Força Aérea dos EUA criam “barbatanas” que reduzem a resistência aerodinâmica dos aviões
A Força Aérea dos EUA desenvolve microaletas impressas em 3D, de baixo custo e design simples. Trata-se de uma solução que reduz em 1% a resistência aerodinâmica dos seus aviões, diminuindo o consumo de combustível.
Microaletas são estruturas impressas em 3D, de baixo custo e design simples, que medem aproximadamente 10 por 40 centímetros e são fáceis de instalar.
A Força Aérea dos Estados Unidos desenvolve estas peças, uma espécie de barbatana, para reduzir o consumo de combustível.
O que são Microletas?
Microaletas são pequenas estruturas aerodinâmicas adicionadas a superfícies, como asas ou fuselagens de aviões, para melhorar o fluxo de ar e reduzir a resistência aerodinâmica.
Estas estruturas influenciam a forma como o ar se move ao redor do objeto, diminuindo turbulências e aumentando a eficiência do desempenho.
Pequena peça capaz de poupar 14 milhões de dólares em combustível
A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) está prestes a concluir a avaliação de uma tecnologia inovadora que promete reduzir o consumo de combustível da sua frota de aviões de transporte C-17 Globemaster III. As microaletas, pequenas estruturas tridimensionais semelhantes a lâminas finas e fabricadas por impressão 3D, podem gerar uma poupança anual estimada em mais de 14 milhões de dólares em combustível, o que equivale a cerca de 53 milhões de litros por ano.
As microaletas, que medem aproximadamente 10 por 40 centímetros, são dispositivos projetados para reduzir a resistência aerodinâmica do fuselagem dos C-17. A sua instalação na parte traseira dos aviões permite diminuir em 1% a resistência ao avanço, otimizando significativamente o consumo de combustível. Esta pequena alteração tem um grande impacto devido à aerodinâmica particular dos aviões de carga, cujo design inclui um fuselagem curvada para cima para permitir a abertura da porta traseira de carga – funcional, mas pouco aerodinâmica.
O design e desenvolvimento das microaletas resulta de uma colaboração entre o Centro de Gestão do Ciclo de Vida da Força Aérea (AFLCMC), o Laboratório de Investigação da Força Aérea (AFRL) e parceiros da indústria privada. Após anos de testes rigorosos, as microaletas demonstraram ser eficazes não só na redução do consumo de combustível, mas também na ampliação do alcance das missões e no reforço das capacidades de transporte logístico.
Testes finais e implementação
Atualmente, seis aeronaves foram modificadas para uma avaliação de seis meses, designada Avaliação do Serviço Logístico (LSA). A fase final desta avaliação está prevista para terminar em janeiro de 2025 na Base Aérea de Charleston. Após esta etapa, a Força Aérea começará a instalar as microaletas em toda a sua frota de C-17, que conta com mais de 200 unidades.
Além disso, estas modificações têm um foco estratégico no contexto da competição global entre potências. Reduzir a dependência de fornecimentos de combustível, especialmente em teatros operacionais como o Pacífico Ocidental, é crucial para operações sustentadas em áreas remotas e com recursos limitados.
Impacto global e sustentabilidade
O interesse pelas microaletas não se limita aos Estados Unidos. Países como o Canadá e o Reino Unido estão a considerar a adoção desta tecnologia nas suas próprias frotas de C-17, reconhecendo os benefícios tanto económicos como ambientais. A capacidade de reduzir as emissões de dióxido de carbono e a pegada de carbono está alinhada com as políticas internacionais de sustentabilidade.
Além das microaletas, a Força Aérea aprovou outros avanços tecnológicos, como combustíveis sintéticos para os aviões F-35. Estes combustíveis diversificam as fontes de abastecimento e reduzem significativamente as emissões de carbono, um passo importante na transição energética da aviação militar.
Projetos relacionados e inovações futuras
Muitas empresas estão a trabalhar em soluções complementares para reduzir a resistência aerodinâmica das aeronaves. Por exemplo, a Nikom desenvolveu um filme inspirado na pele de tubarão, que reduz a fricção com o ar.
A Vortex Control Technologies está a desenvolver as chamadas “Finlets”, pequenas aletas que melhoram a aerodinâmica de aviões como o C-130J e o KC-135. Estas inovações, juntamente com as microaletas, representam um esforço significativo para reduzir os custos operacionais e aumentar a sustentabilidade das operações aéreas.
O uso de microaletas nos C-17 Globemaster III não só representa um avanço tecnológico na redução do consumo de combustível, mas também um passo estratégico em direção à sustentabilidade no setor militar.
A possibilidade de poupar milhões de litros de combustível anualmente reforça a capacidade operacional e reduz o impacto ambiental das operações. Estas inovações destacam a importância de integrar soluções sustentáveis no setor da aviação, tanto militar como comercial, estabelecendo um precedente para o desenvolvimento de tecnologias futuras no campo aeroespacial.
Os 737-800 da ryanair também têm aletas, dizem que para poupar combustível, e gabam-se de ser a companhia que menos combustível gasta por passageiro. Também já li que essas aletas não poupam nada, são iguais ao litro. De qualquer forma, mesmo que seja verdade, não são eles que estão a poupar, os outros é que estão a desperdiçar.
Boa!