Análise Marvel 3versus Capcom (Playstation 3)
O Universo fantástico da banda desenhada está connosco já há muitos anos e pode-se dizer que tem papel importante do desenvolvimento das sociedades. Ao acompanhar o desenvolvimento da sociedade muitos foram os aparecimentos e desaparecimentos de heróis e vilões mas há sempre aqueles, como por exemplo Homem-Aranha ou Hulk que se recusam a desaparecer e que inclusive recebem recargas de poder com o seu aparecimento noutros suportes (cinema, videojogos…).
Na sua grande generalidade as suas histórias centram-se nos inevitáveis confrontos do Bem contra o Mal, temática que o ser humano tanto precisa ou gosta.
Mais tarde que a banda desenhada apareceram os primeiros heróis digitais. Devo dizer que sinto-me um privilegiado, certamente á semelhança de muitos de vós, por pertencer à geração que viu aparecer as primeiras máquinas de jogos, numa altura em que os Spectruns ZX 48K, os 128K e os Amiga reinavam. Com elas apareceram alguns dos heróis para computador mais fixes da história, como por exemplo Ryu ou Chun Li.
O final do ano passado viu aparecer o terceiro capítulo do título Marvel versus Capcom que de certa forma tenta juntar ambos os heróis e vilões destes dois universos distintos.
A história de Marvel versus Capcom 3 é simples e serve apenas de floreado para uma autêntica sessão de pancadaria à moda antiga. Mais uma vez os heróis da Capcom e da Marvel unem-se para salvar o Mundo. Os vilões Albert Wesker e Dr. Doom unem esforços para, juntamente com os restantes vilões dos seus universos tomarem conta de ambos os mundos. Cabe-nos a nós, a aos nossos heróis Capcom e Marvel pô-los na linha.
Gráficos: 8,5
MvC3 está muito bom graficamente. Com um FullHD de 1080p, com modelos 3D em cenários 2D bastante vivos e coloridos, encontra-se mesmo muito bom.
Seja nos ambientes retirados dos universos de alguns heróis, onde os combates se desenrolam, seja na qualidade emprestada aos nossos heróis ou aos vilões, a quantidade de detalhes e de vivacidade está bem presente.
Hulk, Homem-Aranha, Ryu e seus Shoryuken, Chun-Li, Dante … podemos facilmente encontrar a maior parte dos nossos heróis preferidos no jogo e ainda desbloquear mais uns quantos.
Talvez o único ponto fraco se passe quando, a meio dos combates são feitas combos sucessivas pois perde-se um pouco a noção visual do que se passa e onde começa e acaba o adversário. De resto, o jogo está fluído e com uma aparência visual muito boa.
Som: 8,5
Para além dos efeitos sonoros das cenas de pancadaria, pouco mais há a falar do som do jogo. Está simples e discreto tal como se exige e a música, retirada de alguns dos jogos aqui presentes foi, em alguns casos, remasterizada não deixando no entanto de manter o ambiente empolgante.
Um pormenor interessante e que tenta trazer um pouco mais de competitividade psicológica ao jogo são os comentários finais de cada combate, proferidos pelos vencedores contra os derrotados. Estão engraçados mas com o passar do tempo tornam-se repetitivos e desinteressantes.
Jogabilidade: 8,4
MvC3 vive em grande parte, da sua jogabilidade. Temos de compreender que, embora tenha uma história, a mesma perde efeito com o desenrolar do jogo, ou que pelo menos não é assim tão importante, embora esteja presente no Modo Heroes versus Heralds (modo singleplayer e free DLC).
Aliás, vamos começar por falar nesse modo. Este é o que se pode chamar o modo carreira. Neste modo, temos a possibilidade de ir libertando de vilões, os diversos ambientes dos nossos heróis. É um modo tanto offline como online o que lhe atribui ainda maior interesse!
Este modo utiliza um esquema de colmeia onde aparecem as zonas que ainda estão controladas pelos vilões e qual a percentagem que ainda falta para a libertarmos totalmente. Ao libertarmos uma, outra surge disponível e assim por diante. Utilizando o esquema de cartas com novas habilidades e ataques, das quais podemos escolher 3 para combate, temos de escolher a nossa equipa para cada confronto e as hostilidades podem ter inicio.
Os comandos do jogo são simples, à primeira vista, isto porque embora se utilizem 4 botões de ataque (ataque suave, médio ou forte e ataque especial) as combinações que podemos usar são inúmeras e estão sempre a aparecer novas. As animações das combos estão fantásticas visualmente, mas e como disse inicialmente, algo confusas em se perceber o que está exactamente a acontecer. De qualquer forma não minam em muito a experiência dos combates e tornam-se elas mesmo em objectos de competitividade pois queremos sempre ir desbloqueando e aprendendo mais e mais combos novas. As combos aéreas ou as em que os 3 nossos heróis atacam em simultâneo são simplesmente brutais.
