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Será possível transformar os caminhos de ferro em centrais de energia solar?

Imaginem os quilómetros de linha férrea que está horas a fio a receber sol e que nada mais faz se não aquecer. E se esse espaço pudesse ser usado para colocar painéis solares para produção de energia elétrica?

Uma empresa está a desenvolver um projeto-piloto com o objetivo de integrar módulos solares em vias férreas. O projeto, que terá início em maio de 2023, envolverá a colocação de módulos solares entre os carris do comboio como um tapete tecnológico. Será que é boa ideia?


Painéis solares como um tapete entre carris

Uma das questões que se coloca à utilização de painéis solares é o espaço que estes equipamentos ocupam e que, em muitos casos, poderão estar a tirar lugar de uma área que pode ser produtiva noutros setores. Aliás, já vimos painéis solares no cimo dos estacionamentos, nas ciclovias, na superfície da águas nas albufeiras, nas cercas que ladeiem espaços agrícolas e até nas varandas dos edifícios.

Calma, ainda há muitos espaços que podem receber os painéis solares. A empresa suíça de Cleantech Sun-Ways tem em mãos um projeto que tem como objetivo cobrir o espaço entre carris com módulos de células de captação de luz solar.

Na primeira fase, 5.000 módulos solares serão ligados para gerar uma produção anual de dois gigawatts-hora de energia solar. O projeto caracteriza-se pelo facto de, em caso de necessidades de manutenção, tais como a retificação dos carris, o carril solar ser novamente removido.

A ideia de integrar módulos solares nos carris dos comboios não é nova. Mas o que a empresa helvética tem em mente pode ser inovador: em maio de 2023 iniciará um projeto-piloto no qual serão colocados módulos solares entre os carris do comboio como um tapete utilizando um comboio especial.

Os módulos solares, que estão dispostos como um tapete, estão ligados uns aos outros. Assim que são estabelecidos, são mantidos no seu lugar por um mecanismo simples.

 

7 milhões de km2 que podem ser cobertos para gerar energia solar

A característica especial: Para procedimentos de manutenção, tais como a manutenção dos carris, o carril solar é novamente removido. O empresário e co-fundador Baptiste Danichert vê isto como uma das principais vantagens do seu conceito em comparação com outras soluções.

A Sun-Ways utiliza módulos solares de tamanho padrão (1 m x 1,70 m). Resta saber em testes diários até que ponto os módulos padrão podem resistir às vibrações e pedras que surgem no duro ambiente ferroviário do dia a dia.

Nesta fase, a empresa refere que serão investidos no projeto cerca de 400.000 euros. A eletricidade gerada ou irá diretamente para a linha aérea ou será alimentada na rede elétrica.

Se a tecnologia Sun-Ways estivesse operacional no mundo real, 7 milhões de km2 entre os carris do comboio estariam disponíveis para as centrais solares correspondentes. Isto seria comparável a 350.000 telhados de casas equipadas com módulos solares.

Uma rede de 260.000 km está disponível na Europa e mais de um milhão de km em todo o mundo. Segundo a Sun-Ways, já contactou investidores na Europa e nos Estados Unidos, a fim de poder promover a inovação à escala industrial. Desde que o projeto-piloto de maio de 2023 seja um sucesso.

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