Vendas da Apple na China comprovam: os chineses querem iPhones
As vendas do iPhone 16e dão razão à Apple, é um facto que a China quer mais do que as marcas nacionais. A empresa de Cupertino conseguiu subir 60%, mas a ameaça da Huawei mantém-se.
iPhone 16e é o adeus ao Android na China
O lançamento do iPhone 16e parece confirmar o que muitos analistas (e utilizadores) suspeitavam: os telemóveis pequenos perderam o interesse.
Já vimos como a Apple “abandonou” o iPhone 12 e 13 mini em troca de uma versão Plus. E agora temos dados da China que o confirmam. O iPhone 16e ultrapassou as vendas iniciais do iPhone SE (2022).
Este modelo de iPhone é a porta de entrada para muitas pessoas que querem dizer olá ao iPhone e deixar o Android para trás. E a China é um dos mercados mais difíceis de o conseguir, uma vez que é dominado por fabricantes locais, subsídios governamentais e um público que procura preços baixos e funcionalidades inovadoras de inteligência artificial.
Vendas iniciais prometedoras do novo iPhone no gigante asiático
Nos seus primeiros dias de venda, o iPhone 16e registou mais 60% de vendas do que o seu antecessor, o iPhone SE (2022). Trata-se de uma verdadeira injeção de ânimo para a Apple no grande país asiático.
O público continua a valorizar a qualidade da Apple, mesmo sem um dos seus pilares, a Apple Intelligence. E é por isso que, embora estes primeiros números sejam um bom começo, a Apple ainda tem um longo caminho a percorrer na China.
A IDC prevê uma queda anual de 2% nas vendas. Mas existem desafios únicos no país que não se encontram em mais nenhum lugar do mundo. Estamos a falar do facto de ter de competir com marcas (estatais) como a Huawei, que registou um crescimento impressionante de 37% no último ano.
Portanto, a questão não é tanto se a Apple está a crescer ou a diminuir, mas sim o quanto a sua concorrência aumentou.
Huawei, qualidade e concorrência feroz: os desafios da Apple na China
Não é segredo que o mercado chinês é diferente, pelo que competir neste mercado exige mais do que a estratégia global habitual da Apple.
As marcas locais sabem exatamente o que os consumidores chineses procuram e, para uma empresa americana, a adaptação é um pouco mais complicada. Não se trata apenas da Apple: empresas como a Ikea e a Starbucks viram como entrar no mercado chinês não foi tão fácil como abrir uma sucursal num país europeu ou americano.
Além disso, o governo chinês impulsionou o consumo com um pacote de subsídios de 300 bilhões de yuans (cerca de 38 mil milhões de euros), que beneficia principalmente os fabricantes locais. Com isso, eles oferecem dispositivos mais inovadores a preços mais baixos do que os dispositivos da Apple (que são classificados como produto estrangeiro).
No entanto, o iPhone 16e tem o seu próprio público. Embora o conceito de status (a importância do estatuto social) faça com que muitos consumidores chineses prefiram os modelos mais premium, como o iPhone 17 Air, é verdade que o iPhone 16e pode ser uma opção atrativa para quem procura a experiência Apple sem ter de gastar o que custa um modelo topo de gama. E ter nas mãos um dos melhores iPhones da sua categoria.
Além disso, qualquer um dos modelos tem uma maçã na parte de trás.
O oposto é verdadeiro na Índia: o iPhone 16e triunfa
Enquanto a China é uma batalha complexa para a Apple, na Índia a empresa tem uma oportunidade muito promissora graças ao iPhone 16e. Além disso, de acordo com a IDC, o iPhone 16e pode aumentar as vendas do iPhone até 20% no segundo semestre de 2025. O mercado e os clientes na Índia e na China são totalmente diferentes. Para além disso, o compromisso da Apple com o país significa que a empresa é tida em grande estima.
