Phill Spencer lança farpas sobre futuro do modelo de negócio dos videojogos
Talvez não seja ainda no decorrer deste ano de 2020 que iremos assistir à grande revolução no que respeita ao modelo atual de negócio dos videojogos, mas, já que os primeiros sinais já se começam a sentir, isso é inegável.
Ao longo dos últimos meses, têm vindo a público inúmeras novidades, promessas, lançamentos de serviços e jogos inovadores… e das mais variadas origens que, não fazem mais que, indicar que o futuro dos videojogos está-se a começar a escrever.
O mercado dos videojogos ganhou, nas últimas duas décadas, um posicionamento e uma relevância acrescida face aos números envolvidos (a uma escala planetária).
Nunca os videojogos foram tão relevantes (principalmente a nível económico) como são nos tempos que correm. As plataformas multiplicam-se, as editoras e estúdios de desenvolvimento triplicam, os serviços de subscrição florescem, o número de jogos cresce exponencialmente e com isto tudo o mercado vai engrossando e aumentando em quantidades e valores.
E mais! Tal como sucede noutros países, Portugal já tem cursos de desenvolvimento de videojogos, ou seja, a própria sociedade já olha para os jogos como algo que vai além do puro entretenimento. Isto para não referir o facto de ser jogador começar a ser encarada como uma profissão.
Os últimos meses têm sido particularmente profícuos neste aspeto, os lançamentos de novos produtos, os anúncios de novos serviços, as promessas de novos modelos de negócio têm abundado. Com maior ou menor carácter inovador, o que é certo é que todas estas novidades mantêm o sector em constante ebulição. Essa ebulição é boa, pois é no decorrer dela que surgem inovações, oportunidades, ideias… e onde todos os intervenientes têm oportunidade de vir a tirar proveito.
As principais marcas do mercado do entretenimento (e não só) não estão a dormir e todo este investimento que hoje se faz por conta das empresas deve-se ao facto de terem percebido que uma das indústrias que mais vão vingar no futuro é precisamente a indústria do lazer e do entretenimento.
Não é preciso puxar muito pela cabeça para nos lembrarmos do anúncio das próximas consolas Xbox e Playstation (a serem lançadas este ano), do lançamento do Google Stadia (ainda que em fase experimental), dos serviços de jogos da Amazon e da Apple, do anúncio de lançamento da Atari VCS, do lançamento do Xbox Game Pass Ultimate da Microsoft… São muitos e bons os exemplos recentes de um mercado em crescimento e na procura de novas oportunidades.
Quando se fala do futuro, no entanto, ainda persistem dúvidas, mas já há indícios fortes da direção que o mercado pode vir a tomar. Ao longo dos últimos tem sido notória uma particular incidência e aposta dos grandes players no mercado, em contextos online ou de conectividade. Vejamos o caso do Stadia ou do Xbox Game Pass Ultimate. E… faz todo o sentido, claro!
Esse tipo de serviços apresentam-se com várias vantagens (para fornecedores e utilizadores) que, na maior parte dos casos, acabam por se sobrepor às desvantagens.
Em entrevista recente ao site de tecnologia Protocol, Phill Spencer reforçou ainda mais o forte compromisso da Microsoft em relação a este assunto.
Segundo Spencer, aos olhos da Microsoft, a Nintendo e a Sony já não são os principais competidores nesta área. Segundo o responsável da Microsoft, a Amazon e a Google afiguram-se agora como sendo as verdadeiras alternativas, no que respeita ao gaming.
“Quando falamos acerca da Nintendo e da Sony, sentimos um enorme respeito por essas marcas, mas, na nossa forma de ver, encaramos a Amazon e a Google como os principais competidores na área do entretenimento digital no futuro” foram as palavras de Spencer que ainda rematou com “Não se trata de falta de respeito para com a Nintendo nem com a Sony, mas as companhias tradicionais de gaming encontram-se de alguma forma, desposicionadas. Acredito que poderiam de alguma forma tentar reproduzir o Azure, mas o nosso investimento de milhões nos últimos anos nos sistemas cloud permitem-nos uma posição de maior relevo nesta área.”
Aliás, o serviço de subscrição da Microsoft, Xbox Game Pass, é claramente um passo de extrema importância neste capitulo. Quando saiu em 2017, este serviço (alguém o apelidou de Netflix dos videojogos) foi um primeiro passo numa direção que a Microsoft já sabia bem que iria tomar.
E não será difícil perceber a abrangência desta afirmação de Phill Spencer. Ao incluir no mesmo patamar a Microsoft, a Amazon e a Google, Phill está claramente a afirmar que estas são as companhias melhor preparadas para a competição que se aproxima e que se trata de algo bastante específico. Algo que a Microsoft já enunciou há algum tempo e cujos esforços têm sido a ser desenvolvidos nesse sentido: serviços na Cloud.
A Microsoft, não é segredo para ninguém, está um passo á frente dos demais e por várias razões. Se por um lado, o historial passado da Microsoft, faz com que a companhia de Bill tenha já um vasto conjunto de infraestruturas montadas ao longo dos anos, também não deixa de ser verdade que muito tem sido investido ao longo do passado mais recente para as tornar ainda mais atualizadas, seguras e dinâmicas. Por outro lado, e no que toca a serviços gaming, a companhia tem feito grandes investimentos de forma a tornar o entretenimento digital o mais disponível possível: Games Pass for Windows. Por outras palavras: a Microsoft tem infraestruturas (data centres Azure), tem conhecimento, tem experiencia de vários anos, tem serviços já montados (Xbox Game Pass)…
Por outro lado, a Amazon e a Google também não são particularmente novatas no que respeita ao recurso aos sistemas integrados e a serviços na cloud.
De qualquer forma esta afirmação de Phill Spencer ao remover a Sony e a Nintendo da equação parece algo despropositada, em particular no que respeita à Sony, pois a companhia também apresenta os seus próprios serviços e recursos na cloud.
O mercado dos videojogos aponta cada vez mais na direção de serviços de subscrição e de uso maciço da cloud e serviços aí residentes. Qual a vossa opinião acerca disso?
Este artigo tem mais de um ano
Continuo a preferir levantar o cu da cadeira e ir à loja mais próxima para comprar um jogo ou então comprar digitalmente numa promoção que valha à pena, não sou muito a favor de streaming de jogos pois que para além de o jogo nunca ser nosso, ainda dependemos do estado do servidor. E por mais que o game pass nos deixe sacar os jogos para jogar na consola ou no pc o jogo nunca é nosso.
eu tambem nao gosto muito da ideia de streaming, mas o xcloud esta muito bem pensado… quando quero jogar fora de casa… ligo o table e comando xbox… e jaestou a jogar com a minha consola em tempo real com pings a 100ms a 200ms, e uma experiencia otima… e controla a consola que esta em casa… el e que faz o streaming… coisa que nas demais nao… e tudo em datacenter e o lag na google e demasiado… quase impossivel por vezes de jogar online.
Fala muito, fala até bonito, mas apanha das duas, então shut up.
Enquanto os jogos físicos forem uma opção será sempre a minha preferência.
lol… isto fez-me lembrar o stadia e o seu grande sucesso….