Película de madeira luminescente: Será uma opção para as casas do futuro?
A procura por parte dos consumidores de marcas mais sustentáveis aumentou, e tem aumentado, significativamente. Se antes a origem ou a constituição de um produto passavam despercebidas, agora são minuciosamente analisadas e, em certos casos, podem ser um entrave à compra. Nos últimos tempos, uma das principais questões tem sido a utilização de plástico e a descoberta de alternativas.
Assim sendo, as marcas têm de se (re)adaptar às vontades dos consumidores, inovando os seus conceitos.
Película de madeira luminescente para combater tendências mais poluentes
Se há umas centenas de anos as casas e outros edifícios eram iluminados através de velas, hoje em dia, não há um espaço fechado que não possua luz elétrica. Mais, o ambiente que o próprio espaço assume pode ser definido pela cor e até pela disposição da iluminação.
Assim, além da iluminação necessária, os consumidores começaram a adquirir outro tipo, a fim de destacar ambientes e momentos. Contudo, um aspeto que poderá passar despercebido é que a iluminação de um espaço implica poluição, por exemplo, devido ao uso de plástico.
Para contrariar esta tendência de poluição pelo plástico, um grupo de investigadores desenvolveu uma película de madeira luminescente e resistente à água. Conforme referido, esta poderia ser usada como um painel de cobertura para lâmpadas, ecrãs e dispositivos laser.
O estudo foi publicado no ACS Nano.
Nova película de madeira luminescente quebra a barreira das tentativas anteriores
Esta preocupação não é recente e, portando, foram outrora desenvolvidos outros tipos de película de madeira biológica. No entanto, muitos desses estudos compilaram várias desvantagens relacionados com alguns dos materiais utilizados. Por exemplo, existem elementos com propriedades mecânicas deficientes, falta de resistência à água e que resultam numa iluminação irregular.
Assim sendo, o objetivo da equipa de Qiliang Fu passava por ultrapassar essas (significativas) barreiras.
Para o efeito, os investigadores trataram madeira de balsa com uma solução, a fim de remover a lenhina (substância que confere consistência à madeira) e metade das hemiceluloses. Dessa forma, retiraram a porosidade da madeira biológica.
Depois, a equipa misturou a madeira preparada com uma solução que continha nanopartículas semicondutoras de pontos quânticos. Estes, por sua vez, brilham numa determinada cor quando são atingidos por luz ultravioleta.
Posteriormente, os investigadores comprimiram todos os materiais, procederam à secagem e, então, aplicaram um revestimento hidrofóbico, ou seja, resistente à água.
Possibilidade de alterar as cores da iluminação
No final, a equipa conseguiu uma densa película de madeira biológica luminescente, resistente à água e com excelentes propriedades mecânicas. Aliás, no teste, os investigadores dirigiram luz ultravioleta e os pontos quânticos na película de madeira biológica emitiram a espalharam uma luz laranja uniforme por toda a superfície da película luminescente.
Aliás, a equipa percebeu, ainda, que diferentes tipos de pontos quânticos gerarão várias outras cores diferentes.
Agora, resta aperfeiçoar o sistema e perceber se as pessoas estão dispostas a comprar produtos que incluam esta vantagem.
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Boa ideia, mas se isso vingar no mercado, quer dizer que a corrida ao abate de árvores aumenta?
Pois…