Especialistas propõem uma nova forma de definir e diagnosticar a obesidade
Caracterizada pelo excesso de gordura acumulada no organismo, a obesidade é habitualmente medida e classificada através do Índice de Massa Corporal (IMC) e do perímetro abdominal. Com críticas à primeira abordagem, um grupo de peritos mundiais está a propor uma nova forma de definir e diagnosticar a doença crónica.
A obesidade, uma doença crónica caracterizada pelo excesso de gordura acumulada no organismo, resulta de um desequilíbrio entre as calorias ingeridas, através dos alimentos, e a quantidade de calorias gastas, com exercício físico ou atividades quotidianas.
Esta doença multifatorial, que pode ter causas comportamentais, genéticas, ambientais ou ser causada pela interação de todas, constitui um problema de saúde pública. Afinal, representa um importante fator de risco para o desenvolvimento e agravamento de outras doenças crónicas.
Hoje em dia, o diagnóstico da obesidade, que afeta mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo, é normalmente medido e classificado através do cálculo do IMC, dividindo o peso pelo quadrado da estatura da pessoa. O perímetro abdominal é, por vezes, também, considerado.
Por se tratar de uma abordagem controversa, um grupo de especialistas pretende reduzir a relevância do IMC, esperando identificar melhor as pessoas que necessitam de tratamento para a doença.
IMC não é suficiente para classificar a obesidade
Conforme partilhado, a obesidade deixaria de ser definida apenas pelo IMC, e passaria a ser combinada com outras medidas e provas de problemas de saúde associados ao excesso de peso.
O objetivo é obter uma definição mais precisa, para que possamos identificar as pessoas que mais precisam de ajuda.
Afirmou o David Cummings, especialista em obesidade da Universidade de Washington e um dos 58 autores do relatório publicado na The Lancet Diabetes & Endocrinology.
O relatório introduz duas novas categorias de diagnóstico:
- Obesidade clínica: As pessoas têm IMC e outros marcadores de obesidade, e apresentam indícios de problemas de órgãos, tecidos ou outros causados pelo excesso de peso. Estes problemas podem incluir doenças cardíacas, hipertensão arterial, doenças do fígado ou dos rins, ou dores crónicas graves no joelho ou na anca. Estas pessoas seriam elegíveis para tratamentos, incluindo intervenções de dieta e exercício e medicamentos para a obesidade.
- Obesidade pré-clínica: As pessoas correm o risco, mas não têm qualquer doença.
Há muito que o IMC é considerado uma medida imperfeita, pois pode sobre-diagnosticar ou sub-diagnosticar a obesidade. Apesar de um IMC igual ou superior a 30 ser considerado obesidade, há pessoas com excesso de gordura corporal que nem sempre têm um IMC superior a 30, segundo o relatório.
Além disso, as pessoas com elevada massa muscular - jogadores de futebol ou outros desportistas - podem ter um IMC elevado, apesar de uma massa gorda normal.
De acordo com os novos critérios, cerca de 20% das pessoas que costumavam ser classificadas como obesas deixariam de corresponder a essa definição, considerando uma análise preliminar; e cerca de 20% das pessoas com problemas graves de saúde, mas com um IMC mais baixo, passariam a ser consideradas clinicamente obesas.
Não alteraria drasticamente a percentagem de pessoas que são definidas como tendo obesidade, mas diagnosticaria melhor as pessoas que realmente têm um excesso de gordura clinicamente significativo.
Explicou Cummings.
Entraves práticos à redefinição da obesidade
As novas definições foram aprovadas por mais de 75 organizações médicas de todo o mundo, mas não é claro até que ponto poderão ser adotadas na prática.
O relatório reconhece que a implementação das recomendações "acarretará custos significativos e implicações para a força de trabalho".
Segundo Katherine Saunders, especialista em obesidade da Weill Cornell Medicine e cofundadora da empresa de tratamento da obesidade FlyteHealth, há questões práticas a considerar.
Afinal, apesar de medir a circunferência da cintura parecer simples, os protocolos diferem, muitos médicos não têm formação adequada e as fitas métricas normais não são suficientemente grandes para muitas pessoas com obesidade.
Além disso, a determinação da diferença entre obesidade clínica e pré-clínica exigiria uma avaliação exaustiva do estado de saúde e análises laboratoriais.
Para Kate Bauer, especialista em nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, as novas definições podem ser confusas e, uma vez que "o público gosta e precisa de mensagens simples", não crê que "esta diferenciação vá mudar alguma coisa".
coman menos!
trabalhem mais! gasta calorias e ainda enchem os bolsos aos patrões!
Exacto, basta ver os indices de obesidade nos páises comunistas.
Tenho 37 anos, estou em forma com 6 pack e vou ao ginásio 5 vezes por semana mas nunca trabalhei. Ha que saber é comer, verduras, proteina, alimentos de baixo indice glicemico como aveia, arroz integral, bulgur. A maioria das pessoas so come porcaria e depois queixa-se
Qual IMC, definições, abordagens, etc….qual quê.
Basta olhar para ver se a pessoa está muito magra, magra, gorda, muito gorda, bem constituida ou muito bem constituida.