França manteve um plasma estável durante 22 minutos! É um novo recorde
Imaginar um mundo com energia limpa e "infinita" já não é apenas ficção científica. Em França, um grupo de investigadores alcançou um feito notável ao manter uma reação de plasma durante mais de 22 minutos, estabelecendo um novo recorde para este tipo de experiência.
Um avanço sem precedentes!
A 12 de Fevereiro, o reator WEST do Comissariado de Energia Atómica e Energias Alternativas (CEA) conseguiu sustentar um plasma durante 1337 segundos, ou seja, mais de 22 minutos, superando o recorde anterior registado num tokamak.
Este resultado representa uma melhoria de 25% face ao tempo recorde previamente alcançado pelo reator EAST, na China, que manteve um plasma durante 1066 segundos (cerca de 17 minutos). Durante a experiência, o plasma atingiu uma temperatura de 50 milhões de graus Celsius.
Este feito evidencia o progresso da tecnologia de confinamento magnético, fundamental para a fusão nuclear. Manter o plasma estável durante longos períodos de tempo é um dos principais desafios para a viabilização desta forma de produção de energia. Quanto maior for a duração da reação controlada, mais próximo estaremos da produção contínua e comercialmente viável de energia de fusão.
Para atingir este tempo recorde e manter o plasma sob controlo, os cientistas do consórcio EUROfusion aplicaram um conjunto de estratégias, incluindo temperaturas que variam entre 100 e 150 milhões de graus Celsius, injeção de 2MW de potência térmica, bobinas supercondutoras e componentes especialmente arrefecidos. Além disso, foram desenvolvidas técnicas para minimizar a erosão e a contaminação dos seus componentes internos.
Porquê apostar na fusão nuclear?
A fusão nuclear é frequentemente descrita como o "Santo Graal" da energia, uma vez que não gera resíduos radioativos de longa duração, ao contrário da fissão nuclear. Além disso, exige menos recursos naturais, utiliza um combustível praticamente "infinito" e tem o potencial de fornecer energia limpa e estável sem emissões de carbono.
Atualmente, os tokamaks são a abordagem mais promissora para a fusão nuclear.
Investigação na área da fusão nuclear decorre no mundo todo
O ITER, um dos maiores projetos científicos internacionais, está a ser construído em Cadarache, em França, com a colaboração de diversas nações. Na Europa, para além do ITER, existem outros esforços, como os reatores Stellarator na Alemanha e França.
No Reino Unido, o JET foi durante décadas uma referência na pesquisa da fusão nuclear, antes de ser encerrado em 2023, após fornecer dados cruciais para o ITER.
Na Ásia, o Japão está a trabalhar no reator JT-60SA, um projeto conjunto com a Europa que visa otimizar a estabilidade do plasma. A China tem investido fortemente na investigação de fusão, com o reator EAST a estabelecer novos recordes de temperatura e duração do plasma, aproximando-se das condições necessárias para uma futura aplicação comercial.
Já na Coreia do Sul, o KSTAR conseguiu manter o plasma a temperaturas extremamente elevadas durante períodos prolongados, contribuindo para a evolução desta tecnologia.
O recorde estabelecido pelo WEST demonstra que a tecnologia de confinamento magnético nos tokamaks continua a evoluir e poderá tornar os reatores comerciais uma realidade num futuro próximo.
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So 22 minutos? A UE e uma vergonha
?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?
Continuam a ser mais 20min que tu 😀
Sry, tinha de fazer a piada embora acredite que estivesses a usar ironia para alguns comentadores assíduos ahah
Enquanto isso, o trump aposta tudo na energia fóssil…
“É sempre mais fácil empurrar com a barriga e deixar o abacaxi para os netos, mas enquanto o mundo continua parolando, o termômetro e a água, vão subindo.”
diz-me lá como é que sustentar aquilo por 22 minutos sem terem utilizado energia fossil para alimentar?
Por esta altura, infelizmente não há alternativa, no entanto, supondo que os investigadores conseguem manter estável a fusão de energia, deixará certamente de ser necessário recorrer a energia fóssil, já que a fusão auto alimentar-se-á.
Estes sucessivos recordes são uma surpresa, mas interressa-mais a eficiência, na qual tenho mais dúvidas. No entanto, considero um excelente trabalho dos investigadores, estes são valores impensáveis a alguns anos atrás.
De salientar que a base para a geração de tanta temperatura é, criar vapor de agua, que por sua vez vai gerar energia elétrica e que seja superior à que foi colocada no inicio do sistema.