Europa: Jovens estão a comprar mais produtos falsificados, mas recorrem menos a pirataria
A pirataria e contrafação continuam a ser negócios que movem muito dinheiro e prejudicam gravemente algumas indústrias. Num estudo recente, divulgado pelo Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), é feita uma análise ao perfil dos jovens europeus relativa aos seus comportamentos face à violação da propriedade intelectual num contexto pós-pandémico.
Os jovens europeus compram mais produtos falsificados e continuam a aceder a conteúdos pirateados.
A edição de 2022 do Painel de Avaliação da Propriedade Intelectual e Juventude, divulgada hoje pelo Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), fornece uma atualização sobre os comportamentos dos jovens face à violação da propriedade intelectual num contexto pós-pandémico.
A análise quantitativa de 2022 foi realizada entre um total de 22 021 jovens, com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos nos 27 Estados-Membros da UE, entre 7 e 28 de fevereiro de 2022.
O inquérito analisa os dois lados da violação da propriedade intelectual: as tendências dos jovens que compram bens contrafeitos e o acesso a conteúdos pirateados, avaliando as tendências desde 2016.
Segundo o relatório, 52% dos jovens inquiridos tinha adquirido pelo menos um produto falso online durante o ano que passou, intencionalmente ou de forma acidental, e 33% tinha acedido a conteúdos ilegais.
Compra de produtos contrafeitos
Refletindo o contexto pós-pandémico, o novo inquérito confirmou que 37% dos jovens compraram intencionalmente um ou vários produtos falsificados, o que constitui um aumento significativo em relação aos resultados anteriores que se ficava pelos 14% em 2019. O número varia consideravelmente por país, sendo a percentagem mais elevada registada na Grécia de 62 % e a mais baixa na República Checa 24%.
Já em Portugal, o número é de 34%, ligeiramente abaixo da média, com o vestuário e os dispositivos eletrónicos no topo das escolhas.
Olhando ao total dos inquiridos, os produtos contrafeitos que os jovens mais compram intencionalmente são roupas e acessórios (17%), seguidos de calçado (14%), dispositivos eletrónicos (13%), e higiene, cosméticos, cuidados pessoais e perfumes (12%).
Porém, os jovens são igualmente induzidos a comprar produtos falsificados: a compra não intencional de produtos falsificados também se situa nos 37 % e os inquiridos reconheceram dificuldades em distinguir os produtos genuínos das falsificações. 48% dos inquiridos não tinham comprado tais produtos ou não tinham a certeza de o terem feito.
Pirataria na Internet
No que diz respeito aos conteúdos digitais, o acesso a partir de fontes legais está a ganhar terreno entre as gerações mais jovens. 60% disseram não ter utilizado, reproduzido, descarregado ou transmitido conteúdos de fontes ilegais no ano passado, em comparação com 51% em 2019, e 40% em 2016, confirmando assim a tendência.
No entanto, a pirataria intencional mantém-se estável, com 21% dos jovens consumidores a reconhecerem ter acedido conscientemente a conteúdos pirateados nos últimos 12 meses. Uma proporção significativa de jovens foi enganada no acesso a conteúdos pirateados. 12% acederam a conteúdos pirateados de forma acidental e 7% não sabem se o fizeram. O principal tipo de conteúdos pirateados foram filmes com 61 % e séries televisivas com 52%, com 36% segue-se a música, utilizando sobretudo websites dedicados, aplicações e plataformas de redes sociais.
Em Portugal, 17% dos inquiridos referiu ter acedido intencionalmente a conteúdos pirateados, onde filmes e séries estão claramente no topo com 73% e 72%, respetivamente.
Face a estes novos resultados, o diretor executivo do EUIPO, Christian Archambeau, afirmou:
Esta terceira edição do Painel de Avaliação da PI e Juventude, publicada durante o Ano Europeu da Juventude, confirma as tendências identificadas nas edições anteriores e oferece uma visão mais rica sobre as perceções e atitudes dos jovens. Numa altura em que o comércio eletrónico e o consumo digital têm vindo a crescer significativamente, o aumento da compra intencional e não intencional de bens falsificados é uma tendência preocupante. Quanto à pirataria, esta não diminuiu, mesmo que os jovens consumidores prefiram cada vez mais conteúdos provenientes de fontes legais. Esta nova análise fornece um instrumento valioso para ajudar as partes interessadas, os decisores políticos, os educadores e as organizações da sociedade civil a criar iniciativas de sensibilização para apoiar as escolhas informadas dos nossos jovens cidadãos e consumidores.
