Noruega tem um dos sistemas de recolha de lixo mais avançados do mundo. Veja como funciona
A gestão do lixo é um dos principais desafios das cidades modernas, com números crescentes de população e, por conseguinte, de resíduos. Assim sendo, há uma cidade na Noruega que tem vindo a construir um dos sistemas de recolha mais avançados do mundo: um aspirador com a força de meio milhão de aspiradores domésticos.
Sob o centro de uma cidade com 955 anos, tem vindo a ser criado um sistema avançado de gestão de resíduos: os residentes acedem aos tubos subterrâneos através de contentores destinados ao lixo e à reciclagem, cada um programado para libertar automaticamente o seu conteúdo quando estiver cheio.
De forma impressionante, a rede de tubos aspira o lixo com a força de meio milhão de aspiradores domésticos.
Segundo um artigo do The Washington Post, citando as autoridades locais, esta estratégia permite que os camiões do lixo façam menos viagens pelas ruas estreitas da cidade de Bergen, aliviando o tráfego, reduzindo a poluição do ar e diminuindo as emissões de diesel em até 90%.
Além disso, há menos risco de incêndios acidentais causados pelo lixo, numa cidade formada por casas de madeira, que já foi destruída pelo fogo cerca de uma dúzia de vezes desde a sua fundação em 1070.
Na perspetiva dos residentes, as ruas parecem mais limpas e o número de ratos terá diminuído.
De acordo com Albert Mateu, consultor de planeamento urbano e professor da Universidade de Barcelona, citado pelo jornal, Bergen, na Noruega, é uma das cerca de 200 cidades em todo o mundo que instalaram o que é conhecido como sistemas pneumáticos de recolha de resíduos.
Algumas delas, incluindo Estocolmo, Seul e Doha, exigem ou incentivam os construtores a instalar os tubos de lixo em grandes projetos de construção nova. Por outro lado, Bergen, com uma população de pouco menos de 300.000 habitantes, destaca-se por ter procurado modernizar os seus bairros centenários com um sistema automatizado de recolha de lixo.
Em Bergen, o sistema de recolha de lixo não está ainda concluído: em bairros não conectados, ainda há muitos caixotes do lixo antigos e os camiões do lixo continuam a circular.
Ainda assim, as autoridades de Bergen afirmam já ter economizado o equivalente a 22 milhões de dólares na recolha de lixo desde que começaram a instalar o sistema, em 2007.
Mesmo não sendo suficiente para recuperar o investimento de 100 milhões de dólares da cidade, Terje Strom, que chefia a divisão de infraestruturas da empresa de gestão de resíduos de Bergen e liderou o projeto desde o início, disse que o sistema terá retorno "a longo prazo".
Um sistema de recolha de lixo que parece ideal
Apesar do custo elevado do sistema de gestão de resíduos e de ser logisticamente complexo, pela escavação das ruas da cidade que implica, os residentes parecem muito satisfeitos com a experiência.
O bairro de Odd Einar Haugen, professor emérito de filologia nórdica antiga na Universidade de Bergen, foi o primeiro a ser ligado ao sistema de tubos de lixo de Bergen, há cerca de 10 anos.
Por via de um sistema com o qual os residentes estão "muito, muito satisfeitos", as dezenas de caixotes do lixo com rodas foram substituídas por três "entradas de resíduos" cinzentas que se parecem com caixas de correio futuristas, segundo o The Washington Post.
Quando uma entrada fica cheia, uma porta secreta abre-se e despeja o conteúdo num tubo de aço de 50 cm abaixo da rua.
Numa estação de resíduos a 1,6 km de distância, três ventiladores industriais giram e sugam o ar através dos tubos a 64 km/h. O sistema de gestão de resíduos funciona, de forma simplificada, como um sistema de aspiração central doméstico, mas para todos os residentes de uma rua.
Entretanto, ainda circulam camiões pelas ruas de Bergen para recolha de lixo volumoso e composto, e para esvaziar caixotes de reciclagem de vidro e metal, materiais que podem ser colocados nos tubos.
