Pacote Mobilidade Verde: quais as 13 novas medidas do Governo?
O Governo aprovou o Pacote Mobilidade Verde, que visa transformar a mobilidade de passageiros e mercadorias em Portugal, através de 13 medidas inovadoras. Saiba quais são.
As medidas dividem-se entre duas áreas principais: passageiros e mercadorias, com um objetivo comum de promover a sustentabilidade e a eficiência.
Medidas para Passageiros
I. Transferência modal para o transporte público
#1 - Cria o Circula.pt
O Circula.pt alarga a cobertura social e geográfica do Passe Social +, abrangendo 2,5 vezes mais cidadãos.
O Passe Social + abrangia as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, os cidadãos abrangidos pelos escalões A e B e pelo Complemento Solidário para Idosos e Rendimento Social de Inserção e os reformados, pensionistas, desempregados e agregados familiares com rendimento médio mensal até 1,2 vezes o IAS.
O novo Circula.pt inclui, para além destes cidadãos, aqueles que têm um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, os desempregados de longa duração e o restante território de Portugal Continental.
#2 - Cria o Passe Ferroviário Verde
O Passe Ferroviário Verde tem um custo de 20€ por utente por 30 dias, mas pode também ser adquirido para 60 e 90 dias, por 40 e 60 euros, respetivamente. Dá acesso aos serviços Intercidades, Regional, Inter-regional e Urbanos de Coimbra, Lisboa e Porto fora da abrangida por passes intermodais metropolitanos.
O passe não é válido nos serviços Alfa Pendular e Internacional Celta, nem na primeira classe dos serviços Intercidades e Inter-regional. No Intercidades é permitido reservar lugar, sem custos. Entra em vigor a 21 de outubro de 2024.
#3 - Alarga o Passe gratuito jovem a não estudantes
Serão investidos mais de 40 milhões de euros por ano para alargar o passe jovem gratuito a todos os jovens até aos 23 anos de idade, independentemente de estarem ou não a estudar, refletindo-se em mais de 241 mil potenciais beneficiários.
#4 - Acelera o desenvolvimento de Planos de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS)
Será dado um apoio de 3 milhões de euros para os Municípios, as Comunidades Intermunicipais e as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto fazerem os seus PMUS. Neste sentido, será publicado o guia "Orientações para a Elaboração de PMUS", para harmonizar os critérios todo o território e acelerar o seu desenvolvimento a nível nacional.
II. Fomenta a digitalização e interoperabilidade
#5 - Desenvolve uma Mobilidade inteligente
O objetivo é melhorar a experiência da utilização do transporte público e fomentar a Interoperabilidade e Modernização das plataformas de bilhética dos diferentes operadores de transportes.
#6 - Reforça o Fundo para o Serviço Público de Transportes
São investidos 10 milhões de euros neste Fundo para apoiar medidas de descarbonização, digitalização e uso da Inteligência Artificial, informação e comunicação ao passageiro e promoção da mobilidade verde.
III. Incentiva a descarbonização dos transportes
#7 - Apoia a aquisição de veículos de zero emissões
É dado um apoio de 20 milhões de euros para a aquisição de veículos elétricos: ligeiros de passageiros; bicicletas elétricas e convencionais; motociclos e dispositivos de mobilidade; carregadores de veículos elétricos.
O apoio é de 4 mil euros na compra de um veículo elétrico ligeiro de passageiros até 38.500 euros, majorados para 5 mil euros por veículo se for usado por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). O apoio obriga o abate do atual veículo ligeiro de passageiros.
#7 - Implementa a Estratégia Nacional de Mobilidade Ativa
É criada uma linha de apoio de 3 milhões de euros para acelerar a construção de ciclovias no âmbito do Portugal Ciclável 2030. É ainda reforçado o apoio à aquisição de bicicletas e sistemas de estacionamento de bicicletas pela administração pública, no valor de 200 mil euros em 2024.
