Bosch em Braga vai entrar em “lay-off” devido à escassez de componentes
A escassez de componentes que afeta a indústria tem provocado consequências em diversos segmentos. O mercado eletrónico é um dos grandes lesados devido à falta de chips necessários para dar seguimento à quantidade dos pedidos dos consumidores.
Agora esse problema está a fazer-se sentir também em Portugal. E a Bosch em Braga vai mesmo entrar em "lay-off" devido à escassez de componentes.
Bosch de Braga entra em lay-off a partir de segunda-feira
A Bosch em Braga vai entrar em regime de "lay-off" a partir da próxima segunda-feira, dia 10 de maio. O motivo prende-se com a falta de componentes que tem afetado fortemente a indústria de chips.
Desta forma, a empresa vai colocar os trabalhadores em "lay-off", garantindo-lhes assim a retribuição de 85% do rendimento ilíquido mensal. A medida abrange os trabalhadores da área da produção e da área de apoio, que estarão neste regime desde o dia 10 de maio ao dia 9 de junho. No entanto, é possível que haja uma prorrogação deste "lay-off".
De acordo com o comunicado da Bosch:
Procurando minorar o impacto desta medida na vida dos colaboradores e suas famílias, a Bosch irá garantir a retribuição de 85% do rendimento ilíquido mensal aos colaboradores afetados, indo além dos dois terços previstos na lei.
Para além disso, a Bosch Car Multimedia Portugal, em Braga, destaca que "tem sido fortemente afetada pela escassez mundial de fornecimento de componentes eletrónicos, nomeadamente semicondutores, que se tem agravado no segundo trimestre de 2021". A empresa adianta que esta crise "tem provocado várias paragens de produção na empresa".
Mas a Bosch vai mais longe e explica também que o agravamento desta situação "terá como consequência paragens prolongadas de produção na Bosch em Braga, face a estas a empresa decidiu recorrer ao 'lay-off' do Código de Trabalho, procurando com esta medida preservar os postos de trabalho".
Contudo, mesmo com o impacto que a escassez de componentes tem nos negócios, a administração da Bosch "afirma já ter novos produtos e tecnologias planeadas para serem lançadas e reforça as expetativas de crescimento e sustentabilidade para os próximos anos". Para além disso, a empresa sublinha que "os colaboradores foram informados atempadamente".
Sindicato critica e quer "lay-off" pago a 100%
O Sindicato das Indústrias Transformadoras defende que a Bosch Braga deve pagar os salários e subsídio de alimentação por inteiro aos trabalhadores no "lay-off".
À agência Lusa, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE Norte), Sérgio Sales, adiantou que a empresa, com perto de 3200 trabalhadores, "tem mais do que capacidade financeira" para pagar o "lay-off" a 100%. Segundo Sales:
O que se verifica é que, mais uma vez, os trabalhadores vão ser penalizados por uma crise que não lhes diz respeito e para a qual em nada contribuíram.
O Sindicato reconhece que há problemas com a produção de componentes, mas defende que a crise não pode ser "sistematicamente paga" pelos trabalhadores. Além disso, Sérgio Sales acrescenta que:
Não estamos a falar de uma empresa qualquer, mas sim de uma empresa que no ano passado atingiu um volume de vendas na ordem dos 70 mil milhões de euros e que tem capacidade financeira mais do que suficiente para um 'lay-off' sem custos para os trabalhadores.
Vamos ficar a aguardar por mais notícias acerca desta situação na Bosch Braga. E verificar se outras empresas do género não seguem o mesmo caminho devido a esta crise.
Este artigo tem mais de um ano
Fogo layoff pago a 85% e ainda querem que seja a 100% e com o subsídio de refeição?
Isto é lixado…. Visto do ponto de vista da administração, dão uma mão e queres o braço.
Isto só acontece uma vez, da próxima dão os 2/3 previstos na lei e depois são criticados pelo sindicato e por boa vontade dão mais 10%.
Conclusão ficam bem na foto e ainda dão menos que o inicial previsto.
É assim que o povo gosta, ser enganado. Mas saem com o orgulho em alta a dizer que conseguiram reivindicar mais 10%.
Ah…lá está o velho sindicalismo tuga PCP… a estourar empresas desde o PREC!
A Opel na Azambuja também tinha um sindicato assim, que não queria negociar. Resultado, quando foi feita a reestruturação não foram fabricados mais modelos em Portugal e uns milhares foram para o desemprego. Temos alguns maus patrões, mas os sindicados em Portugal quase só servem para estragar o o que há. Digo isto e acho que é muito importante temos sindicados, mas não como eles atualmente são.
