Investigadores de IA estão céticos quanto a um modelo com capacidades de nível humano
Apesar do investimento que as empresas têm direcionado para a Inteligência Artificial (IA) e de já se teorizar o conceito de Inteligência Artificial Geral (em inglês, AGI), os investigadores da área estão céticos relativamente à possibilidade de os modelos modernos conduzirem a esse fim.
Num inquérito realizado a 475 investigadores de IA, cerca de 76% dos inquiridos afirmaram ser "improvável" ou "muito improvável" que o reforço das abordagens atuais permita alcançar a AGI, com capacidades de nível humano. Isto, apesar dos esforços multimilionários das empresas.
É sigla para Artificial General Intelligence (em português, Inteligência Artificial Geral) e é, concetualmente, o clímax do desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA).
Quer isto dizer que há quem considere que, em vez de termos à disposição uma tecnologia capaz de executar tarefas específicas, teremos em mãos um sistema capaz de realizar qualquer tarefa que lhe seja atribuída.
Além disso, com tempo e poder computacional suficientes, fá-la-á de forma irrepreensível - e, quem sabe, até melhor do que se fosse concretizada por um ser humano.
As conclusões fazem parte de um relatório da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial, uma sociedade científica internacional com sede em Washington, DC.
Conforme o New Scientist, trata-se de uma mudança importante de atitude relativamente ao otimismo que tem estimulado as empresas tecnológicas, desde 2022, quando a IA entrou pelas manchetes adentro.
Perceções atuais das capacidades da IA não corresponderão à realidade
A maioria das conquistas de ponta desde 2022 baseou-se em sistemas chamados transformer models, que melhoraram o desempenho à medida que foram treinados em volumes crescentes de dados.
Contudo, parecem ter estagnado nas versões mais recentes, que mostraram apenas mudanças marginais na qualidade.
Os vastos investimentos em escalonamento, não acompanhados de esforços comparáveis para compreender o que se estava a passar, sempre me pareceram despropositados.
Penso que, há cerca de um ano, começou a tornar-se óbvio para todos que os benefícios do aumento de escala no sentido convencional tinham atingido um limite.
Disse Stuart Russell, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, membro do painel que conduziu o relatório.
Ainda assim, as empresas de tecnologia planeiam gastar milhares de milhões em centros de dados e chips, nos próximos anos, para sustentar as suas ambições em matéria de IA.
Este entusiasmo parece ir ao encontro de outro dado fornecido pelo inquérito aos cientistas: 80% dos inquiridos afirmaram que as perceções atuais das capacidades da IA não correspondem à realidade.
Os sistemas que se proclamam estar a igualar o desempenho humano - por exemplo, em problemas de programação ou de matemática - continuam a cometer erros crassos.
Estes sistemas podem ser muito úteis como ferramentas de apoio à investigação e à programação, mas não vão substituir nenhum trabalhador humano.
Disse Thomas Dietterich, da Universidade Estatal de Oregon, que contribuiu para o relatório.
Embora as empresas estejam, mais recentemente, concentradas no chamado inference-time scaling, que envolve modelos de IA que utilizam mais poder de computação e demoram mais tempo a processar pedidos antes de responderem, para Arvind Narayanan, da Universidade de Princeton, "é improvável que esta abordagem seja uma bala de prata" para alcançar a AGI.
De facto, apesar de empresas de tecnologia descreveram a AGI como um objetivo, a própria definição é incerta.
Anda muita gente estupidificada com a IA, isso sim.
Capacidades de nível humano?? Mas anda tudo tolo.
Para criar, é necessário imaginar, sonhar, perceber as consequências.
Imaginar e sonhar é totalmente diferente de seguir algoritmos.
O homem, por utilizar uma inteligência criada pela INTELIGÊNCIA ÚNICA INFINITA CRIADORA, nada cria, e sim apenas procria.
Seria bom que homem utilizasse a inteligência que lhe foi concedida, apenas para o BEM.
+1
Isso é que era!!!
mas parece que temos tendências é para usar a bela da inteligência como forma de enganar o próximo em nosso próprio proveito!!!
Vamos sem dúvida longe, com este fantástico modo de viver…
Mesmo não sendo atingida a AGI no conceito mais generalizado até hoje usado, acredito que AI veio para ficar, mas sobretudo para ajudar.
Eu vejo por mim, testo modelos em casa com hardware de inferência que se pode considerar neste mundo da AI modesto ( não muito), e cada 3 meses há modelos de tamanho médio (até 72G ou menos) muito bons , eficazes , e com cada vez menos alucinações e mais precisão. Têm também descoberto novas formas mais eficientes de treinamento e eficiência na inferência, pelo que gradativamente a exigência do hardware tem vindo a ficar mais ao alcance de todos. Acredito nos próximos 15 anos vai haver excelentes avanços na robótica, saúde e vários níveis de investigação, partindo do principio que não vamos todos pelos ares nalguma guerra nuclear. Quem trabalha na area social sabe o desastre que é em encontrar vagas em lares, centros de dia e apoio domiciliário, cresce etc, e provavelmente a robótica vai ter uma palavra seria nisto dentro de 20 anos. Infelizmente na Guerra também vamos ver muitos avanços, mas também a substituir astronautas em missão de elevada perigosidade. Embora não vai, pelo menos até chegarmos ao tempo cronologicamente inferior ao do filme Dune 🙂
“um modelo com capacidades de nível humano”. Mas qual nível humano, o alto ou o baixo/rasca?
Uma IA não tem engenho nem arte. A IA depende do conhecimento humano que lhe foi injectado. Perante um imprevisto, a IA é incapaz de encontrar soluções ainda não documentadas e injectadas.
Estás a confundir IA com um programa informático.
Nao está nao. Os modelos de Machine Learning apenas comseguir interpolar. Não extrapolam. Isto resulta do facto destes modelos ou serem no fundo modelos de regressão nao-lineares ou modelos de redução dimensional que eliminam as dimensões cujos correspondentes valores propróprios sejam os menos significativos. Aquilo que esteja fora do dominado dos dados de aprendizagem nao é bem previsto pela IA.
Nenhuma tecnologia evoluiu exponencialmente para sempre.
A lei de Moore era válida, até deixar de ser.
A minha convicção é que a IA vai continuar a evoluir, mas cada vez mais lentamente, tal como tudo o resto.
A IA sem algoritmos não é nada, pode ser muito rápida, muito eficaz e ajudar em coisas chatas, mas a sua base é coisas que já sabe e acima de tudo fazer correlação com coisas que tem ao seu dispor.
No entanto, tenho as minhas dúvidas que consiga criar algo novo.
Sonhar, imaginação e formas diferentes de ver o mundo fazem o ser humano criar coisas que simplesmente não existem, principalmente na área das artes, coisa que a IA nunca conseguirá fazer pois falta-lhe a sensibilidade humana.
SÓ QUE faça 90% das coisas chatas que temos de fazer todos os dias, ficaria feliz pra sempre heheh 🙂