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Viagem tripulada a Marte será mais rápida se passar por Vénus, dizem os cientistas

Marte está no foco das agências espaciais e depois de voltar à Lua, a NASA vai preparar o assalto ao planeta vermelho lá para 2033. Contudo, segundo cientistas norte-americanos, feitos os cálculos das órbitas entre a Terra e Marte, concluiu-se que tais viagens seriam mais rápidas, eficientes se a viagem passar por Vénus.

Estes cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, defendem que na ida da Terra a Marte, Vénus poderá ser muito importante.


Izenberg é um dos vários cientistas e engenheiros que defendem que uma missão tripulada a Marte também deverá passar por Vénus. Este grupo de investigadores desenvolveu um artigo com tudo o que está relacionado com esta viagem.

De acordo com esse artigo, usar Vénus como um trampolim para Marte não é apenas uma opção – é uma parte essencial de uma missão tripulada em Marte.

 

Terra via Vénus até Marte: Missão de conjunção ou missão de oposição

Para o ser humano ir da Terra a Marte, tem duas opções. A primeira e mais simples é uma missão de conjunção, na qual uma nave voa entre os dois planetas quando eles se alinham nas suas órbitas. Para que possamos perceber, há uma janela de tempo em que a Terra está “mais perto” de Marte, isto é, a sincronização orbital entre a Terra e Marte dá-se quando a distância entre os dois planetas é menor. Este fenómeno ocorre durante 30 dias a cada 25 meses, portanto, de 26 em 26 meses.

Só neste alinhamento é que a viagem é mais curta e os custos são menores. No entanto, para voltar à Terra, os astronautas teriam de esperar cerca de um ano e meio.

A segunda opção é uma missão de oposição, na qual – a caminho de Marte ou numa viagem de regresso – uma nave passaria por Vénus. Assim, a missão usaria a gravidade do planeta para alterar o curso. O uso de Vénus para tal assistência por gravidade reduziria drasticamente a quantidade de energia necessária para a viagem. Como tal, economizava-se combustível, peso e, obviamente, reduziriam-se os custos.

Com Vénus pelo caminho, a janela de lançamento seria reduzida para 19 meses. Assim, estas tais missões de oposição permitem estadias muito mais curtas em Marte. A título de exemplo, estas missões iriam permitir que os astronautas tivessem viagens tão curtas como um mês – ao contrário do ano e meio que uma missão de conjunção poderia levar.

Acrescentar Vénus a um plano de voo até Marte significa que os astronautas poderiam regressar à Terra cerca de um ano mais cedo. Além disso, no caso de alguma correr mal durante esta missão, ir a Vénus primeiro permite também mudar rapidamente de rumo e regressar à Terra num período muito mais curto.

 

Será Vénus apenas útil como passagem?

Bem pelo contrário. Não podemos esquecer que este planeta é mais ou menos do mesmo tamanho da Terra, é composto pelo mesmo material e formado em torno da mesma estrela. Este é um destino valioso.

As sondas robóticas captaram uma quantidade incrível de dados através de observações em Vénus. Contudo, os cientistas pensam que visitar Vénus com uma missão tripulada abre novas possibilidades – especialmente se estes visitantes levarem sondas ou rovers com eles.

Um diagrama que mostra a trajetória potencial de uma missão tripulada de Vénus em Marte. (Crédito da imagem: Izenberg, et. Al./(JHUAPL))

Assim, esta tal vantagem de uma missão tripulada, seria aproveitada para estudar Vénus e responder diretamente às observações. Uma coisa é o cientista astronauta olhar diretamente, outra é ser uma sonda ou robô e as informações levarem de cinco a 28 minutos até chegar a Terra.

 

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