E Porque Hoje é Sexta

MusicóMania Porque Hoje é Sexta

A música terá a sua génese, provavelmente na pré-historia ! Originalmente através de onomatopeias, evoluindo paralelamente ao desenvolvimento da espécie humana. Hoje, será algo imprescindível no nosso dia a dia, arte sensorial, étnica e idiossincrásica. Aqui, combateremos as migraneas, com algumas sugestões, novidades, tesouros esquecidos, lançando-vos o repto, porque para os verdadeiros melómanos, o prazer não se deve procrastinar.

Esta semana em destaque:

1 – Joy Division

Manchester não da apenas grandes clubes de futebol, também tem dado bandas icónicas, que trazem lufadas de ar fresco e inovação ao mundo melómano.

Relembramos uma das suas bandas de culto, a propósito da reposição no AXN Black HD, esta semana, do filme “Control”, que retrata a vida de Ian Curtis e o trajecto do grupo. Formados num acaso em 1976, durante um concerto dos Sex Pistols, ainda como Warsaw, alteraram para Joy Division, nome dado a área, onde as mulheres judias dos campos de concentração, eram oferecidas aos soldados nazis.

Assinaram pela mítica, Factory Records. Começaram pelo post-punk, caminharam pelo post punk revival, e estiveram na génese da New Wave. Ian, ouvia primeiro o dub musical e so depois inseria as suas letras, depressivas, melancólicas e intimistas, que reflectiam o seu próprio quotidiano. Dividido entre uma dicotomia amorosa e as crises cada vez mais frequentes de epilepsia, foi-se isolando cada vez mais. Acabando por se suicidar, por enforcamento, na sua própria habitação. com apenas 23 anos. Com a sua orfandade, a banda extinguiu-se.

Felizmente os restantes 3 membros, formaram um novo projecto, New Order, que de uma forma eficaz, continuaram o legado. Foram das bandas que teve mais edições póstumas, que em vida, com apenas dois 33 rotações de estúdio e alguns 7 e 12 polegadas. Marcaram toda uma geração e as décadas seguintes.

2 – Wire

No mesmo ano, mas em Londres, era o parto de outra banda de culto, do circuito alternativo. Desde o post-punk, rock alternativo e experimental, ate a electrónica e industrial. Elevaram o conceito artístico a um outro nível. Apesar de alguns interregnos ao longo dos anos, continuam em actividade. Lançaram em 2015 o seu novo trabalho, com o titulo homónimo.

3 – Godspeed You! Black Emperor

Vem de, Montreal, Canada, trazem, post-rock, progressivo, experimental, dark ambient e começaram a labuta em 1994. As suas musicas, são autenticas parábolas existenciais, normalmente muito longas atingindo facilmente as dezenas de minutos, onde exploram, toda a sua criatividade e experimentalismo, na construção sonora e ao mesmo tempo, no uso dos instrumentos.

Até metalofones, cravos e trompas já usaram. São também conhecidos pelo seu forte activismo politico e social, chegando mesmo a ser confundidos como putativos terroristas e interrogados durante cerca de 3 horas pelo FBI, durante uma tournée em 2003. Numa altura, em que tudo que fosse opinião divergente, era escrutinado ate a medula. Acabaram de lançar novo trabalho de estúdio, “Asunder, Sweet and Other Distress”.

4 – Horna

Demos um pulo ate a Finlândia, terreno fértil, em produzir bandas de metal de elevado calibre e trouxemos esta oferenda do deus Thor. Black metal, pungente, dinâmico, duro, poderoso, que faz trovejar a nossa alma, com relâmpagos disruptivos, de pura energia. Vulcão activo desde 1993, já tiveram vários cismas e alterações na sua composição.

5 – Type O Negative

Janizaros do Gótico e Doom Metal, de Brooklyn, Estados Unidos. Assumiram influencias de bandas como, Black Sabbath, Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple ou Judas Priest, assim como do movimento post-punk, em bandas como, Dead Can Dance ou Cocteau Twins. Tiveram colaborações com bandas como, Life of Agony, Danzig, A Morte Pale Horse Named, Seventh Vazio. As suas dissertações, acomodam temas como, a morte, a depressão ou o mais melancólico dos sentimentos. Estiveram activos entre 1989 e 2010. Ano em que faleceu o seu fundador e frontman, Peter Steele ( ex- Carnivore), baixista e vocalista e por arrastamento, originou o ocaso da banda.

6 – Stubborm (PT)

Afinal, Paços de Ferreira, não produz apenas moveis ! Tambem nos traz, Groove e Thrash Metal, com o tempero de elementos tribais. de colheita especial, qual reserva escondida, ao alcance apenas dos ouvidos mais apurados. Quanto mais se ouve, mais capitoso se torna. Em 2015, celebram uma década de existência, e lançam o seu primeiro álbum “Luto e Terra”, apresentado no “Canecas Bar”, na sua cidade.. Em 2007, já tinham editado o 7 polegadas “Even Alone I Fight”. No interludio, ganharam o concurso “Ao Encontro do Rock” em 2010.

7 – Duda Brack (BR)

A gaúcha, de 21 anos, acaba de editar o seu trabalho de estreia “E”, que segue uma linhagem, Pos-MPB. Interpretação cuidadosa em cada frase, arranjos bem conseguidos, onde ate o experimentalismo eh visitado. Há aqui um traço aurífero a explorar.

Por André Pinto para o Pplware

Bom fim de semana