Apple e Microsoft querem que a UE abra uma exceção à Lei dos Mercados Digitais
A Lei dos Mercados e Serviços Digitais é juridicamente aplicável, na União Europeia (UE), desde 25 de agosto. Contudo, a Apple e a Microsoft não querem que esta se aplique a todos os seus serviços, devendo ser deixados de fora o iMessage e o Bing, respetivamente.
A Lei dos Mercados e Serviços Digitais tem por objetivo pôr termo a algumas práticas abusivas conduzidas por grandes empresas tecnológicas. Embora sejam obrigadas a cumprir as regras, há duas que estão a procurar uma saída para proteger alguns dos seus serviços.
É o caso da Apple e da Microsoft, que argumentam que os seus serviços não são suficientemente populares para estarem sujeitos a regulamentação.
Por um lado, a Microsoft...
Segundo o Financial Times, a Microsoft não quer que o Bing seja considerado um gatekeeper.
De acordo com a Lei dos Mercados e Serviços Digitais, esta designação aplica-se a empresas com uma capitalização bolsista superior a 75 mil milhões de euros, que forneçam um serviço web básico e que tenham um tráfego mensal de 45 mil milhões de utilizadores ativos.
Embora a lista de serviços considerados gatekeepers não tenha sido publicada, a Microsoft está a tentar convencer a UE a deixar o seu Bing de fora.
A empresa tecnológica argumenta que este tem apenas 3% da quota de mercado, pelo que obrigá-lo a cumprir as regras prejudicaria a sua posição face ao Google.
Entre outras coisas, a lei obriga a uma interoperabilidade entre os serviços das várias empresas e exige que estas partilhem os seus dados com as pequenas empresas.
A fim de promover a concorrência, as grandes empresas tecnológicas não poderão dar prioridade aos seus serviços em relação aos dos concorrentes mais pequenos, nem impedir os utilizadores de desinstalar uma aplicação ou um programa predefinido.
De acordo com os números mais recentes do Bing, o motor de pesquisa da Microsoft atingiu pouco menos de 100 milhões de utilizadores ativos diários, em março.
Mesmo com a implementação do ChatGPT, os números não se alteraram muito, e o Google continua a ser um rival de peso. O Bing e o Edge ganharam terreno nos últimos meses, embora não o suficiente para serem considerados gatekeepers.
Por outro, a Apple...
Semelhante à Microsoft, a Apple também considera que o iMessage não é suficientemente popular para estar sujeito à Lei dos Mercados e Serviços Digitais imposta pela UE.
Afinal, embora esteja instalado por predefinição no iPhone, a sua popularidade continua muito aquém da do WhatsApp.
Se o iMessage assumir a posição dos serviços de mensagens mais populares, a Apple terá de assegurar a sua interoperabilidade. Mas apesar de a possibilidade de enviar mensagens entre plataformas ser um pedido constante dos utilizadores, a empresa de Cupertino tem mantido o seu ecossistema fechado.
Sabe-se que a UE designará de gatekeepers plataformas como o Instagram, Facebook e TikTok, bem como motores de pesquisa, como o Google, e outros serviços da Amazon e da Meta. Para o Bing e o iMessage ainda haverá esperança, pois a UE poderia iniciar uma investigação para determinar se faz ou não sentido que fiquem sujeitos à lei.
Este artigo tem mais de um ano
Ou é para todos ou é para nenhum.
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De facto o WhatsApp é o serviço de mensagens instantâneas mais usado. Não há nenhum grupo a que pertença, familiar ou outro, que não use o WhatsApp. Ainda agora, de férias, uma empresa que não estava a perceber o que eu queria pediu para enviar os documentos por WhatsApp.
A questão é adotar o RCS da Google que não interessa a ninguém? A Apple adotava o RCS e depois a maior parte do pessoal do Android não usa? Agora viu-se, começou-se a falar de mensagens por satélite e o RCS desapareceu da conversa.
Tanta desinformação num só comentário, em primeiro lugar o RCS não pertence nem foi criado pela Google, o protocolo foi desenvolvido pela GSM Association e foi criado como substituto às MMS. Desde que a Google adoptou o protocolo de forma nativa na app de mensagens tem promovido ativamente a adoção do mesmo, e ativamente contribuído para a evolução do RCS no entanto continua a ser um protocolo que não lhe pertence.
Segundo a maioria dos utilizadores Android na Europa usa RCS uma vez que é o protocolo que vem ativo por defeito quando compras um telemóvel novo, na minha lista de contatos ou são utilizadores de iPhone ou RCS geralmente está disponível.
Envio de mensagens através de satélite nada tem a ver com RCS, RCS é um protocolo de comunicação tal como SMS ou MMS ou iMessage, enquanto o uso de satélite é um protocolo de transmissão tal como 4G, 5G ou WiFi, qualquer um deles pode ser usado para enviar mensagens por RCS no entanto porque as comunicações por satélite têm uma largura de banda mais limitada que as tradicionais e são mais caras neste momento apenas consegues enviar mensagens de texto simples.