Sou funcionario Bosch e tenho a dizer que nao me revejo no que o sindicato fala. Já muito a empresa tem feito para aguentar os postos de trabalho com a imensa falta de componentes para uma producao estavel. 85% do valor iliquido esta bem acima do que a grande maioria das empresas pratica. Não podemos pensar apenas no nosso umbigo. Apesar do volume de vendas nos 70 mil milhoes, primeiro temos de pensar que não significa que esse valor é lucro. E sim, o funcionario não tem culpa pela falta de componentes, mas a empresa tambem não. Despedimento era melhor? Pensem antes de queixar.
Muito obrigada pela tua partilha 😉 pode ser que ajude a esclarecer de facto a situação
Vai mostrar isto ao chefe que ele faz-te uma festinha no lombo
E educação?
para além que o meu chefe nao me suporta, nem eu a ele, só temos é de ser realistas. Temos já por padrao ver as coisas de forma depreciativa e queixar do que temos. Vão-me tirar 15% do ordenado iliquido… ok. mas tenho emprego quando isto acabar. Bem pior era se entrasse em lay-off e desse os 66% como é definido por lei. Quanto ás festinhas. podes vir que eu faço
Confirmo as palavras do MCakaZim. A empresa garantiu os 85%. Note-se que a redução pode ainda ser inferior a 15%, pois pode haver redução nas tabelas de retenção de IRS. A situação foi esticada até ao limite. Mas chegou a uma altura que não havia como contornar.
Pena que não tenhas bom ambiente com a tua chefia. Quero deixar claro, que colo em qualquer lado há boas situações e más situações.
E nao ha duvida, somos um pais que reclama muito e de facto deviamos ver a coisa por outro prisma, perde-se uma parte do ordenado mas o emprego mantem-se como disse o colega ai acima. E isso que muitas pessoas nao querem ver, o importante (para alguns) e reivindicar o que nao e reivindicativo, e os sindicatos gostam e disso, greves e tudo o mais. No final quem sai a perder e o trabalhador.
Também eu estive na mesma situação(Das Maiores empresas do Pais em autocarros em Olv Douro) neste mês vim com as trouxas
Desemprego!
Velho(59)para trabalhar novo para a reforma
IM?
IM o quê?
Num mundo capitalista não existe “escassez” de componentes…
Existe um aumento do preço para manter a prioridade do fornecimento.
Ou seja, pagando mais, o fornecimento aparece..
Parece-me a mim que a fábrica já não consegue ser competitiva a ponto de seguir o preco dos fornecedores.
Ou seja, o início do fim para estes trabalhadores.
tu nao ves as noticias? Todos estao a sofrer com o mesmo, desde da Nvidea ate as maiores construtores de automoveis. Isto nao e problema de dinheiro, e problema de nao haver producao suficiente.
A indústria automóvel arrogante cancelou encomendas dos chips no auge da pandemia (?) por que não estava a conseguir escoar produto. Foram para o final da lista no que toca compradores dos chips. Vão ter de mudar o paradigma do just in time e perder a mania que são os suprasumos em tudo o que matérias, componentes e materiais que alimentam a indústria e fazer gato sapato dos fornecedores. Acontece que os fornecedores de chips não precisam da indústria automóvel para sobreviver, há muitos compradores de chips! No entanto, há de facto uma escassez a nível mundial de chips (e não só), não é invenção da Bosch!
Exatamente, muito mais que com a mudanca de toda a gente trabalhar de casa, as empresas de semicondutores ocuparam facilmentes as producoes com material eletronico para servidores, computadores e coisas do genero. Tirando a Toyota o resto das empresas automoveis estao a rasca, mas isso esta para mudar principalmente para as construtoras dos USA. Oficiais do governo estao aqui em Tainan e Taichung para “negociar” producao para as contrutoras.
Eu percebo o que diz, mas já existem contratos estabelecidos, não dá para negociar sem mais nem menos.
Falta de materiais sempre existiu mesmo antes da pandemia…
É uma fase que a Bosch está a ultrapassar como sempre o fez.
Dispor do layoff enquanto ainda existe e aproveitar para fazer um pouco de publicidade.
Bom, sou um lesado do layoff Braga. Esta empresa não precisava de recorrer a estas alternativas políticas.
Em tempos bastou alterar temporariamente os horários de trabalho em vez de rotativos.
Assim, esta é a verdade de muitas empresas vindas de fora para acionar os apoios só existe um caminho cortar, despedir, informar e criar pânico para políticos ver.
Sindicatos e comissão de trabalhadores e patrão sem comentários. A BOSCH não é isto, é outra coisa.
“…Feno ou palha come quem quer …”