No meio está a virtude: entre o regime de trabalho remoto e o presencial, ganha o híbrido
Não é unânime, mas, de facto, trabalhar a partir de casa ou de qualquer outro espaço que não seja o escritório resulta para muito boa gente. Perante o debate que confronta o regime de trabalho remoto e o presencial, temos um vencedor: o híbrido.
As pessoas não são todas iguais, mas, ao longo de muitos e longos anos, o regime de trabalho não procurava adaptar-se aos ritmos e às preferências de cada um. Se deve, realmente, ser assim ou não, é questão para outro debate. Contudo, o facto é que, pelo mundo, o regime híbrido tem reunido adeptos - desde os patrões aos funcionários.
Os confinamentos provocados pela pandemia da COVID-19 resultaram, como sabemos, na adaptação das atividades para o chamado teletrabalho. Contudo, o seu fim não significou o fim deste novo regime. Apesar de muitas empresas terem voltado em força ao presencial, a verdade é que muitas outras mantiveram o trabalho remoto ou híbrido.
Nos últimos dois anos, vimos como a flexibilidade e a confiança permitiram que as equipes fizessem melhor o seu trabalho, atraíssem os melhores talentos e criassem locais de trabalho mais inclusivos e igualitários.
Escreveu a tecnológico-financeira Robinhood, em janeiro de 2022, enquanto se assumia como uma empresa que priorizava o teletrabalho, de modo a promover uma maior flexibilidade.
Já muita água correu, no caso da Robinhood, mas há outras empresas a darem corpo a estudos que comprovam a consolidação do regime de trabalho híbrido, bem como da sua eficácia, em termos de produtividade, por exemplo.
Segundo o Xataka, um estudo publicado, em março, pelo US National Bureau of Economic Research, concluiu que, no início de 2023, as ofertas de emprego que incluíam alguma forma de teletrabalho constituíam mais de 10% de todas as ofertas publicadas na Austrália, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos da América, confirmando uma clara tendência.
Além disso, empresas como a Disney, Amazon, Snap, Salesforce, General Montors e News Corporation estão a estruturar-se em regime de trabalho remoto ou híbrido, alimentando as idas ao escritório, mas apenas em parte da semana.
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Eu prefiro trabalhar de casa. Sou muito mais produtivo. Só o facto de não ter que me deslocar para o local de trabalho e de não perder quase uma hora por dia em engarrafamentos já vale a pena. Que venha o trabalho remoto
Tudo muito bonito, mas há que pensar no global e não só no que lhe dá jeito, pois infelizmente, nem toda gente passa o dia atrás de uma secretária, eu por exemplo, já não pode ser o meu trabalho é presencial.
Porque você não pode trabalhar remoto então mais ninguém deve trabalhar dessa maneira? Grande moral, sim senhora. “Eu não posso por isso mais ninguém tem direito”
Pensando globalmente, compensa para todos. Cada pessoa que trabalhe de casa é menos uma pessoa no trânsito, nos transportes, mais um lugar de estacionamento vago, menos uma pessoa na fila do restaurante / do café / da pastelaria, menos consumo de combustíveis fosseis, o que significa mais produto disponível, logo subida de preços menos acentuada. Enfim, Haver vantagens para todos há.
Já para não falar num fator muitíssimo importante. O problema da habitação! Com o trabalho remoto mais pessoas podem sair dos grandes centros urbanos onde este problema existe. Se me derem a possibilidade eu compro casa fora Lisboa (no meu caso), ou seja, sou menos 1 a competir neste mercado absurdo.
Amigo, já pensou que isso até o ajuda?
Se mais pessoas que podem ficarem a trabalhar de casa, a sua estrada/transporte publico vai estar mais vazio porque quem pode ficar em casa não vai estar a engarrafar a estrada e a contribuir para a poluição.
Tenho imenso respeito por quem tem um emprego presencial, até porque ambos os meus pais estão nessa situação e não os vejo cheios de inveja a pedir o fim do trabalho híbrido/remoto”.
