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Rússia diz à NASA que vai ficar na Estação Espacial Internacional até pelo menos 2028

A questão que surge desta nova posição russa é “então 2028 não é depois de 2024?”. Isto porque no passado dia 26 de julho, a Rússia, através de Yuri Borisov, Diretor-geral da Agência Espacial Federal Russa Roscosmos, disse que a decisão de deixar a Estação Espacial Internacional após 2024 já havia sido tomada. Então, o que aconteceu no prazo de poucas horas?

Na declaração, com informação muito vaga, a Rússia esperava fazer a transição para uma nova estação espacial que estava a desenvolver chamada Estação de Serviço Orbital Russa (ROSS).


Rússia quer deixar a ISS depois de ter a ROSS

Depois de insinuar que planeava deixar a parceria da Estação Espacial Internacional (ISS) depois de 2024, a empresa espacial estatal russa Roscosmos disse à NASA que pretende permanecer no programa até pelo menos 2028, de acordo com um relatório da Reuters.

A Roscosmos planeia permanecer envolvida com a ISS até que esta tenha uma nova estação espacial russa em funcionamento, tendo 2028 como data alvo.

Roscosmos causou alguns tumultos com a sua declaração vaga e que não especificava quando é que depois de 2024 a Roscosmos queria partir. Basicamente a declaração apenas dizia que a Rússia esperava fazer a transição para uma nova estação espacial, a ROSS.

 

Estação de Serviço Orbital Russa (ROSS) que será a sucessora da soviética/russa Mir | Imagem Roscosmos

Além disso, um funcionário da NASA alegou que a agência não tinha tido “nenhuma palavra oficial” da Roscosmos, enquanto que o administrador da NASA Bill Nelson disse numa declaração que a agência “não tinha sido informada das decisões de nenhum dos parceiros” sobre a ISS.

No entanto, parece que os funcionários da Roscosmos tiveram pelo menos alguma comunicação com a NASA na terça-feira, informando a agência espacial americana de que planeava permanecer envolvida na ISS até que a sua estação ROSS estivesse operacional em 2028, de acordo com a Reuters.

Não estamos a receber qualquer indicação a qualquer nível de trabalho de que algo tenha mudado.

Disse Kathy Lueders, administradora associada da NASA para operações espaciais, à Reuters na quarta-feira.

 

NASA não recebeu nenhuma informação oficial da Roscosmos

A NASA e Roscosmos são os dois maiores parceiros na Estação Espacial Internacional, e ambas as entidades estão encarregadas de operar o veículo e manter uma presença humana contínua na ISS enquanto em órbita. No entanto, as tensões crescentes entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a invasão da Ucrânia por parte desta última suscitaram preocupações sobre o futuro da parceria ISS.

O antecessor de Borisov, Dmitry Rogozin, fez muitas ameaças sobre a retirada de Roscosmos do acordo da ISS, enquanto que a NASA tem assegurado continuamente ao público que a estação está a funcionar como habitualmente.

Rogozin era conhecido por fazer ameaças estranhas, e Borisov é um “jogador” relativamente novo na Roscosmos, pelo que não ficou claro se a sua declaração deveria ser considerada. Contudo, na terça-feira, Roscosmos publicou uma entrevista com Vladimir Solovyov, o diretor de voo da parte russa da ISS, que deu mais pormenores sobre os planos para a ROSS, de acordo com tweets relacionados ao assunto.

Segundo Solovyov, a ROSS será construída em duas fases, com o primeiro início em 2028, e que acreditava ser necessário continuar a operar o módulo russo da ISS até essa altura, para que não houvesse uma lacuna nas missões tripuladas para orbitar. Rogozin tinha também dito que teria de haver uma sobreposição entre a ISS e a nova estação espacial russa.

Portanto, ainda não há necessidade de entrar em pânico acerca do futuro da estação espacial. A NASA ainda planeia operar o veículo até 2030, e parece que o Roscosmos estará a bordo durante a maior parte desse tempo.

 

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