Ainda assim, a Envac - empresa sueca que construiu o sistema e instalou os primeiros tubos de lixo do mundo, num hospital sueco, em 1961 - afirma que concentrar a maioria do lixo nos arredores da cidade pode reduzir em 90% a distância total percorrida pelos camiões, economizando combustível, mão de obra e emissões.
Portugal possui, também, um sistema de "aspiração" do lixo
Em Portugal, o mesmo sistema foi implementado aquando da exposição internacional de Lisboa Expo-98, em 1998. Hoje em dia, todos os edifícios, residenciais, de comércio ou serviços, estão equipados com um sistema de recolha pneumática de resíduos, sejam eles comuns, papel ou embalagens.
Com 25 anos, em 2023, o mesmo sistema transportou, até àquele ano, 240.775 toneladas de resíduos, provenientes de 40.000 habitações (equivalente a 120.000 habitantes, além das empresas) poupando-se a emissão de muitas toneladas de CO2 por se eliminar a circulação de camiões do lixo em toda a zona do Parque das Nações.
Em cada edifício há condutas para receber os diversos tipos de lixo, que vão para um depósito e onde, informaticamente controlado, se abrem válvulas de retenção para que o lixo seja empurrado para centrais de recolha, onde se deslocam os camiões do lixo.
Aqui é um descalabro, especialmente nas cidades. Os ecopontos não são esvaziados com a regularidade necessária, há negócios a usar os ecopontos para depositar os recicláveis, é lixo espalhado pelo chão. Depois há muita gente a dar-se ao trabalho de levar os recicláveis para depois os depositar no chão. Muita falta de civismo.
O preço que os Habitantes pagam?
Cá paga-se forte e feio e temos um sistema a céu aberto com KG de Lixo junto dos contentores com animais de volta deles e muitas vezes as gaivotas andam la
Se este sistema viesse então é que se pagava
Os cidadão na Noruega ganham bem. Podem comprar carros elétricos e pagar por um bom sistema de recolha de resíduos. É a diferença entre economias de elevada produtividade.
Pagam nos impostos, que não são muito diferentes dos nossos
A diferença está no recebem em troca pelos impostos que pagam.
Sim, mas acima de tudo pagam os seus impostos, não fogem deles, porque sabem que o Estado retorna aos cidadãos com aquilo que eles têm direito.
Por cá, é o que se vê: lixo espalhado pelas ruas, estradas com cada vez mais buracos, transportes publicos que não servem os interesses da população, etc.
o lixo devia ser pago por kg produzido, tem gente que nem faz reciclagem e paga tanto como eu que separado tudo, e depois temos aqueles que sao mais inteligentes que os outros e deixam o lixo no chao.
Isso é o que é suposto suceder. Até agora pagamos o lixo pela água consumida, o que não sempre é justo. Um consumidor pode consumir muita água e gerar pouco lixo, e vice-versa. Em vários munícipios já há uma contabilização do lixo produzido.
Havia de ser bonito. Ia tudo despejar o lixo na mata. Se hoje já é o que se vê…
Não precisas, tens trituradores de lixo biológico e recipientes de decomposição. Aqui em casa o lixo orgânico é quase inexistente
Tu separas para depois a autarquia juntar tudo e chegar-lhe o fogo. O esquema já foi descoberto desde os anos 90.
Eu já fiz uma reclamação no Portal da Queixa às Águas do Porto, exatamente a questionar quais os benefícios que obtenho em separar o lixo ou em atira-lo todo ao contentor de indiferenciados, e nessa mesma reclamação, reclamei pelo aumentos em Janeiro no valor da fatura no item de resíduos urbanos.
Enfim, eu que separo o lixo e me preocupo com meio ambiente nada obtenho em troca e ainda há quem ganhe com o produto reciclável e ao mesmo tempo mete dó quando vou deitar lixo no contentor dos indiferenciados e vejo-o cheio de plásticos e vidro
Portugal não é a Noruega.
Anos luz sem dúvida nenhuma… Principalmente em educação e civismo, o resto é acessório porque existindo pessoas educadas, com civismo e sabem respeitar o espaço em que estão inseridos é o fundamental.
