Apagão: comunicação do Governo contribuiu para a desinformação
Comunicar nem sempre é fácil. Comunicar em situações de crise, torna-se ainda mais complexo e difícil. Um estudo recente indica que a comunicação do Governo durante o apagão contribuiu para a desinformação.
Estudo da MediaLab do ISCTE
Segundo um estudo de investigadores do MediaLab do ISCTE, a informação divulgada pelo Governo criou um “vácuo informativo explorado por conteúdos virais” cujo impacto foi “ampliado por erros mediáticos”.
Além disso, o documento refere também que houve a contradição entre declarações de membros do Governo, designadamente, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e o ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, que refletiram “respostas iniciais distintas no âmbito da comunicação do Governo e num muito curto espaço de tempo”. O ministro Castro Almeida admitiu inclusive que "apagão" poderia ter sido causado por ciberataque.
No dia 28 de abril foram publicadas 25 notícias em órgãos de comunicação social sobre as declarações do ministro da Coesão e 18 artigos com as declarações do ministro da Presidência.
Ainda segundo o estudo, ao nível do Facebook a notícia que coloca a hipótese do ciberataque obteve três vezes mais interações do que a notícia que de que o Governo estava a acompanhar o caso e que sobre a origem apenas dizia que a mesma estaria fora de Portugal.
No que diz respeito ao Chega, é revelado que, no total, três publicações da conta de André Ventura no Instagram, Facebook e TikTok somaram 943.709 visualizações.
O Facebook e o X foram as redes mais usadas (16 e 17 publicações, respetivamente), mas o Instagram foi aquela que proporcionou mais visibilidade.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o MediaLab, do ISCTE, em parceria com a agência Lusa, têm vindo a monitorizar as redes sociais para identificar e medir o impacto da desinformação na campanha das legislativas de maio. Esta iniciativa prolonga-se até 24 de maio.
Pensava que tinha sido a falta de comunicação.
Nada de estranho. Quando o governo sabe que 96%, dos habitantes, de Portugal Continental, não tem acesso à internet ou aos canais televisivos, sendo que, o primeiro-ministro e os 6 ministros, que falaram, durante a tarde/noite, responderam a 183 perguntas, 169 foram feitas por canais televisivos ou online. Depois de criticado, o primeiro-ministro declarou “demos prioridade ás rádios nacionais, para manter, os portugueses informados”.
Como se pode dar prioridade, quando, mal a electricidade começou a voltar, os ministros, secretários de estado e membros, do Chega, já tinham 92050 publicações, em 8 minutos. O líder foi mesmo André Ventura, com 68331 publicações, em 183 segundos. Suponho que foram publicações, feitas, durante o apagão, pois 52927 eram vídeos curtos. O governo também colocou 11044 vídeos, de curta duração, nos primeiros minutos, de regresso energético. Aqui sim notou-se uma diferença: ministra da saúde foi a primeira a publicar, pelas 20:31. Ministro, das infraestruturas, fez 381 publicações, ás 22:18. Podemos inferir, que foi o regresso das redes.
O relatório tem dados curiosos:
– No dia do apagão (28 de abril) foram publicadas 1.735 notícias, uma média de 2,3 notícias por minuto, muitas das quais não chegaram aos cidadãos, que estiveram sem acesso à luz durante grande parte do dia.
– Os jornais também, involuntariamente, publicaram notícias falsas, seguidas de outras a desmentir, que chegaram a menos pessoas por entretanto terem ficado sem luz/internet.
– Foram sobretudo utilizadores individuais na plataforma X que veicularam ou partilharam a ideia de que o apagão teria razões terroristas ou políticas.
Devo dizer que quando fiquei sem net não sabia se o que me diziam – que o apagão ia durar dias, era verdade ou não. Só quando comecei a poder ouvir a Santa TSF, que, a meio da tarde, entrevistou um engenheiro que explicou como é que a luz ia ser reposta, por “ilhas”, a partir da central da Tapada do Outeiro e da barragem de Castelo de Bode é que percebi que se ia resolver numa questão de horas. E quando a TSF ligou para o empregado do bar do Tirsense, que, muito divertido, contou que o pessoal tinha bebido a sua cervejinha enquanto estava fresca, quando se acabou por falta de eletricidade continuou a beber, mas agora a luz já tinha voltado.
Como e quando é que a eletricidade ia ser reposta tinha que ter sido explicado pelo governo muito mais cedo. A própria REN só disse – às 18H – o mesmo que disse o engenheiro que referi acima, sobre a reposição progressiva da eletricidade a partir das duas centrais.
