A Europa está muito empenhada na luta contra as alterações climáticas. A par disso, espera-se uma transição inevitável para carros mais amigos do ambiente e, por isso, para os elétricos. Portanto, em breve, poderá vir a ser a maior produtora mundial de carros elétricos.
Graças ao estreitamento da legislação, a Europa está no caminho para ultrapassar a China enquanto maior produtor mundial de carros elétricos, até 2030.
Não tarda até que a Europa ultrapasse a China
Durante largos anos, a China representou o maior mercado de carros elétricos do mundo. No entanto, a Europa adotou e prevê a adoção de medidas que estreitarão as opções dos consumidores na hora de escolher um carro novo. Medidas essas que pretendem ir ao encontro de uma diminuição abrupta das emissões do continente, principalmente associado às deslocações.
No ano passado, já eram vendidos mais carros plug-in na Europa do que na China. Os especialistas acreditam que este facto confirma uma tendência e que, portanto, só irá aumentar no futuro. O empenho legislativo da Europa paralelamente ao investimento das fabricantes que aqui se baseiam na produção de carros e componentes para elétricos só virá contribuir para a dita tendência.
Ora, isso levará a Europa a destacar-se como o maior mercado de carros elétricos, bem como o principal produtor deste tipo de veículo, num horizonte temporal de menos de 10 anos.
Produção de baterias será crucial
Para que se torne na maior produtora de carros elétricos, a Europa precisa de investir na criação de uma indústria de baterias. Em fase embrionária, tem, por exemplo, a Volkswagen que confirmou recentemente que, até ao final da década, terá um total de seis Gigafactory dedicadas à produção de baterias, com uma capacidade combinada de 240 GWh. Além da empresa alemã, também a Stellantis anunciou a construção de várias fábricas, em colaboração com a Saft.
Na Europa, quase todos os fabricantes produzem os seus próprios motores e [estas instalações] estão localizadas perto das suas fábricas de veículos. Isso também vai acontecer com as baterias. Penso que finalmente viram que a bateria elétrica é o futuro e não veremos mais uma grande carteira de opções [mecânicas]. Então, agora, eles saltaram com ambos os pés, em vez de um dedinho do pé na água.
Disse Calum Macrae, chefe de investigação e análise automóvel da GlobalData, ao Investment Monitor.
Segundo os especialistas, o Reino Unido poderá atrasar o sucesso da Europa, devido ao Brexit e a todos os obstáculos que o acordo encerra.
Ainda assim, consideram que o facto de as autoridades chinesas reduzirem os subsídios, ao passo que os governos de países como a Alemanha, Espanha e França introduzem fortes incentivos à compra de carros elétricos, é vantajoso para a Europa.