Xiaomi já despediu o colaborador responsável pelo plágio em Espanha

A fabricante chinesa de smartphones Android foi acusada recentemente de estar a utilizar indevidamente material publicitário da autoria do artista Peter Tarka. Entretanto, a Xiaomi já veio a público reconhecer o caso, pedindo desculpas ao lesado e cessando a relação laboral com o colaborador responsável.

Relembramos que o caso ocorreu em Espanha, através da sua loja online oficial.

O caso ocorreu na passada quarta-feira (19), no website oficial da Xiaomi em Espanha. Aí, foram encontrados vários elementos gráficos, imagens e composições digitais, em tudo similares ao trabalho de Peter Tarka. O artista, cuja especialidade são as montagens 3D e cenários com composição abstrata, expôs o caso.

Xiaomi assume o plágio e despede o responsável

Em boa verdade, este era o único rumo de ação possível para a fabricante de smartphones Android. Tal como demos a conhecer anteriormente, muito do material era exatamente o mesmo. Desse modo, era praticamente impossível negar a ocorrência, quando as imagens correspondem exatamente ao trabalho do artista.

Peter Tarka recorreu ao Twitter para trazer luz ao caso que rapidamente assumiu contornos globais. Com efeito, o impacto e alcance foi tão severo que poucas horas depois a Xiaomi emitiria um comunicado. Aí, a tecnológica deu razão ao artista que afirmara estar "100% convicto que aquele era o seu trabalho".

I just found out that Xiaomi stole my artworks, funny enough that they also used the project I did for LG…
Please share. @Xiaomi #xiaomi #3d #design pic.twitter.com/ukOS1LNkMz

— Peter Tarka (@PeterTarka) June 18, 2019

Em causa estão os elementos gráficos que ilustram este artigo. De acordo com Peter Tarka, temos uma amálgama de vários elementos das suas composições numa só imagem. Esta, esteve online no site oficial da Xiaomi durante várias horas, tendo, entretanto, sido removida pela tecnológica chinesa.

As justificações da fabricante de smartphones Android

Por sua vez, a Xiaomi afirmou que iria reforçar o processo interno para aprovação de arte e materiais publicitários. Já a admissão de culpa, chegou, mas foi atribuída a "lapsos no processo de aprovação de material gráfico". Além disso, as culpas formam atribuídas a uma só fonte, um único colaborador.

De igual modo, a fabricante promete que tal não voltará a suceder e que já puniu o colaborador. Mais concretamente, o responsável acabou por ser despedido. Mais ainda, a Xiaomi expressou as suas mais sinceras desculpas ao artista, além de remover todo o material da sua página oficial em Espanha.

Acima podemos ver uma imagem animada (GIF), criada ad hoc pelo artista Peter Tarka. Fê-lo com o intuito de deixar bem claro quais foram os elementos utilizados sem a sua autorização, ou conhecimento. Já, felizmente, o caso teve um rápido desfecho com a sucinta admissão de culpa.

Parte do material foi criado para a LG

Notamos rapidamente a cadeira no canto inferior esquerdo que apenas muda de cor e cenário. O mesmo pode ser dito do candeeiro de teto, na mesma posição, apenas com uma cor distinta. Aliás, vemos claramente uma inspiração no esquema de organização dos elementos criados por Tarka na imagem "da" Xiaomi.

O caso assumiria contornos ainda mais reprováveis quando o artista revelou que parte desse material fora criado para a LG. Em síntese, parte da imagem que a Xiaomi estava a utilizar, estava também presente em algum material publicitário da rival sul-coreana.

Após termos investigado os comentários de Peter Tarka, em torno da utilização indevida do seu trabalho no website da Xiaomi em Espanha, determinamos que foi efetivamente utilizado material sem a sua permissão. A Xiaomi removeu o conteúdo do website e decidiu terminar a sua relação com o colaborador em questão, tendo a decisão efeito imediato. Pedimos sinceramente desculpas ao artista pelos lapsos ocorridos no processo de revisão e aprovação do material dentro da empresa. As ações do colaborador vão contra os nossos ideais e valores, sobretudo o respeito pela propriedade intelectual alheia. Agora, vamos reforçar todo o processo de aprovação de conteúdo. Assim, queremos evitar que tal venha a suceder novamente. As nossas mais sinceras desculpas a Peter Tarka.