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Bitcoin é ainda mais poluente desde que foi banida da China

A pegada carbónica da mineração de criptomoedas é um problema real e sem solução à vista. Aparentemente, se esta era já uma atividade poluente, a proibição da Bitcoin na China tornou a moeda criptográfica ainda pior para o ambiente.

Afinal, a mineração de Bitcoin é responsável pela emissão de mais de 65 megatoneladas de dióxido de carbono por ano.


No verão do ano passado, 42% da eletricidade que alimentava os computadores que mineravam criptomoedas provinha de fontes renováveis, como a energia hidroelétrica. Contudo, no outono, esse número desceu para 25%. A resposta para esta queda está num novo estudo.

Uma investigação publicada na revista Joule refere que esta mudança foi uma consequência da decisão que a China tomou, em agosto de 2021, de proibir a mineração de Bitcoin. De acordo com o analista de dados e coautor do artigo, Alex de Vries, as pessoas acreditavam que, depois de a China proibir a mineração de Bitcoin, a atividade tornar-se-ia “mais verde”. Contudo, “o facto é que já era um negócio sujo, e só piorou”.

Afinal, agora, apenas um quarto das moedas é minerado utilizando energia renovável.

 

A Bitcoin na China

Numa altura em que a Bitcoin deixava de ser apenas uma curiosidade digital para se transformar num importante ativo financeiro, a China foi casa de um enorme número de mineiros. Em setembro de 2019, os computadores na China utilizavam três quartos de toda a eletricidade para minerar Bitcoin.

De acordo com o Interesting Engineering, em algumas partes do país, uma combinação de energia hidroelétrica barata, durante os meses húmidos, e eletricidade alimentada a carvão, durante os restantes meses, tornou a mineração de Bitcoin bastante rentável nesses locais. Aliás, em 2020, o país atingiu o seu auge, tendo sido responsável por 65% da atividade mineira de todo o mundo.

Depois de proibir totalmente a mineração e o negócio de criptomoedas, em setembro do ano passado, muitos dos mineiros que estavam instalados na China mudaram-se para outros sítios, como o Cazaquistão ou os Estados Unidos da América. Para os que ficaram na Ásia, o carvão tornou-se na fonte de energia durante todo o ano. Nos Estados Unidos, por exemplo, é frequente que os mineiros se instalem em estados que utilizam menos energia renovável do que a média nacional.

De acordo com os especialistas, os mineiros de Bitcoin são responsáveis pela emissão de mais de 65 megatoneladas de dióxido de carbono por ano. Além disso, segundo Vries, o estudo mostra que a cooperação internacional é essencial, para que os governos consigam controlar o impacto ambiental da Bitcoin. Contudo, admite que “uma solução rápida para a pegada de carbono da Bitcoin não está à vista”.

 

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