Bateria 3D promete recarregar em segundos
O assunto baterias continua na ordem do dia. Estamos a falar do elemento que fará mexer o mundo quando este depender da energia elétrica. Há anos que se melhoram componentes, se reduzem consumos e se otimiza o desempenho dos dispositivos à espera de um salto tecnológico nas baterias.
Será que esta abordagem é esse tal salto tecnológico que o mundo anseia?
A indústria e a investigação do ramo das baterias não têm conseguido o tal salto tecnológico que o mundo anseia há muito. O que tem sido feito traduz-se em melhorar apenas marginalmente as baterias e, mesmo assim, à custa de operarem no limite da tecnologia, o que se pode comprovar pelos vários casos de incêndios e explosões que temos dado a conhecer.
Com uma nova abordagem química, esse tal salto tecnológico pode estar a bater à porta e tudo graças ao trabalho de uma equipa da Universidade Cornell, nos EUA.
Bateria com arquitetura 3D
Mudar o tipo de arquitetura das baterias parece ser a solução, isto porque em vez de utilizar a arquitetura tradicional das baterias atuais, onde um cátodo e um ánodo são separados por uma estrutura não-condutora, usam-se componentes entrelaçados numa estrutura giroscópica 3D, com milhares de poros com aproximadamente 40 nanómetros de largura.
A nova arquitetura de bateria da equipa Cornell é baseada numa forma complexa e porosa conhecida como gyroid, que tem sido usada para tirar o máximo partido do grafeno. Nesta nova bateria também foram usadas películas finas de carbono (embora não suficientemente finas para se tornarem grafeno), construído numa forma giroscópica recorrendo a um processo conhecido como bloco de copolímero de auto-montagem.
Estes poros foram revestidos com uma camada separadora com 10 nanómetros de espessura, à qual foi adicionado um cátodo de enxofre. O ingrediente final é um polímero eletronicamente condutor chamado PEDOT.
É importante salientar que cada um desses poros tem tudo o que é necessário para proceder ao armazenamento e fornecimento de energia, o que faz com que se pareçam com baterias pequenas. Esta nova bateria permitirá que a carga seja conseguida em poucos segundos, como referiram os os investigadores:
Basicamente, esta arquitetura tridimensional elimina todas as perdas de volume morto no dispositivo.
Mais importante ainda, a redução das dimensões desses domínios interpenetrados para a nanoescala confere-lhe maior densidade de carga. Por outras palavras, a energia pode ser conseguida em tempos muito mais curtos do que normalmente é conseguida com arquiteturas de baterias convencionais.
Embora este projeto esteja atualmente na fase inicial e ainda não tenha sido patenteado, podemos ver que produziu excelentes resultados, esperando-se por isso um protótipo desta bateria em operação muito em breve, ou mesmo o produto apresentado na íntegra.
Este artigo tem mais de um ano
Sempre pensei que as baterias eram 3D.
pois, por acaso o título é irónico
Quando se lê apenas o título fica-se com essa impressão.
Mas ao ler o artigo dá para perceber o porquê desta designação no título.
Na tecnologia convencional o ânodo e o cártode têm uma superfície plana (logo 2D).
Nesta tecnologia o ânodo e o cátodo têm uma superfície irregular que estende por um espaço (logo 3D).
JB
Realmente do que conheço das baterias, são 2 pólos, um em cada ponta. A corrente vai de 1 sentido para outro, mais parece 1D. Agora, pelo que percebi este conceito 3D, serão vários pares de pólos espalhados dentro da bateria, meio estranho… mais parece aquele conceito de reacção nuclear em que tem uma evolução exponencial… pensando assim até faria sentido carregar em segundos.
Todos os meses há noticias de baterias revolucionárias, mas na pratica não se traduz em nada. Aos anos que estamos com a tecnologia actual…
Não é verdade. Cada mês e em cada novo produto que sai há melhorias. Nos elétricos, por exemplo, a cada meio ano há uma evolução nos vários aspetos que envolvem a bateria. Por isso (e não só) o preço das baterias vai diminuindo, vai aumentando a performance, vai havendo menos perdas, mais aproveitamento… não é por obra e graça do espírito santo, há trabalho de laboratório. Não é é da noite para o dia, isso não é.
Quando se lê apenas o título fica-se com essa impressão.
Mas ao ler o artigo dá para perceber o porquê desta designação no título.
Na tecnologia convencional o ânodo e o cártode têm uma superfície plana (logo 2D).
Nesta tecnologia o ânodo e o cátodo têm uma superfície irregular que estende por um espaço (logo 3D).
JB