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Não, já não é um OVNI, agora poderá ser um FANI

O tema continua a dar o que falar e a preocupação não são os homenzinhos verdes vindos de outras galáxias. Os avistamentos também não devem ser tratados como um OVNI, mas sim um FANI. Isto é, passa então de Objeto Voador Não Identificado para Fenómenos Atmosféricos Não Identificados. No entanto, cuidado, o caso é bem mais interessante, porque estão já envolvidas teorias e suspeitas do uso de ferramentas de guerra eletrónica.

Aos olhos podem não ser visíveis, mas nos radares e nos sensores mais sofisticados, poderemos estar a ser invadidos, perseguidos e até vigiados. Mas, então, o que se passa nesta “guerra de computadores”?


De OVNI a FANI

Sim, o assunto dos “avistamentos” não está ainda explicado. Um relatório recente da agência nacional de inteligência dos Estados Unidos sobre os FANIs (os tais Fenómenos Atmosféricos Não Identificados) veio para dar uma abordagem mais séria e responsável a um assunto favorito da ficção científica: a presença de máquinas de desconhecida origem (tripulada ou não) nos nossos céus.

Os pilotos que foram confrontados com os avistamentos, sempre evitaram referir-se a eles como OVNIs, pela associação que as pessoas fazem desta sigla a “pequenos marcianos verdes”. Então, a nova denominação, oficialmente abençoada pelo Pentágono, pretende tratar o assunto de um ponto de vista mais formal e respeitável.

Conforme nos lembramos, este assunto ainda gravita em torno de uma série de observações feitas por pilotos militares ou de navios da Marinha dos EUA há relativamente pouco tempo. Para reforçar que algo de suspeito está por trás destes avistamentos, o Pentágono reconhece a impossibilidade de determinar a sua natureza, pelo menos a partir dos registos acumulados até agora.

Imagem do radar do navio de guerra USS Omaha (LCS-12) da marinha dos Estados Unidos da América

 

OVNI: Como foram captados estes avistamentos?

Apesar da nossa sociedade estar permanentemente a explorar “mentes brilhantes”, que têm nas redes sociais e no YouTube explicação para tudo, arrastando incautos e outros menos esclarecidos, a verdade é que não é simples “desmontar” qualquer que seja o cenário gravado e mostrado em vídeo e fotografias de equipamentos militares de milhões de dólares.

Conforme vimos e foi relatado por alguns oficiais em funções na altura dos avistamentos, estas gravações foram conseguidas através de uma combinação de sensores (vídeo, radar ou infravermelho) e, com certeza, há gravações surpreendentes.

Em muitas ocasiões, a deteção foi feita por militares, familiarizados com os seus equipamentos e pouco propensos a se deixar levar por fantasias alienígenas. Como, regra geral, cada vez que o radar localizava um contacto anómalo, o funcionamento e a calibração do equipamento eram verificados até três vezes antes e depois do incidente. Só então foi registado o relatório oficial correspondente.

Tal como vimos neste artigo a seguir, com os respetivos vídeos, algumas gravações das imagens mostram veículos com comportamentos difíceis de explicar. Aliás, é complexo do ponto de vista da sua alta velocidade, mas mais complexo ainda são as manobras, que desafiam algumas leis da física.

No entanto, apontam alguns, é estranho as imagens serem sempre desfocadas. Segundo as autoridades responsáveis, isso tem a ver em parte devido à distância a que foram obtidas, e também porque são geralmente gravações infravermelhas de baixa resolução.

 

Será um pássaro? Um avião, não, também não é o Super Homem, nem um OVNI!

Por mais difícil que seja discernir a forma desses objetos, nenhum deles mostra nada como asas ou perfil alar. Mais estranho ainda: em mais de uma dúzia de casos, não foi detetado nenhum sistema de propulsão; sem hélices, sem motores a jato… Se isto for confirmado, lá se vai a terceira lei de Newton!

Os sensores FLIR que os caças trazem no nariz, deveriam ter detetado pelo menos o rasto de calor dos escapes. Mas atenção, não é condição sine qua non. Isto porque os jatos stealth injetam ar frio nos escapes para reduzir a “assinatura” infravermelha.

Aliás, é um sistema tão eficiente que às vezes são equipados com refletores para que o radar os detete.