Medidas para Mercadorias
I. Alavanca a competitividade do transporte ferroviário
#8 - Apoia a ferrovia de mercadorias pelos custos externos evitados
É dado um apoio de 9 milhões de euros por ano entre 2024 e 2028 aos operadores ferroviários nacionais de mercadorias, com base nos custos externos evitados. O apoio é atribuído com base no volume de toneladas/km transportadas e é gerido e financiado pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes.
#9 - Estabelece o limite de aumento da Taxa de Utilização de Infraestrutura em 2024
II. Incentiva a descarbonização e digitalização dos transportes
#10 - Apoia a aquisição de veículos de mercadorias de emissões nulas
É dado um apoio para a aquisição de veículos emissões nulas dedicados à logística no valor de 3,5 milhões de euros: ligeiros de mercadorias elétricos e bicicletas de carga elétricas ou convencionais.
O apoio é de 6 mil euros por veículo ligeiro de mercadorias, num total de 1,2 milhões de euros, representando um aumento de 33% em relação a 2023.
É ainda dado um apoio de 1 500 € por bicicleta elétrica e de 1 000 € por bicicleta convencional, num total de 300 mil euros.
#11 - Apoia a instalação dos novos tacógrafos digitais de 2.ª geração no transporte rodoviário de mercadorias
É lançado um apoio de 2,5 milhões de euros para a aquisição de tacógrafos digitais de 2ª geração no transporte rodoviário de mercadorias. Aplica-se a empresas e veículos com licenciamento para a operação internacional obrigados a substituir tacógrafos até 31/12/2024.
III. Apoia o desenvolvimento de logística urbana sustentável
#12 - Apoia a capacitação das autoridades locais em logística urbana | Apoia pilotos de logística urbana
É dado um apoio de 2 milhões de euros aos Municípios, às Comunidades Intermunicipais e às Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e é lançado o Guião de Logística Urbana Sustentável para partilhar boas práticas de entre as Autoridades de Transporte.
Este Pacote Mobilidade Verde representa um passo significativo para uma mobilidade mais eficiente e sustentável em Portugal, promovendo a modernização e a descarbonização dos transportes, tanto para passageiros como para mercadorias.
“…. O apoio obriga o abate do atual veículo ligeiro de passageiros….”
Estava a ver que não.
Até hoje tem sido um negócio e um regabofe.
+1
A “Medida 7” quando entra em vigor? É agora ou em janeiro de 2025?
E quando é que acaba com o monopólio da Mobi.e? Farto de pagar valores estupidamente altos em taxas e fadinhas para alimentar chulos.
Podem reformular, mas é graças à Mobi.e que não temos uma estrutura fragmentada como em Espanha, que é um pesadelo usar os carregadores lá. Por outro lado, tb deve ser graças à Mobi.e que a Tesla não tem implementado mais superchargers no país!!!
+1
Liberalizem esse setor, conforme está não beneficia o consumidor final nem promove a mobilidade elétrica.
exacto. Centralismos implicam mais problemas.
Por causa da Mobi-e não temos mais Superchargers Tesla (por exemplo), não temos carregadores onde apenas colocas o teu cartão multibanco e pagas o consumo. Precisas ter sempre cartõeszinhos e apps e andar em ginásticas para ver qual a combinação posto+cartão em que pagas menos.
Ainda há umas semanas estava a tentar ajudar uns franceses que foram a um shopping e queriam carregar mas os carregadores só davam com cartão. Os coitados só tinham instalado a app e não tinham cartão. Resultado, lá tiveram de ir para outro lado da cidade carregar o carro.
Enfim. Para um povo que sempre gostou do “desenrrascar” e simplificar – somos muito complicadinhos no que toca a estas coisas. Dizem as más linguas que é para dar uma ajudinhas aos lobbies 😀
@JL malvado do presidente da Paulo Duarte que veio dizer isto no expresso:
Segundo Rui Rei, presidente da Parques Tejo, um 100% elétrico custa uns €230 mil, enquanto a gasóleo custa “menos de metade”. Nos pesados, Gustavo Paulo Duarte, CEO da Transpor- tes Paulo Duarte, garante que a eletrificação não funciona. “Não podemos parar para carregar os camiões nem em pontos ultrarrá- pidos. Há postos nas fronteiras que gastam 17 cisternas de combustível por dia. A eletricidade não substi- tui isso”, alerta. Para este gestor, “a captura e armazenamento de carbono é a solução.
