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NASA: crise misteriosa no campo magnético da Terra criou um novo tipo de aurora boreal

Desde há algum tempo que se sabe que o campo magnético da Terra está a mudar. Segundo o novo Modelo Magnético Mundial (WMM), a localização do Polo Norte magnético do nosso planeta está a mover-se rumo à Sibéria, na Rússia. Agora a NASA descobriu que estas alterações criaram um novo tipo de aurora boreal.

Uma estagiária da agência espacial norte-americana revelou este tipo de aurora através de imagens de vídeo captadas nos últimos 3 anos do céu do Ártico.


Como se sabe que o campo magnético está a mudar?

Conforme foi dado a conhecer no novo Modelo Magnético Mundial (WMM), que ganhou uma atualização recente (WMM2020), da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o Polo Norte magnético da Terra voltou a mexer-se e vai agora em direção à Sibéria, na Rússia. Este movimento tem surpreendido os cientistas pela sua rápida alteração.

Segundo o documento, nos últimos 20 anos a média da velocidade desta atividade era de 40 km por ano. Contudo, os investigadores do NOAA descobriram que a velocidade passou para 55 km.

No estudo é referido que “desde a sua primeira descoberta formal em 1831, o Polo Norte magnético percorreu cerca de 2.250 km. Este passeio geralmente tem sido bastante lento, permitindo aos cientistas controlar a sua posição com facilidade. Na viragem do século, esta velocidade aumentou.”

As informações recolhidas também dão conta que, embora esse fenómeno tenha acelerado desde há algum tempo, este deverá seguir uma escala decrescente daqui em diante. Além disso, é possível perceber que a direção sofreu uma deslocação de mais de 2,5° nos últimos 22 anos.

WMM 2020 aponta nova mudança no movimento do polo magnético da Terra. (Fonte: NOAA)

 

Isso terá implicações na navegação GPS?

Esta mudança de velocidade e direção, conforme foi referido, não é de agora. Por trás das alterações do polo magnético do planeta está o movimento do ferro liquefeito presente no núcleo da Terra. O polo magnético move-se com frequência. Nos últimos anos, este partiu do Canadá, onde enfraqueceu, e ruma agora em direção à Rússia.

Tal cenário obriga o WMM a ser atualizado a cada cinco anos para fornecer dados recentes e confiáveis a sistema de mapas, bússolas e ferramentas de GPS. Todas estas ferramentas são afetadas e necessitam de informações corrigidas. Equipamentos como satélites, sistemas de orientação do tráfego aéreo e urbano, além de vários serviços de comunicação em todo o mundo, dependem da precisão da localização do polo magnético. Mas há mais consequências!

 

Nova aurora boreal é uma “nova consequência” desta alteração

Pensava-se que as luzes coloridas que adornam os céus dos polos Norte e Sul resultavam das partículas solares a interagir com os gases na nossa atmosfera. Contudo, uma aurora boreal recente é a exceção à regra.

Conforme foi dado a conhecer na Business Insider, uma estagiária da NASA, Jennifer Briggs, estudante de Física na Universidade de Pepperdine, descobriu um novo tipo de luzes polares, ou auroras, causadas apenas por uma quebra no campo magnético da Terra. A física notou uma anomalia quando estudava imagens captadas numa ilha na Noruega há três anos e cruzou dados de satélites da agência espacial.

A investigadora percebeu que esta aurora boreal não tinha, ao contrário de outros fenómenos do género, partículas “energizadas” nesta dança solar que colidiam com os gases atmosféricos para produzir as tais luzes com aspeto mágico.

 

Algo terá atingido o campo magnético da terra?

Algo de estranho de havia passado. Isto porque quando foi datada esta aurora, o Sol não mostrava nenhuma atividade elevada, não havia informação de qualquer erupção solar. Isto levou a agência espacial a concluir que as luzes eram causadas por uma misteriosa compressão rápida e repentina do campo magnético da Terra.

Na animação acima, Briggs ilustrou a condensação do campo magnético da Terra (a linha pontilhada). O fluxo constante de vento solar é representado como uma linha sólida.

Apesar de estar detetado esse fenómeno, ainda não é claro o que terá motivado esta “compressão maciça, mas localizada”. É como se algo tivesse a perfurar o campo magnético. Como resultado, a borda da bolha percorreu cerca de 25.000 quilómetros em direção à Terra, e levou apenas 1 minuto e 45 segundos para o fazer.

Os investigadores sugeriram que poderia ter havido uma tempestade sem precedentes na área onde as partículas solares atravessam a nossa bolha protetora, a magnetosfera. Contudo, a causa da tempestade continua desconhecida.

Este movimento é algo que nunca vimos. Este movimento em direção a leste, e depois para oeste, e depois em espiral, não é algo que alguma vez tenhamos visto, ou conseguimos compreender atualmente.

Referiu Briggs.

Embora as auroras resultantes sejam belas, a súbita explosão de partículas carregadas pode interferir nas comunicações eletrónicas, confundir o GPS, empurrar os satélites para fora da órbita, pôr em perigo os astronautas e até acabar com as redes elétricas se a erupção for grande o suficiente.

 

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