O iPhone 16e representa uma mudança na estratégia da Apple. O iPhone SE está morto. Não haverá mais produtos pequenos com designs desatualizados.
A nova estratégia consiste em oferecer algo atual (não inovador) a um preço atrativo. Quem procura inovação ou produtos mais inovadores terá de esperar pelo iPhone 17 Air. Mas até lá, o iPhone 16e está a fazer progressos em mercados como a China e a Índia. E, claro, sem esquecer os nossos países, onde muitas pessoas encontraram o iPhone perfeito para renovar o seu dispositivo atual a um preço inferior ao das gamas Pro.
“o governo chinês impulsionou o consumo com um pacote de subsídios de 300 mil milhões de yuans (cerca de 38 mil milhões de euros), que beneficia principalmente os fabricantes locais” – até aqui tudo bem.
“Com isso, eles oferecem dispositivos mais inovadores a preços mais baixos do que os produtos da Apple, que são 100% importados”. Hã, 100% importados?
O que as fontes dizem é: “Os subsídios vão para cerca de 15% a 20% do preço de compra de produtos selecionados, incluindo smartphones de gama média e eletrodomésticos.” Pelo preço, os iPhones ficam de fora, não é por serem importados.
Do ponto de vista fiscal e de regulamentação na China, os iPhones são considerados um produto estrangeiro, pois pertencem a uma empresa americana (Apple), mesmo que sejam montados localmente.
Por outro lado, marcas como Xiaomi e Huawei são empresas chinesas, com fabrico e desenvolvimento feitos no país, pelo que são tratadas como produtos nacionais. Isso pode dar-lhes vantagens fiscais, subsídios do governo e um posicionamento mais favorável em algumas políticas económicas.
É isso que está implícito e explicito no texto.
“Sob o plano, consumidores que comprem smartphones, tablets, smartwachs ou pulseiras com preços inferiores a 6.000 yuans por item receberão um subsídio que cobre 15% do preço de venda dos produtos. Cada consumidor pode receber um subsídio máximo de 500 yuans por item, com o limite de um item por categoria a partir de segunda-feira.
O principais modelos da Apple, como o iPhone 15 e o iPhone 16, qualificam-se para subsídios nacionais”. Os modelos Pro excedem os 6.000 yuan, não têm subsídio. (Global Times, China, edição em inglês) https://www.globaltimes.cn/page/202501/1327381.shtml
O iphone 16e é fantastico. Bateria excelente, sem bump da camera e fotos mais que suficientes para um smartphone ja que uso uma fujifilm para o resto. O preco podia ser 500 ou 550 euros mas pronto. Sei que o iphone 15 pro é provavelmente uma melhor escolha pelo preco mas é mais pesado e grosso, tem um bump enorme e a bateria dura metade.
https ://tek.sapo.pt/noticias/telecomunicacoes/artigos/chineses-querem-cada-vez-mais-smartphones-locais-e-nem-o-iphone-escapa-a-tendencia
No mesmo dia, notícias opostas (bem sei que são sites diferentes, mas mesmo assim).
Bom, o ponto de vista deles é diferente, isto é, no nosso foi referido que, apesar do mercado estar a cair e a cair para todos (analistas do mercado preveem uma queda anual de 2% nas vendas da Apple), a Apple, com este novo dispositivos, vê os números subirem, contrariando a queda que estava a acontecer. Não quer dizer que vão crescer, quer dizer que a venda deste novo iPhone mostra que os chineses querem o iPhone. Eles suportam com os números de ano passado, da Canalys, nos 17% de queda, nós já falamos no mercado com essa queda e mais 2%. Apesar disso, face aos outros iPhones, este está a ser muito bem recebido e virou a tendência, disse a IDC.
O ponto deles é o mercado em geral, o nosso é o novo iPhone que está a ter boas vendas e a ajudar a Apple a virar os maus resultados. Além de frisar os incentivos do governo chinês aos equipamentos chineses.