+1! Acabem com a Mobi.e!
Sim, vamos mesmo trocar um bom carro a combustão com 5 anos e valor de mercado atual acima dos 10/15mil euros para um desconto de 4 mil se for abatido, mais vale vender ou retoma.
Depende, eu tenho um combustão com 16 anos com valor de mercado a vendar a particular na casa dos 3k e a stand duvido que dêm mais de 2k, seria uma optima aposta…
e sim estou a ponderar um eletrico…
Um carro elétrico só tem valor na compra… 70% do preço dele é Bateria… E infelizmente a bateria degrada-se com os ciclos… Na combustão um carro com os mesmos km troca o kit de distribuição ( 600 euros) e num elétrico são pelo menos 25.000 euros com desconto
what? um kit distribuição é tipicamente aos 120k km, um segundo aos 240k km, até lá tens n revisões, tipicamente a cada 15/20k km, vamos aqui comparar um C3 com e-C3, C3 1.2 THP 100, uma revisão por ano 250€, 6 anos para chegar aos 120k km para a revisão da distribuição e tens uma especial aos 240k km.
vamos então assumir 12 anos com o carro, gastas uns 5k em manutenção programada.
o e-c3 no mesmo periodo gastas uns 500€, pois é só a cada 2 anos e é basicamente o filtro do habitaculo e ocasionalmente o oleo dos travões.
Só em manutenção programada está 4,500€ mais barato em 12 anos.
vamos a custo utilização em combustivel THP consumo médio casa dos 6 litros, os mesmos 15k ano, e assumindo um preço de 2€ durante os 12 anos (sonhador) gastas 22,000€.
o eletrico com consumo 16kwh a 25 centimos com IVA nos 12 anos (plausivel) gastas 7,500€.
Ou seja menos 14,500€, com a poupança da manutenção tens um total 19,000€
e quanto custa a bateria do e-c3? simples com uma quimica LFP e um capacidade de 45kwh o preço à citroen aos dias de hoje deverá rondar os 6,000€ pack, previsão para daqui a 12 anos será 2,250€.
Quanto a durabilidade, as LFP duram tipicamente 2,000 a 5,000 ciclos, assumingo os 2,000 e a Km assumida o tipico utilizador efetua 75 ciclos por ano que reflete-se em 26 anos até chegar aos 80% de capacidade, mesmo a duplicar os ciclos é 13 anos e uma bateria mesmo a 80% é capaz de fazer 210km reais por carga que é mais do que suficiente para muitos utilizadores, logo a probabilidade de alguma vez ser trocada é diminuta.
aos 19,000€ temos de descontar os 7,000€ adicionais ao preço de compra, mas mesmo assim, com uma utilizadação reduzida ao longo de 12 anos poupas 12,000€ ou qualquer coisa como 1,000€ ano…
Não tenho carro de plástico… Tenho um Lancia Lybra 1.9 JTD com 450 mil e só trocou um kit de embraiagem e 4 de distribuição, 8 pastilhas… Uma luz de marcha atrás… Tem 20 anos… Vai lá fazer isso num carro francês ou elétrico…
Alguém já viu algo sem segundas intenções por parte do governo?
O culminar das operações é unicamente o ” controlo” tal como fazem com os drones, os carritos elétricos vão funcionar só onde eles quiserem e quando quiserem, apesar de gravar, filmar e registar tudo que se faça com o carrito ecológico… Se eles quiserem combater a poluição desenvolviam barcos e aviões com outra propulsão ( instalem o boat radar e o Flightradar24) e vejam que o planeta está coberto de entulho… E agora querem que uma pessoa entregue um carro que funciona sempre por um carro que nós vai chibar e funcionar quando eles quiserem….
Deixa dessas teorias doidas e pesquisa sobre aviões e barcos com outras propulsões. Estas já existem..
Veremos as teorias .. até hoje acertei em todas e já cá ando á quase 50 anos… Vai ficar tudo apeado…