Volto a dizer, quanto mais gente estiver no híbrido, mais fácil vai ser a sua vida nas deslocações deixe de ser invejoso.
Eu produzo mais em casa no que diz respeito a volume de trabalho, no entanto as boas ideias tenho no escritório, o para arranca no trânsito e almoços em equipa e amena cavaqueira no ambiente de escritório refrescam a cabeça para de pensar de forma clara sem o constante ruído de estar a produzir ao metro, por isso houve tempos em que estava full remote e passei a fazer 3-2, hoje em dia mudei para 2-3 porque notei que mais um dia no escritório era benéfico para a qualidade do meu trabalho. Posso escolher a modalidade que quiser mas por agora devo manter-me assim 1 ano.
Não existe nada mais relaxante que o trânsito estar o verdadeiro caos e nos apenas estamos parados no meio do trânsito e ouvir boa música e ir progredindo devagarinho até chegar ao trabalho, para mim é um recarregar de baterias para dias stressantes de trabalho.
Falem por vocês, eu prefiro remoto 100%
Sem dúvida absolutamente nenhuma… Remoto para mim!
Chamem-lhe preguiça, comodismo, sedentarismo mas casa é casa… Levantar 10m antes de começar a trabalhar em vez de 1h/1:30h estar a minha vontade sem barulhos, comer sossegado, descansar um bocado e ir novamente trabalhar são pequenas coisas que fazem a diferença, fora trânsito, confusão nos transportes públicos para quem os use, a correria, os gastos em combustível ou passe enfim… Ponto negativo: Convívio com colegas, fora isso falta 0 de saudades 😀
Levantar 10 min antes? Eu chamar-lhe-ia muito pior.
Quando estou em casa acordo 1h antes de iniciar o trabalho, faço a minha higiene, tomo pequeno almoco, visto-me como se fosse pra o trabalho, a única diferença é não usar sapatos, de resto não mudo nada na minha rotina.
Loool pois… Eu também chamo a isso muito pior, são pontos de vista e maneira de ver e viver a vida diferentes… Deves ser daqueles que ao Domingo veste na mesma o fato mas sem gravata para ir almoçar fora 😀
Caro Zé levanto direto para a banheira, calções, t-shirt, e havaianas e como enquanto trabalho. Quando tenho uma reunião visto um polo ou uma camisa, pois no meu trabalho não é preciso “mesquinhices”!
O melhor regime: 50%, 50% numa semana de 5 dias. Uma semana: 3 dias em teletrabalho/ 2 dias presencial, semana seguinte: 2 dias teletrabalho/ 3 dias presencial. Trabalho presencial no início ou no fim da semana. “Picagem de ponto”: 4x (manhã, almoço (2x) e tarde).
Eu trabalho em informática e acho absurdo tantas empresas quererem o regime hibrido. Com a falta de pessoal neste setor, e com os preços da habitação quererem que as pessoas tenham que ir ao escritório é simplesmente irracional. Se trabalharem com regime 100% remoto podem contratar pessoas de qualquer parte do país, ou além. Ao obrigarem as pessoas a ter que ir ao escritório limitam imenso o talento que podem contratar ou reter, quem sai a perder são as empresas. Empresas em Lisboa (e não só) podiam contratar talento de Beja ou Braga (por exemplo), e assim só perdem.
Também eu trabalho em informática e compreendo essa visão.
Ainda para mais quando ainda há poucos anos, até 2018, tinha de sair de casa às 6:45 para chegar ao trabalho às 9H. E tinha de sair às 18H para conseguir apanhar o comboio que me permitia chegar a casa pelas 20:10H.
Eram cerca de 4:30H por dia.
Estive em full remote desde 2020 até meados de 2022.
Tendo total liberdade por parte da empresa quanto ao modelo de trabalho, passei então a ir aos escritórios 1 a 3 dias por semana, conforme me convém (também porque entretanto vivi a 10kms dos escritórios).