Resumindo, o pessoal do Android usa o WhatsApp e não quer saber do RCS. Essa é que é a questão. “Ah e tal, o WhatsApp é uma app de terceiros, não é nativa do SO …” Quem é que quer saber disso? Quer é que o conteúdo das mensagens chegue a todos, sem querer saber que os Android têm ou não o RCS ativo ou se alguém do grupo usa iPhone.
E não, o RCS destinava-se a substituir o SMS, que o iMessage é compatível e o RCS não. Procura agora por “Android mensagens por satélite” e vê lá se há referências ao RCS.
Tens claramente conceitos todos baralhados, iMessage e SMS são protocolos de comunicação diferentes e não são compatíveis.
Quando envias uma mensagem de texto na aplicação do iPhone ele envia essa mesma mensagem usando o protocolo de iMessage para outros iPhones e o protocolo de SMS para não iPhones, se colocares conteúdo multimédia na mensagem ele continuará a enviar usado o protocolo do iMessage para iPhones e irá tentar converter a mensagem para MMS para outros equipamentos, tu pensas que os protocolos são compatíveis porque o processo é feito de forma automática mas são dois protocolos completamente diferentes e separados.
Nos Android com RCS faz exatamente o mesmo, se o telemóvel de destino suportar RCS o conteúdo é enviado usando RCS, se o destino não tiver RCS activo ou for um iPhone a mensagem é convertida para SMS ou MMS conforme o conteúdo, e é enviada dessa forma.
iMessage e RCS podem comunicar usando vários meios de transporte como rede móvel ou WiFi, relativamente a comunicações de satélite é apenas mais um método de transporte, o iPhone quando envia uma mensagem de emergência utilizando o serviço de satélite envia-a para os servidores da Apple que reencaminha as mensagens para os serviços de emergência e contacto de emergência caso tenhas configurado, é possível que o protocolo usado para encapsular a mensagem seja o mesmo que o iMessage mas até pode ser um protocolo criado especificamente para comunicação através de satélite que tu nunca saberias uma vez que o processo é automático, a Qualcomm irá lançar um serviço semelhante para Android, é possível que seja RCS mas até pode ser uma tecnologia totalmente diferente porque uma coisa é o protocolo de aplicação SMS/MMS/RCS/iMessage outro é o transporte rede móvel/Wi-Fi/satélite.
E no fim, todos usam o WhatsApp, com múltiplos benefícios, assunto de que foges como o diabo da cruz 😉
A Apple tinha que tornar o iMessage compatível com o WhatsApp e – vamos supor, o que é uma mera suposição, porque Tim Cook já redisse que RCS nem pensar – com o RCS. Não é mais simples e linear que todos instalem o WhatsApp, que é o que já acontece?
Explica-me lá que benefícios tem o WhatsApp em relação RCS?
Ambos suportam:
Encriptação ponto-a-ponto entre utilizadores, mensagens de grupo, indicação de mensagens a serem escritas, quando são entregues e lidas, suportam o envio de ficheiros multimédia sendo que RCS tem um limite de 100mb enquanto WhatsApp apenas suporta até 16mb, mas diz-me lá que funcionalidade exclusiva o WhatsApp tem tão mais superior ao RCS.
E já agora qual é a lógica se há uma alternativa open source que é gratuita de defender a adopção de protocolos fechados e proprietários que apenas beneficam os gigantes tecnológicos, ao contrário do RCS que é aberto e descentralizado e apenas precisas de ter um cartão SIM, tu para puderes usar WhatsApp precisas para além de um cartão SIM de instalar uma app extra, criar uma conta com a Meta que faz recolha dos teus dados para enriquecer a ela própria, o iMessage obriga-te a ter um cartão SIM, um equipamento de uma marca específica e também a criar uma conta que permite a Apple recolher informações sobre ti.
Para usares RCS só precisas de ter um número de telefone, não precisas de partilhar dados pessoais com ninguém, ninguém recolhe informações sobre ti, com quem falas, quanto tempo passas a usar a a aplicação, etc…
Lá chegaste, finalmente, à suposta superioridade, do RCS para quem tenha Android – ou iPhone – em relação ao WhatsApp. Não considero isso um assunto, nem que a UE queira compatibilizar o iMessage (Apple) com o RCS/Mensagens da Google, a menos que a UE também queira que a Google compatibilize o RCS/Mensagens do Android com o WhatsApp.
Mas passando ao concreto. A MEO, pelo envio de fotos e vídeos pelo iMessage obriga-me a pagá-los a parte (nada barato). Que é que eu tenho que fazer? Selecionar as fotos e vídeos e indicar que as quero enviar por WhatsApp (ou outro cliente de mensagens). Simples e intuitivo. O mesmo, por certo, faz o pessoal do Android.
Tanto renhó-nhó – “E a Apple tem que adotar o RCS. São exclusivistas com o iMessage!” – afinal não vai dar em nada.