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Upss: missão DART da NASA redirecionou acidentalmente rochas espaciais para Marte

Seguramente, quem acompanha estes temas estará lembrado da missão DART cujo objetivo era tentar desviar da sua órbita um asteroide. O sucesso foi conseguido, mas sabe-se agora que os fragmentos de Dimorphos libertados pelo teste de impacto poderão eventualmente cair em Marte, de acordo com um novo estudo.


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A NASA conseguiu um grande feito com o DART – a missão de Redirecionamento de Duplo Asteroide. Em 2022, a nave espacial DART mergulhou com sucesso numa rocha espacial denominada Dimorphos.

O teste mostrou que é possível redirecionar um asteroide, salvando potencialmente a Terra de um futuro cataclismo, e que pode não ser necessária tanta energia como se pensava anteriormente. Alguns pedaços do Dimorphos foram redirecionados de forma um pouco mais substancial do que o esperado.

Um novo estudo prevê que fragmentos da Dimorphos possam um dia colidir com Marte devido ao impacto do DART.

Até aos últimos anos, nunca ninguém tinha visto de perto a superfície de um asteroide. Agora, não só vimos vários deles na “carne rochosa”, como também o Japão e os EUA recolheram grandes amostras de asteroides.

Estamos a começar a perceber que muitos asteroides não são os objetos monolíticos que pensávamos. Em vez disso, assemelham-se mais a montes de entulho flutuantes. Quando a OSIRIS-REx aterrou em Bennu para recolher a sua amostra recorde, quase foi engolida pela superfície coberta de cascalho.

No caso do DART, a NASA confirmou que o impacto alterou a forma do objeto, que tem aproximadamente o tamanho da Grande Pirâmide de Gizé, mas também atirou para o espaço algumas pedras de grandes dimensões.

O novo estudo, disponível no servidor de pré-impressão arXiv, diz que o impacto do DART ejetou pelo menos 37 rochas do Dimorphos, algumas com até 7 metros de diâmetro.

O enxame de rochas espaciais ainda está agrupado perto de Dimorphos e do seu parceiro orbital Didymos, mas não será assim para sempre. O estudo procurou seguir o curso potencial desses objetos, e os investigadores afirmam que estes fragmentos irão circular durante os próximos 20.000 anos.

Futuras missões em Marte poderão correr perigo?

Não há perigo de objetos deste tamanho, mesmo que venham na nossa direção, mas o estudo prevê que nenhum dos detritos cairá na gravidade da Terra. No entanto, é provável que os fragmentos atravessem a órbita de Marte no futuro.

Uma vez que Marte tem muito pouca atmosfera para quebrar os asteroides, os pedaços maiores de Dimorphos atingirão a superfície, deixando crateras de até 300 metros de diâmetro. No entanto, se os meteoritos tiverem uma força inferior a 1 MPa, podem ainda fragmentar-se e criar uma coleção de crateras mais pequenas numa grande área.

A análise prevê que Marte e os fragmentos se cruzem daqui a cerca de 6000 anos e novamente daqui a 13.000 anos. Embora ninguém na Terra tenha de se preocupar com isto, é possível que alguém esteja em Marte dentro de alguns milhares de anos, quando os meteoritos Dimorphos chegarem.

Este astronauta de um futuro distante poderá ter de pensar no resultado de uma missão espacial antiga, de uma época em que mal sabíamos como empurrar asteroides à volta do sistema solar.

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