Não ia adiantar de nada esse sistema ou qualquer outro que se implementasse cá, porque o problema está no cidadão e não nas opções que dispõe, e tenho para mim que se trocasse-mos de sistema iria continuar uma Noruega a funcionar bem e ser um pais limpo e nós a mesma coisa com lixo no chão etc… Europa mas… culturas tão, tão diferentes que nós parecemos o Bangladesh ou um pais da América do Sul Europeu (com todo o respeito) e os paises Nórdicos a verdadeira Europa, não se trata apenas de avanços tecnológicos, se as pessoas não funcionarem… mera opinião!
+1000
Claro que não, Portugal é o país mais rasca da Europa ocidental. Em igualdade de trabalho e horas um português leva para casa menos de 1/4 do que leva um norueguês. E querem os capitalistas à viva força importar ainda mais migrantes para fazer baixar mais os salários dos portugueses. Querido capitalista, arruína-me ainda mais, faz-me passar mais fome, que eu adoro!
A Noruega vendeu petróleo a montes poluindo o planeta, não vejo grande civismo e evolução nisso, agora gastam o dinheiro num fato bonito mas sem dinheiro eram o quê? piores que os irlandeses.
E vão continuar a vender petróleo, porque as empresas e as pessoas ainda precisam dele. Não é isso que aqui está em causa.
Esta tecnologia existe no parque das Nações desde a Expo 98. Todo o Parque das Nações é coberto por uma infraestrutura de tubos com aproximadamente 1m de diâmetro, dentro de galerias subterrâneas, que aspiram o lixo.
Há prédios no Parque das Nações que têm ligação direta com este sistema público e tudo. É possível uma pessoa despejar o lixo do wall de entrada dos apartamentos, sem sair de casa, e ele vai parar a este sistema de aspiração público. Há vários prédios assim.
Deve ser um pifo…
É verdade Bruninho, nas habitações entre o rio e a linha do comboio, no entanto é só para lixo orgânico, não funciona com recicláveis, esses têm outra conduta que os deposita num contentor que é recolhido a dias específicos.
O sistema é da mesma empresa, envac.
A questão que quis demonstrar é que este sistema existe em Portugal desde a Expo 98, por desconhecimento da maioria das pessoas. Não tem um sistema de separação de resíduos como este, mas 27 anos passaram! Em 1998 não se falava da reciclagem como hoje.
Não precisamos de ir à Noruega!
Na realidade, permite-me corrigir-te, a conduta é exatamente a mesma. Ou seja: existem 2 comportas ou dois troços verticais, que embocam exatamente na mesma conduta horizontal. A diferença está no sistema pneumático em cada comporta, que está sempre fechado. Quando a ENVAC corre o programa, o sistema abre os pneumáticos correspondentes (orgânico ou reciclagem) e o lixo é sugado. O sistema da ENVAC é até bastante avançado para a época em que foi instalado. Apenas com duas centrais de recolha (Norte junto à ponte e Sul junto à CUF) conseguem fazer a recolha seletiva de toda a zona de intervenção da Expo 98.
Não corrigiste nada que eu disse, apenas acrescentas-te. Eu falei em sistema de separação de resíduos, não disse como funcionada.
A minha antiga casa no Parque das Nações dispunha exatamente deste sistema. A diferença é que a conduta do lixo orgânico estava dentro da cozinha, tinha uma portinhola dentro de uma espécie de adufa. Já os recicláveis, estavam na garagem. O sistema funcionava bem e nunca tive problemas de cheiros, isto porque o condomínio lavava as condutas todos os anos. Agora que a manutenção do sistema é cara, sim, é e bastante. No último ano que lá residi, cada desentupimento custava ao condomínio cerca de 100€ e era todas as semanas.
Em Portugal pagamos bem pago a gestão dos resíduos e temos na maioria dos casos soluções implementadas que mais parecem do terceiro mundo… infelizmente em primeiro está o negócio de pois está a solução que melhor sirva o cidadão.
Vejam o modelo na zona da expo em a Lisboa.
Infelizmente não temos suficientes portugueses com capacidade cívica para tal