O combate em si é simples … entra em campo um herói de cada vez, enquanto os restantes ficam no banco e, à boa maneira do WWE podemos retirar um lutador da arena e trazer outro. Isto é particularmente importante pois a distribuição de forças pelos heróis e vilões está bastante bem distribuída e engane-se quem pensar que um determinado herói pode vencer todos os vilões ou o contrário. Após um combate ganho é-nos atribuída na maior parte das vezes uma nova carta com novas habilidades. Habilidades essas que podem ir de, maior duração duma combo aérea, a maior resistência, maior velocidade … e assim por diante.
Uma das grandes mais-valias do jogo é apresentar um Modo de Treino pois permite aos jogadores (mais experientes ou não) aprimorar, descobrir, ou treinar novos ataques e combos.
Por outro lado existe um Modo Mission que permite aos jogadores ainda maior aperfeiçoamento da jogabilidade de MvC3. Trata-se dum modo em que nos é pedido que façamos uma determinada combo, que eliminamos determinado adversário…
Creio que algo que poderia estar diferente em MvC3 é a movimentação nas arenas. O estar limitado a uma movimentação em 2D é minimalista e, embora perceba que se pretenda manter a tradição, creio que não ficaria nada mal podermos movimentar-nos tanto para a esquerda e direita como para trás ou para a frente, havendo mais possibilidades tácticas e mesmo maior probabilidade dum ataque falhar.
Por outro lado creio que seria exigível que o modo história se mantivesse mais presente durante o jogo, e não apenas como um ponto de ignição.
O Online apresenta os modos Ranked Match e Player Match onde podemos competir com jogadores de todo o mundo. Como seria de esperar, trata-se dum modo viciante e cruel. Cruel pois nas primeiras vezes que jogamos acabamos por apanhar muita porrada (há pessoal que deve ter os dedos teleguiados para as combos) mas viciante pois queremos sempre mais e melhor. Os Ranked Matches são onde competimos por melhorar o nosso ranking online enquanto os outros são meros modos de pancadaria.
Longevidade: 8,4
Conforme descrito acima, Marvel versus Capcom 3 é um jogo que, além de apresentar vários modos offline que têm muitas horas de combates acesos e motivantes de entre os quais se destaca o Heroes versus Heralds apresenta ainda modos online também eles bastante viciantes e empolgantes.
No entanto creio que falta um modo torneio online robusto e o facto de não termos um modo de visualização de outros combates (apenas vermos texto) é, no mínimo … chato.
Nota Final- 8,5
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Marvel versus Capcom 3 é um jogo que faz juz ao nome. É mesmo um Beat’em Up à antiga, embora com bastantes novidades. É viciante e empolgante tal como seria suposto e seja no singleplayer, multiplayer offline ou multiplayer online corresponde a uma boa dose de divertimento. Creio que Marvel versus Capcom 3 apaixonará principalmente todos os amantes dos Universos Marvel ou Capcom, embora tenha mais que condimentos suficientes para seduzir outros jogadores. Eu estou seduzido e ninguém me faz largar a minha Chun-Li ou Ryu do antiguinho Street Fighter que já me acompanham desde a distante década de 80.
Género: Beat'Em Up Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, PC (e Playstation Vita) Homepage: Marvel versus Capcom 3
Este artigo tem mais de um ano
Este jogo é excelente! Um grande vício quando jogado com o meu comando arcada 🙂
Realmente é um jogo bastante bom. O meu filho passa horas e horas a jogá-lo.
Apenas acho que é demasiada violência para as crianças!
Eu pertenço a uma geração que cresceu com jogos violentos (mortal kombat, gta etc), e não me fez mal nenhum. Desde que haja educação, um jogo é apenas um jogo..
Embora seja uma temática bastante polémica e que levanta inúmeras discussões!
Creio que existem diversas variáveis e pontos a ter em conta nesta discussão, tais como, maturidade, situação sócio-económica, educação (ou falta dela), sensatez, responsabilidade … e que envolvem tanto o jogador como os seus pais (no caso de crianças e/ou adolescentes)
Fiquei espantado! Sou um grande fã de Marvel. E até me deu vontade de arranjar uma PS3 e ir arrear nos palhaços da Capcom XD.
Acredita … merece bem a pena! 🙂
Não percebi se se tratava de uma análise ao MvC3 ou ao Ultimate MvC3. É que o primeiro foi lançado em Fevereiro de 2011 ao contrário do indicado no artigo, o segundo é que foi lançado no último trimestre (Novembro). De qualquer forma, o segundo é mais um na já longa lsita de reciclagens da Capcom que tem como único objectivo sacar uns belos euros ao consumidor, lançando novas versões de jogos já desenolvidos e com poucos acrescentos de valor.
O jogo analisado é o Ultimate Marvel versus Capcom.
Embora concorde parcialmente contigo, creio que será justo dizer que este Ultimate Marvel versus Capcom está tão bom, senão melhor que os anteriores, em particular na sua jogabilidade.
Embora com menos personagens e com uma jogabilidade mais simples acaba por se tornar bastante viciante. O modo Heroes versus Herald acaba por ser uma bela cereja em cima do bolo!
Muito bom, sempre fui fã da série, alguém teria algum vídeo do gameplay do mesmo?
Falta aquele misticismo do MvC 2 onde havia pontapés de personagens.
Mas este Ultimate veio resolver muitos problemas desde o lançamento do MvC3.