O governo do ex-presidente Donald Trump marcou significativamente a vida da Huawei pelas piores razões. Os bloqueios e sanções aplicadas deixaram a gigante tecnológica numa situação muito delicada em relação aos seus negócios e futuro.
Com a eleição do novo presidente norte-americano Joe Biden, os utilizadores julgaram que a mudança seria boa para a tecnologia em geral e para a Huawei em particular. No entanto parece que não será bem assim pois o novo governo dos EUA impôs agora novos limites aos fornecedores da empresa de Ren Zhengfei.
Joe Biden endurece as sanções à Huawei
A administração de Joe Biden alterou nesta semana as licenças para as empresas venderem para a Huawei Technologies, Co. Ltd. Segundo as fontes, estas alterações restringiram assim ainda mais as empresas de fornecer componentes usados em equipamentos 5G.
De acordo com a Reuters, estas mudanças podem limitar e suspender os contratos existentes com a Huawei que haviam sido celebrados com licenças anteriores.
Neste sentido, estas ações indicam que o governo de Biden mantém e reforça ainda mais a dura conduta nas exportações destinadas à marca chinesa. Assim, tudo indica que, ao contrário do que se poderia imaginar, a Huawei não deverá deixar de fazer parte da lista negra dos EUA tão cedo.
Segundo uma das fontes comunicou à Reuters, apesar de as novas restrições prejudicarem alguns fornecedores, também tornam a competitividade entre as empresas mais justa. Isto porque algumas conseguem obter licenças sob políticas menos restritivas.
Componentes não podem ser usados “com ou em qualquer dispositivo 5G” da Huawei
Uma das licenças, que entrou em vigor a 9 de março, refere que os componentes daqueles fornecedores não podem ser usados “com ou em qualquer dispositivo 5G” da Huawei. Em suma, é agora ainda mais restrito o número de empresas que podem fornecer componentes usados em dispositivos 5G da Huawei, mesmo que não se destinem ao funcionamento do 5G.
Outra licença alterada não foi autorizada para uso em militares, 5G, infraestrutura crítica, data centers corporativos, nuvem ou aplicações espaciais, a partir de 8 de março. Há ainda a informação de que determinados componentes devem ter uma densidade de 6 gigabytes ou menos, além de outros requisitos técnicos.
Um porta-voz do Departamento de Comércio dos EUA não quis comentar o caso, referindo apenas que as informações de licenciamento estão sujeitas à confidencialidade. Por sua vez, um porta-voz da Huawei também não prestou quaisquer esclarecimentos.
Depois que a empresa chinesa foi colocada na lista negra em 2019, as licenças de exportação passaram a ser aprovadas e concedidas pelo Departamento do Comércio. Estas novas mudanças tornam então as licenças mais antigas mais consistentes com as políticas de licenciamento mais rígidas que já haviam sido implementadas nos últimos dias do governo de Trump.
Em janeiro, o ex-presidente decidiu não aprovar 116 licenças num valor de 119 mil milhões de dólares. Por sua vez aprovou somente 4 no valor de 20 milhões de dólares, segundo um documento do Departamento de Comércio analisado pela Reuters. Grande parte das licenças não aprovadas estavam relacionadas com a memória, telefone e apps de rede.