Estou integrado numa equipa, com muitos membros com os quais já trabalhava antes da pandemia e cujo convívio é atualmente zero. E isto reflete-se no companheirismo, na inter-ajuda, na colaboração.
Quando numa mesma equipa muitas pessoas têm tendência para se isolar ou pelo menos para ver apenas o lado positivo do trabalho remoto, existem estas consequências.
Assim, desloco-me à empresa 1 a 3 dias por semana, para “ver gente”, conviver com outras equipas e conhecer outras realidades da empresa.
Esta conversa já chateia é evidente que não faz qualquer sentido as pessoas irem para o escritório se não há essa necessidade.
Não sou contra a estes novos modelos, só acho um pouco injusto para os trabalhos que não existe possibilidade de esse modelo ser implementado. Enquanto uns poupam em combustíveis, tempo e até se levarmos aos extremo rendas, outros não conseguem escapar devido a natureza do seu trabalho.
Até diria que os que não conseguem fazer estes modelos deveriam de receber mais, mas olhando para um pais que está na cauda da Europa algo do género seria um ultraje!
Moral da Historia: Bom para quem pode, triste para quem não lhe permite.
Dou-lhe razão. Aliás, essa situação, que refere no seu comentário, tem paralelo com o que se passa em países com economias mais avançadas, no que diz respeito aos chamados trabalhos mais duros, como obras, manutenção, etc,, que sempre foram mais bem pagos do que a maioria dos trabalhos de secretária. Pessoalmente jamais me oporia a que um colega que tivesse de trabalhar no terreno enquanto eu trabalho remotamente, ganhasse mais do que eu, para funções semelhantes. Depende da política de vencimentos interna da empresa e da natureza dos trabalhos em questão, claro, mas parece-me algo justo. Cada vez existe menos gente disposta a sujar as mãos e isso deve ser valorizado. Pelo menos até termos robots boston dynamics ou tesla optimus ligados via teamviewer… (Vai acontecer. )
Não pretendo criticar o seu ponto, até porque disse que não tinha nada contra estes modelos.
O nosso modelo económico é assim e vai continuar a ser “injusto”. Não se trata de trabalho remoto. Podíamos estar a falar dos trabalhadores da recolha do lixo, da construção civil, condutores dos autocarros, empregados de restaurantes, operários de fábrica. Obviamente que estas pessoas nunca vão ganhar mais do que todos os outros trabalhos como engenharia/programação. Se deviam ter melhores condições, claro que sim, mas como é que se faz isso? Subir os salários destas “profissões menos qualificadas” significa ou:
a. Subir os das profissões qualificadas logo a seguir
b. Os salários mais baixos ficam próximos do médio e alto
É importante deixarmos de pensar em justiça ou injustiça e começarmos a falar mais de produtividade e criação de valor. Não tenho nada contra estas profissões serem valorizadas, foram estas profissões que me permitiram ser o primeiro licenciado e tentar subir no elevador social/classes.
Acho é que é muito importante mudarmos as mentalidades e deixar de simplificar os temas. Só porque alguém pode trabalhar a partir de casa parece que esquecemos todo o sacrificio/trabalho que essa pessoa teve até conseguir chegar a esse ponto. Sim existem excepções mas o mercado vai eliminar quem não é produtivo de forma autónoma.
A meu ver, quem trabalha no escritório deveria receber subsidio de transporte (que tem uma isenção de impostos idêntica ao subsídio de alimentação). E falo por mim, se me disserem “Podes trabalhar de casa, mas não tens direito a sub de alimentação”, eu opto por abdicar desse subsidio sem pensar duas vezes. Ou seja, quem tem que se deslocar ao escritório tem direito a apoios para tal e quem fica em casa não. Talvez fosse um pouco mais justo. Assim, o que se poupa com quem fica em casa, da-se a quem tinha que ir ao escritório.
Trabalho híbrido: ir ao escritório participar de videochamadas.
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