O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália anunciou que o país apoia as taxas sobre os carros elétricos importados da China propostas pela União Europeia (UE).
Já muita água correu sobre este tema e já muitas opiniões foram dadas. Da UE, espera-se uma fixação das taxas por, pelo menos, cinco anos; da China, espera-se uma potencial retaliação.
As taxas finais serão sujeitas a uma votação pelos 27 Estados da UE, estando a aplicação das regras definitivas prevista para depois de 30 de outubro.
Apoio italiano suportado com necessidade de igualdade comercial
Enquanto a Europa investiga e pondera sobre o assunto, Itália já anunciou que apoia as taxas que a UE sugere impor aos carros elétricos importados da China.
Apoiamos as taxas que a Comissão Europeia propõe, para proteger a competitividade das nossas empresas.
Queremos trabalhar num plano comercial baseado na igualdade, exigimos igualdade de acesso para os nossos produtos nos seus mercados. As nossas empresas devem competir em condições de igualdade.
Partilhou Antonio Tajani, ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, numa entrevista ao diário Corriere della Sera, ontem, citada pela imprensa.
De facto, na votação não-vinculativa realizada em julho, Itália votou favoravelmente a aplicação das taxas sobre os carros elétricos. Contudo, Adolfo Urso, ministro da Indústria, havia dito à Reuters que esperava uma solução negociada.
Itália acredita que a relação com a China continuará a ser boa
Este apoio às taxas da UE foi dado antes de um encontro do político italiano com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, em Roma. Este está de visita à Europa para discutir as taxas que a UE tenciona aplicar aos carros elétricos fabricados na China, numa altura em que a votação se aproxima.
Segundo Tajani, os dois discutiram, também, sobre a proteção da propriedade intelectual, o comércio no setor agroalimentar e o investimento. Mais do que isso, revelou que a sua posição não compromete as “boas relações” da Itália com a China.
Aliás, apesar de alojar grandes nomes da indústria automóvel, como a Fiat da Stellantis, Itália tem procurado atrair as fabricantes chinesas, incluindo a Dongfeng e a Chery Auto, para abrirem fábricas dentro das suas fronteiras, por forma a aumentar a produção de veículos.