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Rússia volta a mudar a data de retirada da Estação Espacial Internacional

A Rússia está numa posição complicada, após mais de 6 meses de guerra contra a Ucrânia. Com os avanços dos ucranianos, Putin parece dar “sinal de fraqueza” e “desespero”, segundo as reações à mobilização parcial anunciada pelo presidente. Além disso, a ameaça do uso de armas nucleares voltou a pairar no planeta. Na órbita da Terra, a Estação Espacial Internacional (ISS) volta a estar no centro da discórdia.

Após ter usado a Estação Espacial como “arma de arremesso”, a Rússia corrigiu a sua posição em julho passado, após ter fixado a data de 2024 como término da cooperação. Passou então para 2028 a data. Agora, voltou a mexer silenciosamente no agendamento do abandono.


Estação Espacial Internacional: Rússia sai, Rússia não sai, Rússia sai…

Conforme temos vindo a perceber, há uma escala da tensão entre a Rússia e Estados Unidos depois de Vladimir Putin voltar a ameaçar utilizar armas nucleares na guerra da Ucrânia. Após este anúncio feito ao país, onde também surgiu uma mobilização parcial à população russa, os responsáveis da Roscosmos alteraram a data da sua provável saída da Estação Espacial Internacional (ISS).

A declaração foi feita pelo chefe da Agência Espacial Russa nesta quarta-feira, dia 21.

No balanço da missão Soyuz MS-22, desta quarta, que transportou uma tripulação de dois cosmonautas russos e um astronauta da NASA para a ISS, Yuri Borisov, chefe da agência espacial, disse que é “altamente provável” que a Rússia deixe a estação até 2028.

Estas palavras voltam a deixar em aberta a saída da Rússia da Estação Espacial numa prazo que só eles sabem e decidem. Apesar de haver no âmbito da cooperação espacial um entendimento ente russos e americanos, as tensões são sempre latentes.

Depois de Yury Borisov, diretor-geral da ROSKOSMOS, ter dito há duas semanas que a Estação Espacial Internacional é “perigosa e inadequada para seu propósito”, deixa em aberto que entre 2024 e 2028… os russos podem sair quando entenderem.

Conforme já várias vezes tem sido veiculado, a Estação Internacional deverá ficar ativa até 2030. Posteriormente, com o seu tempo de vida útil terminado, esta infraestrutura deverá ser destruída. O projeto, que engloba agências do mundo inteiro, é conduzido principalmente pelos russos e pelos americanos. Embora houvesse uma troca acesa de acusações entre personalidades ligadas à NASA e à Roscosmos, no início da invasão da Rússia à Ucrânia, a verdade é que a própria NASA por várias vezes declarou o desejo dos EUA manter a parceria por mais tempo além de 2024.

Cooperação de há muitos anos entre várias nações

Para percebermos como começou esta cooperação temos de recuar no tempo, no pós guerrra fria. Assim, na continuidade das operações da Mir russa e da Skylab dos Estados Unidos, a Estação Espacial Internacional representa a atual permanência humana no espaço e tem sido mantida com tripulações de número não inferior a três astronautas desde 2 de novembro de 2000.

A cada rendição da tripulação, a estação comporta duas equipas (uma em serviço e a próxima), bem como um ou mais visitantes. A ISS envolve-se em diversos programas espaciais, sendo um projeto conjunto da Agência Espacial Canadiana (CSA/ASC), Agência Espacial Europeia (ESA), Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), Agência Espacial Federal Russa (ROSKOSMOS) e Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) dos Estados Unidos.

A estação espacial encontra-se em órbita da Terra a uma altitude de aproximadamente 400 quilómetros, uma órbita tipicamente designada de órbita baixa terrestre. Devido à baixa altitude, a estação precisa ser constantemente reposicionada na órbita devido ao arrasto aerodinâmico.

A estação perde, em média, 100 metros de altitude por dia e orbita a Terra num período de cerca de 92 minutos. Em 27 de junho de 2008 (às 01h01 UTC) completou 55 mil órbitas desde o lançamento do módulo Zarya, o primeiro a ser lançado ao espaço.

Esta estrutura, portanto, depende dos vários intervenientes, quer na sua manutenção, quer na sua expansão enquanto laboratório espacial. Como tal, existe o lado russo, que depende da energia elétrica fornecida pelos painéis solares no lado americano. Já os americanos (ou, toda a estação em si), dependem dos russos para manter a estação “no seu lugar”.

Esta interdependência não permite que algum destes operadores saia e para que a ISS não fique em risco.

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