Google, Facebook e Twitter podem ser multados por Bruxelas
A União Europeia está planear multar a Google, Facebook, Twitter e outras plataformas online que não removam, no espaço de uma hora, o conteúdo extremista das suas plataformas. Em Bruxelas o legislador europeu está a avaliar a melhor forma de precaver a situação e evitar a propagação do ódio nas redes sociais.
Em causa está a recorrente utilização dos meios online para espalhar conteúdos extremistas. Mas há mais a ser dito. Portanto, para as grandes tecnológicas este pode ser o próximo grande desafio.
O novo pacote de medidas voltou a ser uma prioridade no seio da União perante o recente massacre na Nova Zelândia. Situação durante a qual tivemos a transmissão em direto, o live streaming para as plataformas do Facebook. Note-se que o acusado tirou proveito das redes sociais para transmitir tudo, em direto.
A utilização das redes sociais para a propagação do extremismo
Foi assim que milhares de pessoas puderam assistir, incrédulas, à barbárie que ocorreu naquele pacato país, vitimando 50 pessoas em março último. Assim, apercebemo-nos de que apesar de as redes sociais nos darem mais liberdade, ao mesmo tempo também exigem maior responsabilidade. Sobretudo do utilizador final.
Porém, é improvável que por si só o comum utilizador se abstenha de ver, comentar ou partilhar algum tipo de conteúdo extremista. Portanto, aos olhos de Bruxelas, é necessário agir e punir a inação da Google, Facebook, Twitter. Ou de qualquer outra plataforma online se, no prazo de uma hora, não removerem esse conteúdo.
Para tal, Bruxelas está a delinear uma nova previsão legal que lhe permitirá multar estas plataformas online em caso de inação. Mais concretamente, a multa pode chegar a 4% do volume anual de receitas da empresa em questão, mas não é consensual. Aliás, durante a votação desta segunda-feira (8) tem vindo a ser adiada.
Bruxelas já tomou a iniciativa
Ainda assim, de acordo com a agência Reuters, o comité europeu encarregue do assunto, acabou por votar hoje a favor da nova proposta. Mais concretamente, com 35 votos a favor, 1 contra e 8 abstenções. Perante este desfecho a proposta requer agora a votação do plenário, já agendada para a próxima semana.
Além disso, exigirá também o triálogo entre os três orgãos legislativos da União. A saber, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e, por fim, o Conselho. Mais ainda, todo a produção normativa tem que se articular entre várias etapas. Nesse sentido, pode consultar todo o processo, através desta ligação.
A primeira hora é crucial para evitar a disseminação deste tipo de conteúdos. Só assim, cortando o mal pela raíz, se pode mitigar ou impedir a escalada nas partilhas, comentários e interação. Em síntese, o legislador europeu está seguro que este é o prazo máximo ideal para, eficazmente, impedir a propagação do ódio.
As consequências para o Google, Twitter e Facebook
A fim de conter este tipo de situações, as plataformas poderão ser punidas por Bruxelas. Mais uma vez, caso não removam eficazmente, no prazo de uma hora, conteúdo extremista dos seus serviços, plataformas e meios online. Em suma, a rapidez será crucial, e a omissão inação poderá vir a ser punida na Europa.
Contudo, Bruxelas está ciente que tal media poderia prejudicar as pequenas plataformas online. Entidades não tão poderosas como a Google, Facebook ou Twitter que poderiam não conseguir suportar a aplicação de tais multas, sem estar aqui a descurar a defesa dos direitos humanos ou da liberdade de expressão.
Ainda assim, ciente de que não será fácil equilibrar todos os princípios e liberdades vigentes, Bruxelas pretende agir. Afirmando que as grandes tecnológicas não fazem o suficiente para evitar situações deste género. Falhando assim a iniciativa própria das empresas, a Europa pode adotar medidas mais fortes.
O impacto das redes sociais e plataformas online
O exemplo do Facebook é perfeito para ilustrar a situação. Ainda que a rede social tenha eliminado 1,5 milhões de vídeos alusivos ao massacre da Nova Zelândia, demorou até 24 horas. Nesse intervalo de tempo é impossível precisar a quantidade de pessoas que possam ter visto e guardado este tipo de conteúdos.
Bruxelas teme que tal se torne numa faísca para o despontar de novos atentados. Perante o alcance inegável das redes sociais, seja o Facebook ou Twitter e Instagram, tudo o que partilhamos pode chegar à outra ponta do mundo. E, aí, nunca sabemos de que forma é que tal terá impacto na pessoa que o está a ver.
Neste momento, empresas como a Google, Facebook ou o Twitter utilizam vários meios para moderar os conteúdos partilhados. Seja através de algoritmos, filtros e mecanismos automatizados. Além da curadoria humana. Porém, por norma, acabam por utilizar maioritariamente o primeiro meio nesta tarefa hercúlea.
Do Google para o Twitter, do Twitter, para o Facebook e vice-versa...
Ainda assim, quando algum tipo de conteúdo impróprio é removido de uma plataforma, acaba simplesmente pro surgir numa outra. O resultado? Uma tarefa quase impossível. Acompanhar a distribuição de uma temática e remoção da mesma é delicado. Algo que se aplica não só às empresas, mas também às autoridades.
Tudo isto levará Bruxelas a agir. Pode não ser com a atual proposta, mas será algo similar. Ao mesmo tempo, perante as preocupações de que as empresas de menores dimensões possam ser "abafadas", Bruxelas aconselha as autoridades a terem em consideração a dimensão de cada entidade.
Assim, se no espaço de uma hora um determinado conteúdo não for removido, a empresa será notificada. A partir de aí terá um prazo adicional de 12 horas pare resolver a situação. Note-se ainda que, de acordo com a proposta de Bruxelas, será o governo de cada estado-membro a criar os órgãos responsáveis pela vigia.
