Primeiro tratamento para ataques de asma em 50 anos é considerado “revolucionário”
O primeiro novo tratamento para os ataques de asma em 50 anos foi recebido por médicos e doentes como um "fator de mudança". Um ensaio clínico demonstrou uma eficácia promissora.
Um ensaio clínico do medicamento benralizumab demonstrou que este é muito mais eficaz do que os comprimidos de esteroides convencionais no tratamento de dificuldades respiratórias potencialmente fatais em pessoas com uma forma grave de asma.
O anticorpo monoclonal tem como alvo específico os glóbulos brancos que podem invadir os pulmões das pessoas com a chamada asma eosinofílica e fazer com que as vias respiratórias inchem e fechem.
Esta forma de asma grave é responsável por cerca de metade de todos os surtos de emergência da doença. O mesmo mecanismo biológico está, também, subjacente a um terço de todas as reações graves da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).
Agora, investigadores do King's College de Londres descobriram que os doentes com asma ou DPOC a quem foi administrada uma injeção do medicamento durante o ataque tinham menos probabilidades de sofrer de pieira, falta de ar e outros sintomas, quatro semanas mais tarde.
Os resultados publicados na revista The Lancet Respiratory Medicine revelam uma melhoria significativa da qualidade de vida dos doentes.
Isto pode ser um fator de mudança para as pessoas com asma e DPOC. Esperamos que este estudo mude a forma como as reações são tratadas no futuro, acabando por melhorar a saúde de mais de mil milhões de pessoas que vivem com asma e DPOC em todo o mundo.
Um medicamento para a asma que pode ser revolucionário
Durante décadas, os comprimidos de esteroides têm sido o principal tratamento durante as crises, reduzindo a inflamação nos pulmões. Contudo, nem sempre funcionam, pelo que os doentes têm de fazer tratamentos repetidos, com risco de internamento e, por vezes, de morte.
Mais do que isso, o uso regular aumenta o risco de diabetes e de osteoporose.
São ótimas notícias para as pessoas com doenças pulmonares.
Mas é terrível que este seja o primeiro tratamento novo em 50 anos e uma indicação de como a investigação sobre a saúde pulmonar está desesperadamente subfinanciada.
Lamentou Samantha Walker, da organização de beneficência Asthma + Lung UK.