Nestes e noutros casos foram também colocados em cima da mesa possíveis veículos hipertónicos. Isto é, são aquelas máquinas voadoras que excedem Mach 5, ou seja, cinco vezes a velocidade do som. Geralmente são mísseis não tripulados; a única aeronave hipertónica com piloto era o X-15, que foi reformado há muitos anos, e, claro, os vaivéns espaciais e cápsulas espaciais que reentram em Mach 25.

No entanto, são veículos que não voam em baixa altitude, como os descritos no relatório do Pentágono, quanto mais realizar tais manobras abruptas.

O relatório em questão reconhece que a combinação de velocidade e agilidade exibida por estes objetos supera qualquer coisa no arsenal americano e – até onde se sabe – no de outras potências. Tanto quanto se sabe! Sim, porque na tecnologia militar, alguns avanços demoram muito para se tornarem públicos. Por exemplo, o protótipo do caça “invisível” F-117 voou em 1977, mas a sua primeira – e esborratada – fotografia só apareceu 11 anos depois.

 

Guerra eletrónica? Então, o que foi que uns “olhos” viram e outros não viram?

Coincidindo com a publicação do relatório, detalhes de vários avistamentos relacionados a militares foram divulgados. Há alguns anos, o navio de guerra USS Omaha , navegando ao largo da costa de San Diego (onde, aliás, uma importante base naval está localizada) detetou uma sombra de forma esférica e alguns metros de diâmetro. 

O USS Omaha (LCS-12) é um navio de combate litoral da classe Independence da Marinha dos Estados Unidos.

vídeo mostra os objetos numa altura quase constante acima do horizonte até que começam a descer e desaparecer no mar. Não se vê nenhum respingo visível (embora isso possa ser devido à baixa resolução do vídeo). Uma procura no mar, nessa área, nos momentos subsequente, não revelou nenhum vestígio ou qualquer indicação de que algo havia caído na água por lá.

Há também outros incidentes que mostram vários contactos de radar a voar em enxame. Depois, do nada, desaparecem, e por vezes até se fundem. Um vídeo do ecrã do radar mostra a nave cercada por oito ou nove intrusos, em trajetórias, distâncias e velocidades aleatórias. E não foi um fenómeno breve ou esporádico.

A gravação é a montagem de três sequências que ocorreram de forma intermitente ao longo de alguns dias.

 

Será uma nova arma?

O Pentágono confirmou a autenticidade das imagens, embora mantenha sigiloso o relatório oficial. Os vídeos publicados na internet e amplamente escrutinados, foram gravados, ao que parece, do CIC (Centro de Informação de Combate), em Omaha.

Não parecem gravações oficiais, como as anteriores que serão das câmaras de alguns caças F-18. Em vez disso, são vídeos obtidos com câmaras usadas na mão a filmar os monitores do radar, portanto, as imagens são bastante desfocadas e instáveis.

Para lá de tudo isto, o que mantém os analistas militares acordados não é a possibilidade de uma invasão alienígena. O que poderá estar em causa são veículos “irreais”, na verdade serão “fantasmas” eletrónicos. O que está a perturbar as agências de defesa dos EUA é a possível utilização de sinais gerados para confundir o radar e dar a impressão que estão a detetar um objeto sólido.

Esta é uma das muitas táticas usadas na guerra eletrónica. Criar alvos falsos, como grandes formações de aeronaves inexistentes, ou manipular o retorno do sinal de radar inimigo para que a aeronave pareça estar num outro lugar.

A ser verdade, então os avistamentos que foram detetados pelos navios de guerra, com equipamento do mais sofisticado que existe ou pelas aeronaves militares, não passam de um “engodo”.

Assim, com a tecnologia atual, estaríamos a falar de uma simulação de primeiro nível, já que não só engana o radar, mas também outra gama de sensores eletromagnéticos. No entanto, este tipo de tecnologia começou a ser utilizada, pelo menos que se saiba, há 5 anos. De lá até ao momento, houve seguramente avanços verdadeiramente extraordinários.

O que estará a preocupar o Pentágono é saber que alguma super potência poderá estar a usar a marinha norte-americana como cobaia de um isco que não se sabe quem o lançou.

 

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