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Imagens microscópicas revelam a ciência das máscaras descartáveis

Mais de um ano depois, a máscara já faz parte do quotidiano de toda a gente. Afinal, foi um dos primeiros métodos adotados globalmente para travar a propagação de um vírus, então desconhecido, mas muito infecioso. De forma a conhecer as máscaras, é interessante observá-las até ao mais ínfimo detalhe que poderá ser, neste caso, através de imagens microscópicas.

Desta forma, além dos estudos que já existem, conseguimos perceber como funcionam e o quão eficazes são.

A enchente de espécimes de máscaras

Com a pandemia pela COVID-19 e a ordem que impunha a utilização de máscara na maioria do tempo, muitas empresas, pessoas e negócios começaram a desenvolver as suas próprias máscaras.

Além das descartáveis, surgiram outras, reutilizáveis, compostas por vários tipos de tecido. No entanto, nem todas se mostram eficazes e é importante perceber quais são aquelas que efetivamente nos resguardam da infeção.

Nesse sentido, o estudo dos tecidos através da sua ampliação ajuda a determinar a eficácia de algumas máscaras na filtração de partículas, em detrimento de outras.

Além disso, esses grandes planos captados mostram em detalhe aquilo que nos tem acompanhado desde o início desta pandemia que, afinal, faz parte do dia a dia.

Perceber as máscaras dando uma ajuda em pandemia

Além do correto uso e consequente descarte da máscara, o tecido é um dos fatores mais importantes, porque é isso que efetivamente nos vai, ou não, proteger contra a COVID-19.

Antes da pandemia, Edward Vicenzi, perito em microanálise do Smithsonian’s Museum Conservation Institute, em Suitland, passava os dias a observar meteoritos, pedras e outros elementos de museu ao microscópio.

Em março de 2020, com a pandemia pela COVID-19 a progredir, ele e os colegas do National Institute for Standards and Technology, em Gaithersburg, quiseram contribuir para a luta contra o vírus.

Para isso, começaram a estudar os materiais utilizados para a confeção das máscaras faciais.

Flanela de lã ao microscópio.

Aquilo que nos tem revestido o rosto

Através de um microscópio eletrónico de varrimento, Vicenzi e os colegas examinaram dezenas de materiais utilizados para confecionar máscaras. Desde filtros de café, fronhas, máscaras cirúrgicas e N95.

Em 2020, a equipa descobriu que as máscaras N95 são as mais eficazes, em termos de proteção contra aerossóis, como aqueles em que o vírus responsável pela COVID-19 viaja.

Tecido da máscara N95 ao microscópio.

Além disso, perceberam que tecidos sintéticos, como rayon, não retêm tão eficazmente quanto as flanelas de algodão.

Rayon visto ao microscópio.

De acordo com Vicenzi, as texturas também representam a capacidade de cada material em filtrar aerossóis. A natureza desleixada das fibras de algodão, com uma textura enrugada e formas complexas, permitem que o algodão retenha mais partículas do que outros tecidos.

Por outro lado, os tecidos em poliéster tendem a ter fibras altamente organizadas, globalmente retas e lisas, tornando-os menos eficientes quando utilizados para a confeção de máscaras faciais de proteção contra a COVID-19.

As flanelas de algodão também fornecem proteção adicional, na medida em que absorvem a humidade do ar.

Uma vez que o algodão adora água, incha em ambientes húmidos, e isso dificulta a passagem de partículas através de uma máscara. [As máscaras de poliéster e nylon] rejeitam a água da sua boca, pelo que não há nenhum benefício adicional.

Disse Vicenzi que espera que a sua investigação ajude as pessoas a decidir de forma mais consciente e informada sobre as máscaras que querem usar.

 

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