Sim, a comunicação das entidades oficiais foi um desastre. Escapou a TSF, o barista do Tirsense e mais pessoas que entrevistou e falaram com normalidade, como a dona de um restaurante em Sete Rios que disse que ficou sem MB, mas os clientes almoçaram à mesma, os que não tinham dinheiro pagariam no dia seguinte.
O pessoal escusava de ter panicado e assaltado os supermercados.
Eu tive internet e bateria…. devo ter sido dos poucos a acompanhar as noticias, ou seja a comunicação do governo, entidades etc falhou. Se fosse algo pior, o país, autoridades andavam a deriva durante horas. Digo e repito as autoridades deviam ter respondido mais cedo… parabéns a REN.
A REN estava previsto explicar o que se passava às 20H. Antecipou e explicou às 18H como seria restabelecida a eletricidade – foi na mesma muito tarde.
Eólicas offshore, resolviam o problema, mas o Governo cortou os planos para metade.
A rede veio toda abaixo. Foi preciso um arranque “blackstart” (arranque autónomo) e só há duas centrais preparadas, uma a gaz e outra hídrica. Em que é que as eólicas offshore resolviam o problema?
Acima: gás
A energia eléctrica proveniente das eólicas vai para a rede eléctrica nacional e só depois é que segue para o consumidor final. Em caso de apagão ficamos sem energia na mesma.
O jornal «The Telegraph» publicou dois artigos sobre as falhas de energia provocadas pelas energias alternativas/renováveis/”limpas” e os danos que causam à economia:
– Britain could face months-long blackouts because of net zero
https://www.telegraph.co.uk/news/2025/05/10/britain-blackouts-net-zero-ed-miliband/
– It’s time to face facts. Net zero is destroying the economy
https://www.telegraph.co.uk/news/2025/05/09/net-zero-must-end-before-britain-de-industrialised-reform/
Podem agradecer a falha de energia ocorrida a 28 de Abril de 2025 às energias alternativas/renováveis/”limpas” que para além de serem extremamente poluentes e prejudiciais à Natureza, Meio-Ambiente, e dependentes dos combustíveis fósseis, são como ficou demonstrado ineficazes.
Agora a questão importante, quando é que os responsáveis por isto serão levados a Tribunal e condenados a pena de prisão efectiva?
Recomenda-se esta importante entrevista do Sr.º Eng.º Luís Mira Amaral, formado em Engenharia Electrotécnica durante o Estado Novo, sobre a falha de energia ocorrida a 28 de Abril de 2025:
«…Eu lembro-me que nos meus tempos de Engenheiro Electrotécnico da EDP havia um conjunto de colegas meus, técnicos muito competentes nesta matéria, eu acho que eles se reformaram e receio bem que hoje em dia não haja a competência técnica que é necessária para tratar desse assunto muito seriamente, isto deve ser um aviso para todos nós…»
https://expresso.pt/sociedade/apagao/2025-04-29-apagao-uma-vergonha-so-me-admiro-que-so-tenha-acontecido-agora.-temos-tido-gente-que-vai-para-o-governo-sem-competencia-diz-ex-ministro-4016a2cd#Echobox=1745914999
Faltou ao governo um grupo na aplicação de mensagens cifradas “Signal” para coordenarem as respostas de forma a existir consistência. (Claro que teriam de ter acesso a algum operador móvel onde os dados ainda funcionassem, ou ter acesso a uma ligação de Internet fixa que estivesse a funcionar… ou ligação de dados via satélite que funcionasse).
Espero que decidam criar novas centrais de produção eléctrica com recurso a matéria que em princípio seja de fácil acesso e de fornecimento estável.
Também espero que tenham protegido os transformadores de picos electromagnéticos provenientes do Sol e de armas fabricadas por humanos especificamente para danificar redes eléctricas e sistemas electrónicos não protegidos… porque se tal acontecer, poderão demorar décadas a repor os transformadores todos necessários.
Espero também que coloquem centros de baterias/ acumuladores de energia um pouco por todo o lado, de forma a garantirem que em caso de nova queda no fornecimento eléctrico externo ou até por exemplo na produção interna (ex.: parou de fazer vento e Sol em muito pouco tempo) que existe tempo para accionar meios de produção alternativos.
Putin, quando quiseres brincar aos drones, tens aqui uns bons alvos.
Parabéns às rádio isso sim. Nomeadamente a Antena 1. O PNS vir criticar o Governo por ter “falhado” numa crise é de rir, ou melhor chorar lembrando as desgraças dos incêndio durante os governos de AC.