Netflix forçada a transmitir pelo menos 20 canais do governo da Rússia
A Netflix dispensa apresentações e mantém-se como o serviço de streaming mais popular de todos. E certamente que nestas épocas festivas, como Natal e Ano Novo, foi a companhia para muitas famílias portuguesas.
No entanto, segundo as informações recentes, a Netflix está a ser forçada a transmitir no seu catálogo pelo menos 20 canais do governo russo.
Netflix terá que exibir pelo menos 20 canais do governo russo
Para cada país, a Netflix oferece determinado pacote de conteúdos que respeitam os regulamentos e acordos de licenciamento previamente estabelecidos consoante a região. Assim, talvez já tenha reparado que, ao deslocar-se para outro país, o catálogo do serviço exibe alguns conteúdos diferentes dos que estamos habituados em Portugal. É até possível que um filme ou série disponível no catálogo do nosso país, não conste no de outra região diferente.
Geralmente os países da União Europeia apenas requer que os serviços de streaming estrangeiros disponibilizem uma percentagem de conteúdos que sejam produzidos localmente. Contudo, alguns países são mais rígidos do que outros, e um exemplo disso mesmo é a Rússia. O país de Vladimir Putin tem leis e regulamentos bastante inflexíveis e agora está a exigir que a Netflix se torne num serviço de streaming de TV ao vivo com a transmissão de pelo menos 20 canais de TV do estado russo. A Rússia quer que esta implementação aconteça já a partir do mês de março de 2022.
Segundo o The Moscow Times, a autoridade reguladora da Internet e TV da Rússia, Roskomnadzor, adicionou a Netflix a uma lista designada "Audio-Visual Services Registry", no dia 28 de dezembro. Os serviços que constem nesta lista devem assim transmitir pelo menos 20 canais de TV do estado russo no seu catálogo. Isto inclui a estação de notícias NTV, a principal estação geral Channel One e a estação Spas da Igreja Ortodoxa russa.
As críticas não se fizeram esperar e indicam que esta manobra tem como objetivo a propaganda pró-governo. As mudanças entram em vigor a partir de março de 2022. Os regulamentos forçam ainda a Netflix a registar uma nova subsidiária russa no país. Para além disso, o serviço terá também que seguir orientações que proíbem a promoção de "extremismo". Segundo os cíticos, este medida serve sobretudo para dificultar a comunicação dos partidos de oposição.
Resta saber se a Netflix vai aceitar estas imposições ou se tal a levará a abandonar a sua presença na Rússia. Mas, claro, tudo também vai depender de quanto o serviço ganha e lucra no país de Putin.
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Não percebo o problema.
Se uma empresa quer funcionar em determinado país tem de cumprir as regras do mesmo.
E a Netflix não se pode queixar de propaganda quando ela mesma tem centenas de exemplos de propaganda e/ou tipos de tentativa de engenharia social.