Análise Hitman (Playstation 4)
No passado dia 11 de Março, chegou às consolas (Xbox One e Playstation 4) e ao PC o mais recente episódio da saga Hitman.
O Agente 47 já se encontra entre nós desde o virar o milénio e Hitman é, desde o primeiro titulo lançado perto de 2000, um jogo de acção furtiva, caracterizado por um elevado grau de exigência e pela urgência de exigir ao jogador que pense e interprete o as diferentes situações e estabeleça planos de ataques metódicos e ponderados.
O Pplware teve acesso à primeira release e dá-vos, em primeira mão, um cheirinho de como é entrar no mundo do mais famoso assassino contratado dos videojogos.
Este primeiro episódio de Hitman chegou para as consolas e PC apenas numa versão digital e é composto por um prólogo e por uma primeira missão em Paris.
Os restantes episódios, contendo missões em várias partes do mundo, chegarão ao longo do ano de 2016 também em versão digital (Sapienza chega em Abril, Marrakesh em Maio, enquanto que os três últimos episódios passados na Tailândia, nos Estados Unidos da América e no Japão chegarão durante o resto do ano).
A versão física do jogo, com lançamento inicialmente marcado para o final deste ano, chegará às lojas apenas no início de 2017 e irá compreender todos os 7 episódios lançados durante 2016.
Mas passemos ao jogo propriamente dito. Hitman leva-nos ao mundo dos assassinos contratados, onde vestiremos a pele do Agent 47. O jogo inicia-se com um prólogo, onde o nosso personagem revive a sua primeira experiência de treino na International Contract Agency (ou ICA) e conhece a sua mentora ao longo de toda a série, Diana Burnwood.
Este prólogo acaba por dar a conhecer o jogo a quem, até agora, nunca tenha tido um contacto próximo com Hitman, através do desempenho de algumas missões que o irão introduzir à mecânica do jogo. Por isso, a primeira dessas missões será uma espécie de treino guiado onde, à medida que progredimos, vamos recebendo pequenas dicas para chegarmos ao nosso alvo.
Finalizada esta missão, teremos a oportunidade de a repetir, desta vez sem qualquer tipo de guia e com total liberdade quanto à forma e ao momento escolhidos para abater o nosso alvo. A última missão do Prólogo, acaba por servir para nos dar uma melhor ideia das interacções com meio que nos rodeia assim como de todo o potencial do jogo.
Hitman convida-nos ao improviso e à utilização da nossa criatividade, fazendo depender as nossas acções das reacções dos inúmeros NPC’s espalhados pelos cenários. Daí ser tão importante para os jogadores perceberem exactamente o que o Agent 47 consegue fazer e de que forma o ambiente reage às suas acções.
Hitman é exímio neste aspecto, dando-nos uma multiplicidade de formas através das quais podemos completar as nossas missões e atingir os nossos objectivos.
Bem vistas as coisas, os nossos objectivos são simples: há uma missão a cumprir e um alvo a abater. A complexidade de Hitman advém de todo o ambiente à volta do nosso personagem e do nosso alvo.
E se as missões do prólogo decorrem em espaços limitados e relativamente pequenos, a primeira missão em Paris oferece-nos um cenário gigantesco, que aparenta ser maior do que todos os cenários apresentados em jogos anteriores da série. Maior e mais pormenorizado.
Esta primeira missão coloca-nos num château fictício no centro de Paris, num evento composto por uma passagem de modelos (que serve apenas de fachada a um leilão de segredos governamentais).
O ambiente foi construído com tal detalhe que é possível sentir toda a atmosfera de glamour e sofisticação própria dos desfiles de alta costura. Depois, as conversas que vamos escutando à medida que percorremos o cenário acabam por nos dar um conjunto de pistas bastante útil na persecução dos nossos objectivos.
É-nos, ainda, oferecido um vasto conjunto de possibilidades de interagir com este cenário, de forma a completarmos a missão com sucesso. Soltar um candeeiro do tecto de forma a atingir o nosso alvo, utilizar o caixote do lixo para atirar a arma com que o atingimos a tiro ou envenenar uma bebida quando o nosso alvo vai até ao bar...
A IA do jogo também se encontra melhorada, colocando ao nosso personagem um novo conjunto de desafios que terão de ser ultrapassados, mas também um conjunto de oportunidades que poderão ter influência no decorrer da missão. Caso desejemos, por exemplo, desviar ou chamar atenções (pode ser útil, acreditem), temos a capacidade de lançar uma moeda, uma chave inglesa ou qualquer outro objecto que consigamos agarrar para que um guarda vá investigar o local de onde veio o ruído.
E cedo percebemos como tirar partido das reacções dos vários intervenientes: caso um guarda detecte uma arma no chão, por exemplo, sabemos que irá recolhê-la e guardá-la; se for um NPC civil a encontrá-la, irá alertar o guarda mais próximo, que vai investigar.
A utilização de disfarces pelo nosso personagem também é uma característica de Hitman. Mas cuidado pois a IA dos NPCs está assinalavelmente mais apurada e utilizar um disfarce sem algumas cautelas poderá colocar em perigo toda a missão. Utilizar, por exemplo, um disfarce de mecânico ao pé de outros mecânicos pode ser fatal: levantaremos suspeitas por não sermos reconhecidos e seremos rapidamente desmascarados. É preciso algum cuidado…
Relativamente aos modos de jogo disponíveis - e para além das missões - poderemos optar pelo “Contract Mode” ou pelo modo “Elusive Target”, onde nos é apresentado um alvo que apenas se encontrará disponível durante 48 horas. Teremos uma única oportunidade para o abater e, caso não consigamos, esse alvo fica imediatamente indisponível. De referir também a existência de “Escalation Contracts”, contratos criados à margem das missões e que aumentam de dificuldade à medida que jogamos.
Porém, após completarmos esta missão, ficamos com um ligeiro amargo de boca. A missão acaba abruptamente e, apesar de a podermos repetir e tentar terminá-la utilizando outras tácticas ou até os outros modos de jogo referidos acima, a estratégia de marketing da IO Interactive na disponibilização das releases deixa-nos com a sensação de que estamos perante um produto inacabado, e não perante um jogo que se desenrolará por episódios.
Para os fãs mais acérrimos desta série, a espera pela próxima release poderá ser longa e dura mas, para quem é novo no mundo Hitman, esta estratégia da editora poderá causar algum desprendimento ou até mesmo desinteresse.
Ainda assim, e pelo que pudemos ver dos vários trailers disponibilizados previamente ao lançamento do jogo (é possível vê-los aqui e aqui, não é difícil ficar na expectativa para ver o que aí vem e para experimentar Hitman na sua totalidade.
Veredicto
Esta continuação da série vem em boa hora e apresenta melhorias significativas após os últimos jogos lançados. Sem dúvida que se trata de um início bem promissor para um jogo que deixa a sua legião de fãs com água na boca para as releases que aí vêm.
Hitman prima pela sua vertente stealth e pela necessidade de utilizar a imaginação e a criatividade para completar as missões. Há ainda que destacar a enorme interacção com os cenários e as melhorias na inteligência dos NPC’s. É, provavelmente, o melhor Hitman da série.
Este artigo tem mais de um ano
vai ser pc ?
Sim, vai ser PC, tal como diz logo no inicio do artigo…