito mais fácil eliminar as conversas inconvenientes que os podem prejudicar.
Simplesmente apagam e dizem que não existe registo e pronto. Resolvido.
Por outro lado também é muito mais fácil adulterar os registos se tiver acesso directo a eles.
Se formos por aí, este tipo de “soluções” nunca deveria estar nas mãos dos próprios, mas sim existir uma entidade que assegure a informação. Claro que isso presumiria a existência de uma entidade (verdadeiramente) independente.
Existem entidades, empresas e afins nas quais toda a informação fica registada “em espelho”, logo podem apagar o que quiserem que há sempre uma cópia. Claro que também há sempre a hipótese de marosca por parte de quem tem as chaves. O velhinho “Who watches the Watchmen?”.
Engraçado, a Kate Forbes parece a Joana Marques, sou o único a ver as semelhanças?
Seja como for e agora indo de encontro a notícia, parece-me ser uma decisão extremamente desagradável 😀
Assunto bastante interessante.
Gostaria de saber se o governo autónomo da Escócia irá promover o desenvolvimento de uma aplicação para o efeito produzida à medida ou, se irão utilizar algo já existente no mercado (o quê?)
Outros governos irão aprender certamente com este exemplo.
A seguir com bastante interesse.
Sim, chama-se forçar o pessoal a usar o MS Teams xD