Por fim, o prazo de uma hora começará a correr a partir do momento em que o órgão é alertado para a ocorrência. A partir daí, o relógio começa a contar, tendo as plataformas que o remover tempestivamente. Em caso contrário, serão acionadas as possíveis medidas legais.
Agora, resta saber se a proposta será, ou não, aprovada por Bruxelas. Será um processo que aqui acompanharemos no Pplware.
Este artigo tem mais de um ano
Fonte: Reuters
Neste artigo: Facebook, Google, Twitter, União Europeia
Finalmente!
“multar a Google, Facebook, Twitter e outras plataformas online que não removam, no espaço de uma hora, o conteúdo extremista das suas plataformas”
Eu quero multar os países que não removam os ativistas em 5 minutos 🙂
comentar algo de útil é que tá quieto…
Censura portanto. As pessoas devem ser por elas proprias capazes de discernir situações extremistas.
Claro que sim, as pessoas são óptimas a julgar os outros, portanto estamos descansados nas suas decisões!!!!!!
CAMBRIDGE ANALITIKA!!!!!
Como dizem no artigo… Tarefa impossível porque tiram de um lado A e no entanto já apareceu noutro B de onde voltou a ser partilhado no lado A…
No entanto parece uns primeiros passos no sentido da censura. Bloquar conteudos extremistas..daque nada estamos a bloquear as Catarinas e as Marianas… também podem ser consideradas extremistas mas na outra ponta 🙂
Posso fazer uma pergunta? É conteúdos extremistas de entidades como o estado islâmico e outras organizações que promovem o extremismo islâmico, que fazer com essas? Deixamos estas também andarem na rede?
Tem de ser, se a ideia é liberdade de expressão… Agora podes é ter uma maior supervisão do que eles andam a fazer e ir contactando com as autoridades responsáveis sempre que tal aconteça… Mas censura não é solução, no fundo só piora, só estão a fazer com que eles procurem meios alternativos…
Falta de consciência e cultura das pessoas está a transformar o mundo num rebanho cada vez mais global que já deixou de pensar há muito tempo. Se cada um dedicasse 10 minutos por dia a meditar, a falar consigo mesmo, acredito que sentimentos de empatia e integridade viriam a eliminar, naturalmente, muitos dos males na sociedade. Mas como preferimos por mais regras e fazer leis superficiais vamos continuar a caminhar para o absurdo e para ignorância cada vez mais acentuada e destruidora, isto numa larga escala, porque individualmente são todos uns príncipes e princesas como dizia o outro.
A Comissão Europeia é dirigida por muitos políticos dos quais se destacam uma grande quantidade de corruptos basta ver o que acontece em Portugal e não lhes interessa a liberdade de expressão porque não querem que se saiba o que fazem de mal aos cidadãos é precisamente por isso que vão fazer tudo para que se saiba o menos possível os males que fazem e a corrupção que praticam. há lá muita gente honesta mas a maioria vivem da corrupção e do favorecimento a amigos. OLHEM BEM PARA PORTUGAL UM PAIS ONDE A CORRUPÇÃO ESTÁ A MATAR OS MAIS DESFAVORECIDOS E A UNIÃO EUROPEIA NADA FAZ. TENHO DITO.
Esta proposta vai dar cabo de serviços mais pequenos (hosters de serviços de email e afins), que tem equipas mais pequenas.
O facebook é uma empresa multinacional com 80000 funcionários, eles tem a capacidade de obedecer a isto.
Há serviços de cloud e email, ou fornecedores de hosting mais pequenos com equipas de 3 a 5 pessoas.
Não conseguem ter pessoas de prevenção 24h sobre 24h para responder a este tipo de emails no prazo de uma hora.
Aplicar prazos destes por igual a toda as emresas, desde os facebooks do mundo a um por exemplo a um hoster independente com uma equipa de 3 pessoas é de loucos.
É uma preocupação do legislador europeu. Aliás, esse juízo discricionário será entregue às autoridades nacionais futuramente encarregues do “patrulhamento” online.
A minha resposta à parte dos governos nacionais está no meu post mais abaixo. Devia ter postado tudo junto 🙂
Eu percebo a necessidade de lutar contra esse tipo de conteúdos online. Se eu fosse administrador de uma plataforma onde alguém colocasse o vídeo de por exemplo, o ataque terrorista às mesquitas na Nova Zelândia (que foi transmitido em direto no facebook), eu apagava isso mal soubesse, e apagava a conta da pessoa e denunciava às autoridades.
Mas fica também a pergunta de o que é considerado extremismo pelos vários governos da União Europeia. Por exemplo, na Alemanha o diretor do equivalente ao SIS deu uma entrevista a dizer que; tudo é esquerda do SPD, o equivalente ao PS na Alemanha é extremismo.
Na Hungria onde há um Governo proto-fascista, muita da oposição é considerada extremista.
Como disse concordo que se deve combater coisas como as que aconteceram com o caso da Nova Zelândia. Mas tenho muitas dúvidas que esta seja a melhor maneira.
Isto abre a porta a censura por parte de Governos. A notícia diz que Bruxelas está ciente que pode prejudicar plataformas mais pequenas e que tem que ter em conta a liberdade de expressão. Ok, que mecanismos tem para evitar isso? ….
Que estupidez de medida, a meu ver. Apertar o cerco aos extremitas vai apertar o cerco a todos. Depois vem a conversa que já não há direito de expressão. Vamos todos acabar a partilhar apenas conteúdo politicamente correto e socialmente porreiro a menos que sejamos comediantes profissional… Pelo andar da coisa acho que vou já começar a ver uns cursos.
apenas digo; “”O monstro do Artigo 13 e o fim da Internet””
FIM DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO…!!!