Como uma engenhosa cama de cartão pode ser uma benção humanitária
A tecnologia é tentacular e a sua evolução está em todo o lado, sim, até numa cama feita de cartão. E quando existem problemas humanitários, uma engenhosa ideia pode ser o bem mais precioso, principalmente quando em causa estão cenários de desastres catastróficos de proporções bíblicas, como temos visto nos últimos tempos. Vamos conhecer a Humanitaria Bed.
O papel do "papel" numa crise humanitária
Em 2022, a humanidade ultrapassou coletivamente a marca dos 100 milhões de pessoas deslocadas à força no planeta Terra. É um recorde histórico, mas não é um recorde de que nos possamos orgulhar, pois é o maior número de pessoas deslocadas da história e mais do dobro do número de há apenas uma década.
As catástrofes que assistimos nos últimos meses, também são outro enorme peso nas infraestruturas e equipamentos de auxílio disponíveis nas muitas organizações de cariz humanitário e de emergência.
A título de exemplo, o custo atual de compra de 1.000 camas para um campo de refugiados é de 110.000 a 220.000 euros, são necessárias duas semanas para as produzir, outras duas semanas para as enviar (por terra ou mar) e 24 horas para as instalar.
Start-up espanhola Humanitaria criou uma cama de cartão
Em comparação com os números apresentados no parágrafo acima, 1.000 camas da empresa catalã custam cerca de 17.000 euros, podem ser produzidas em poucas horas e usando máquinas de embalagem já existentes. Portanto, em pouco tempo e com recursos do próprio mercado convencional, poderão estar rapidamente disponíveis em todas as grandes cidades do mundo, entregues dobradas por avião no dia seguinte e podem ser montadas em 20 minutos.
As primeiras 24 horas são críticas na resposta a desastres e esta invenção traz uma enorme promessa!
A Humanitaria foi fundada por Juan Sanz e J. Alberto Paniagua, estão sediados em Barcelona e visam usar os mais de 20 anos de experiência em design industrial da dupla para melhorar a capacidade de resposta das ONGs em situações humanitárias.
A startup foi inicialmente auxiliada pelo programa de aceleração UNICEF Lab, tornou-se finalista do Prémio de Tecnologia Humanitária da Cruz Vermelha e foi selecionada como uma das seis propostas de inovação social aspirantes ao Prêmio Magalhães-Elcano de Inovação Humanitária 2022.
Uma cama de papelão pode ser “adequada para que propósito”?
No projeto da cama de cartão da Humanitaria, a cama de papelão pode suportar até 350 quilos de peso, bem acima dos 150 quilos suportados pelas habituais camas de acampamento utilizadas pelas ONGs.
O custo de 1.000 camas para um campo de refugiados varia de 100.000 a 200.000 euros e leva até duas semanas para produzi-las, outras duas semanas para enviá-las (por terra ou mar) e mais de 24 horas para instalá-los e configurá-los.
Em comparação, com a Humanitaria, 1.000 camas custam 16.000€, podem ser enviadas dobradas por avião e podem ser montadas em 20 minutos.
Disse Juan Sanz, CEO da Humanitaria.
Em termos de produção, a cama de cartão representa uma redução de custos de 90% face ao preço de outras camas humanitárias. O custo por unidade ronda os 16 a 17 euros e é 99% mais eficiente do que qualquer uma das soluções habitualmente utilizadas pelas ONG em todo o mundo.
O material e o design da cama aproveitam a tecnologia de embalagem: simplicidade, rapidez de montagem e alto índice de fabricação.
Com a cama Humanitária, temos uma velocidade de produção de 1.000 unidades por hora em turnos de 24 horas. Graças à automatização da indústria de embalagens, qualquer fábrica média pode fabricar estas camas a um ritmo anos-luz à frente de qualquer outra. solução. Isso nos permite responder a qualquer pico de procura sem rupturas de stock ou prazos de entrega impossíveis, como aconteceu com a rede de fornecedores asiáticos durante a pandemia.
Explicou Sanz.
A velocidade de montagem é um recorde no setor social: um sistema que parte de um lençol extraplano e se transforma em cama em menos de 5 segundos, tarefa que uma única pessoa pode realizar de forma autónoma, sem ferramentas ou treino prévio.
É entre 60 e 200 vezes mais rápido do que qualquer alternativa utilizada em emergências humanitárias, encurtando enormemente o tempo necessário para montar um hospital de campanha, reduzindo o número de funcionários e os custos associados. Uma única pessoa pode montar 700 leitos numa hora.
Simplesmente abrir a cama como se fosse uma caixa de papelão, e é apenas isso.
Resumiu o CEO da Humanitária.
O papelão é o material estrutural e durável mais barato que existe. Dura o suficiente para fazer face a uma emergência humanitária. É uma solução rápida, versátil e económica. Pode duplicar a resistência aprovada de uma cama humanitária e proporcionar conforto e abrigo num momento de alta vulnerabilidade.
As pessoas não conseguem acreditar quando veem cinco adultos em pé na nossa cama.
Quem questiona a durabilidade não entende a abordagem deste produto. É a solução mais rápida, mais pluralista e mais económica. Não estava nos nossos planos projetar um produto que durasse 10 anos em perfeitas condições. Mesmo assim, dobramos a resistência aprovada para uma cama humanitária.
Argumentou Héctor Muñoz, chefe de produção.
A Cama Humanitária pretende ser o recurso essencial para esta primeira resposta humanitária oferecendo um lugar seguro para centenas de milhares de pessoas que procuram abrigo e um espaço de convivência que cumpra as garantias de segurança, conforto e qualidade ao menor custo possível.
A empresa disponibiliza uma unidade de demonstração para as organizações que necessitem deste tipo de equipamento poderem avalia.
Este artigo tem mais de um ano
Top!
Baratas não são!
Sim, 16€ por uma cama de cartão é realmente uma fortuna…
Não fica muito mais barato que um colchão insuflável e é muito menos confortável.
Se funcionar, excelente.
Haja inovações e simplificadas…
Não tem colchão, mas enfim é de cartão há de ser menos rijo que de madeira. Mas pus logo defeito na almofada, aquele rolo minúsculo. Mas no último grupo de fotos, a que tem pessoal com máscara, vê se que dá para encher e fica uma almofada razoável. Menos mal. O pior é se chove.
Magnífico. Vai dar muito jeito para colocar 20 migrantes num T2. Alguém vai ganhar uns trocos nos beliches.
Num T2???, é mas é 20 migrantes numa barraca debaixo de uma ponte, pois como as coisas estão encaminhadas é mais nesse contexto, que já nem para os tugas quanto mais para os de fora.
Mas a importação massiva de migrantes continua aí de vento em popa, com a bênção do Montenegro, há que promover o dumping salarial, os portugueses estão a ficar muito caros. PSD – Prometemos Salários de Dumping.