Principais fatores que levam à compra de falsificações e acesso a conteúdos pirateados
Enquanto o preço e a disponibilidade continuam a ser as principais razões para comprar produtos falsificados e aceder intencionalmente a conteúdos pirateados, as influências sociais, tais como o comportamento da família, amigos ou pessoas que conhecem, estão a ganhar um terreno significativo.
Outros fatores incluem não se importar se o produto é uma falsificação (ou se a fonte do conteúdo é ilegal), não notar qualquer diferença entre produtos originais e falsificados e a facilidade de encontrar ou encomendar produtos falsificados online. Um em cada 10 inquiridos mencionou recomendações de influenciadores ou pessoas famosas.
O que leva os jovens a pensar duas vezes?
Tanto no caso dos produtos, como dos conteúdos digitais, os jovens mencionaram os riscos pessoais de fraude cibernética e as ciberameaças como fatores importantes que condicionariam os seus comportamentos.
Além disso, questões como uma melhor compreensão do impacto negativo sobre o ambiente ou sobre a sociedade são agora mais amplamente mencionadas pelos jovens inquiridos.
Este artigo tem mais de um ano
“Produtos de higiene”?!
Isso existe? Qual é a ideia?…
Tenho conta partilhada do Disney +, tenho Prime e Apple Music, que por ser estudante oferece o Apple TV+, mas mesmo assim há muito conteúdo a faltar e os preços da Netflix não estão propriamente amigáveis. Sou estudante a tempo inteiro e o dinheiro só estica até certo ponto.
Por enquanto ainda podes ter Netflix partilhada, eu só tenho porque partilho, quando acabarem com isso, volto aos meus dias de pirata, até tenho um papagaio e tudo 🙂
Estudante a tempo inteiro e com tempo para usufruir de todos esses serviços e ainda achar que há “muito conteudo em falta”. Se calhar também tem tempo para ter Netflix, HBO e mais uns quantos, não?
E que tal tirar um serviço e arranjar um part-time. Fazia-lhe bem, crescia em vários sentidos. Só uma ideia.
E uma pessoa tem que fazer o que os outros pensam. Já não se pode vivera vida como uma pessoa entende, se calhar faz-lhe é falta a si arranjar algo com que se entreter e deixar a vida dos outros para os outros.
(comentário neutro)
É triste, mas parece que quando vamos ler um Artigo e/ou Comentário ao Artigo, estamos sempre a analisar para arranjar uma maneira de o criticar, de espetar uma alfinetada… Infelizmente, parece ser assim. 🙁
(comentário neutro)
Até parece que tenho que me justificar a um zé qualquer na net que não sabe de nada da minha vida
todos os jogos que jogo sao piratas nao estou-me a ver dar 70 euros por um jogo e tenho o spotify premium gratuito faz anos quero mais que o governo do bosto e o regime se explodam
Gostas de usar o que os outros fazem, mas nao gostas de pagar pelo trabalho que eles exercem… que lindo
Muitos jogos nem 1€ mereciam.
Vêm para o mercado cheios de bugs que não foram corrigidos na Beta…
A pirataria baixou porque? Simples. Spotify gratis e suportado pela publicidade, contas partilhadas, lojas como a Epic games que dispõe jogos gratuitos semanais, Amazon com jogos gratuitos mensais e mesmo a GOG ou Ubisoft. Querem mais? Tudo tem a ver com o “preço”, mais nada.
já há muito se diz que se os preços baixassem, a pirataria baixava. Esta aqui a prova e basta ver pelas contas partilhadas. Quando isso acabar, aumenta a pirataria e as subscrições baixam.
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Tudo tem um preço!
Por exemplo dantes era normal as pessoais piratearem o Windows. Hoje em dia consegue-se chaves a 10% do preço original e por isso mais vale pagar 10€ e estar legal.
Nos jogos é a mesma coisa. Se custassem 5 ou 10€ se calhar iriam ganhar o mesmo. 70€ é um abuso para jogos que muitas vezes se completam em 2 ou 3 dias.
Chamar pirataria a partilha de ficheiros para fins educacionais ou culturais chega a ser insultuoso. Não fossem os torrents e não existia spotify nem netflix nem geforce now. Eu não vejo ninguem chamar pirata a alguem que pede um dvd ao amigo para ver um filme ou jogar um jogo de ps5. Chama se partilha e não mal nenhum
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Se não fosse a pirataria por exemplo o Top Gear não teria tido o sucesso que teve. 99% das pessoas não iria ter conhecimento do programa e apresentadores.
E isto serve para muita banda, jogos, filmes, séries, etc…
Querem vender os produtos/serviços a preço de diamante e depois queixam-se que ninguém compra!