Em 1969, a Lua foi pisada, pela primeira vez, por um ser humano. Neil Armstrong protagonizou este momento e provou que o céu não é o limite. Assim, o nosso satélite natural é ainda hoje estudado de forma afincada e há até nações que tencionam levar lá civis e explorá-la de forma comercial.
Para os astronautas, um dos maiores riscos para a sua saúde é a radiação espacial a que estão expostos, uma vez fora da Terra.
Nível de radiação da Lua é 200 vezes superior ao da Terra
A exposição a que são sujeitos os astronautas é um dos maiores riscos para a sua saúde. Isto, porque, a longo prazo, podem ser vítimas de várias doenças, como cancro ou doenças degenerativas relacionadas com o sistema nervoso.
Após vários anos, os cientistas decidiram medir (mais uma vez e agora com equipamento moderno) o nível de radiação na Lua. Assim, estes descobriram que este é absurdamente elevado, sendo 200 vezes mais alto do que o da Terra. Havendo no passado, nas missões Apollo, já algumas medições e valores, estes atualmente são muito superiores ao que se conhecia. Então, este cenário confere aos astronautas uma exposição de risco nas missões sempre que atravessam a atmosfera da Terra.
Assim, agora sabemos também que os astronautas, que partirão na missão Artemis, em 2024, estarão a suportar níveis de radiação deveras mais altos do que aqueles a que estão habituados.
Missão Artemis, para já, sem alterações
Estas medições da radiação na Lua foram feitas em janeiro de 2019, pela missão China’s Chang’e 4. Todavia, os resultados só agora foram publicados na revista Science Advances, revelando que os astronautas, uma vez na Lua, estariam expostos a uma radiação média equivalente a 1 369 microsieverts diários.
A verdade é que existem astronautas que passam várias semanas na Estação Espacial Internacional. No entanto, conforme explicaram os investigadores, a radiação aí é 2,6 vezes inferior à da Lua, podendo até ser considerada segura, se estiverem expostos em curtos espaços de tempo.
Os autores do estudo chamaram a esta radiação ‘galactic cosmic rays’ (em português, raios cósmicos galácticos) e revelaram, então, que poderá ter um impacto muito negativo na saúde dos astronautas, a longo prazo.
Para já, a missão Artemis, que prevê que os astronautas permaneçam na Lua durante duas semanas, mantém-se de pé. No entanto, estes novos dados podem ser tidos em conta e podem provocar, entretanto, algumas alterações.