Teletrabalho: trabalhadores estariam dispostos a reduzir o seu salário até 25%
O teletrabalho tem vindo a perder terreno, uma vez que muitas empresas estão a adotar modelos híbridos ou a exigir um regresso ao escritório. Neste contexto, um recente estudo revelou que os trabalhadores estão dispostos a aceitar um corte salarial ou a optar por ofertas com remunerações inferiores, desde que possam continuar a trabalhar a partir de casa.
Redução salarial de até 25%
Um recente estudo do National Bureau of Economic Research (NBER) analisou quanto os trabalhadores do setor tecnológico valorizam o teletrabalho, comparando esta preferência com os seus salários.
Os resultados foram surpreendentes: em média, os trabalhadores estariam dispostos a aceitar cortes salariais de até 25% para manter o regime remoto. Além disso, conforme a possibilidade de teletrabalho diminuía, também diminuía o montante salarial que aceitariam abdicar, fixando-se entre os 15% e os 20%.
Este não é o primeiro estudo a avaliar a perceção dos trabalhadores sobre o teletrabalho, mas os estudos anteriores indicavam uma redução salarial mais modesta, entre 5% e 10%.
Importa referir que as oportunidades de teletrabalho têm sido mais frequentes para perfis altamente qualificados e com salários elevados. Assim, este corte percentual aplica-se a faixas salariais superiores.
O estudo State of Remote Work de 2023, da Buffer, revelou que 98% dos trabalhadores prefeririam o teletrabalho devido às interrupções frequentes no escritório e ao tempo perdido em deslocações.
A diminuição da oferta de teletrabalho tem levado a que esta modalidade seja vista como um privilégio cada vez mais valioso, especialmente no setor tecnológico.
Justificação para reduzir salários de trabalhadores em teletrabalho?
O estudo levanta um debate importante sobre diferenças salariais entre trabalhadores. De momento, os salários dos trabalhadores em teletrabalho não apresentam diferenças significativas face aos dos seus colegas presenciais.
No entanto, este fator poderia abrir portas para que as empresas passassem a remunerar menos os trabalhadores remotos, justificando essa diferença com os benefícios não monetários do teletrabalho, como maior flexibilidade horária e a gasolina poupada.
Até ao momento, esta prática não se verifica de forma generalizada. Os investigadores do estudo sugerem que as empresas tecnológicas ainda estão a ajustar-se a esta nova realidade e continuam a oferecer salários semelhantes para reter talento, independentemente do modelo de trabalho adotado.
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Não faziam nada em casa!
Teletrabalho sempre, viver fora dass cidades, casas mais baratas e mais tempo com a familia….as empresas que nao deixam e as pessoas sairem todas de la e eles vao a falência
Há maltinha a ganhar bem demais…
Eu não percebo os “viciados” em offi e a entupir as estradas.
Sim há quem tenha condições para trabalhar de casa, mas simplesmente está viciado na “família” da empresa, enquanto quem realmente tem profissões que exigem presença no local de trabalho levam com volume de trânsito sem precedentes.
Tenho saudades do tempo o pós pandemia em que circular na via norte só demorava uns 15 minutos, e na VCI eu não conseguia ler as letras pequeninas das matrículas dos carros da frente.
Corte no salário? Não, pagar o mesmo ou mais e ser sustentável, sim muitas empresas querem andar com selo da sustentabilidade mas depois metem o prego com as idas ao office, tá anta hipocrisia que me dá náuseas…
Ao início queriam que as empresas pagassem electricidade, internet, etc…. a quem estava em teletrabalho. Agora até abdicam do salário.