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Choques elétricos na Lua? Os astronautas que se preparem!

Há muito tempo que não se falava tanto em exploração espacial. O Homem quer descobrir vida fora da Terra, quer explorar Marte e encontrar água na Lua.

Com a Lua aqui ao lado e planos para colocar lá o Homem novamente, há um medo para os astronautas, o perigo de serem eletrocutados pela superfície do satélite.


Um cenário hipotético que está a deixar os astronautas em alerta

Alguns cientistas temem que a superfície carregada de energia e empoeirada da Lua possa provocar faísca em instrumentos ou roupas espaciais. Algo semelhante ao que na Terra sentimos com frequência quando, por exemplo, tocamos na porta do carro.

A superfície da Lua carrega uma enorme carga elétrica devido à exposição ao vento solar e fluxos de partículas carregadas (eletrões e iões) constantemente expelidas do sol. O campo magnético da Terra protege-nos dessas partículas altamente carregadas, mas a Lua carece de um campo magnético. Assim, esse fluxo livre de iões e eletrões faz com que a superfície da Lua seja um “terreno” carregado de energia elétrica.

Mas, além da carga elétrica, há também a poeira que compõe a camada superior da superfície da Lua. Essa poeira chega a todos os lugares e é irregular e abrasiva. Num fato espacial, a poeira pode atuar como um caminho para o fluxo de eletrões, o que poderia levar a um choque elétrico. Esta é uma conclusão de Joseph Wang, físico da University of Southern California.

Conclusões que chegam depois do Homem já ter estado na Lua

Wang e a sua equipa de investigação quer descobrir se a poeira lunar poderá ou não provocar risco de eletrocussão. No entanto, durante as missões Apollo, o Homem esteve na Lua durante vários dias nunca foram relatados problemas associados a choques elétricos.

Segundo o investigador, tal acontecimento deveu-se ao facto das missões Apollo ocorrerem em regiões banhadas por sol. O problema poderá está no lado escuro da Lua.

É numa destas zonas obscuras do satélite que a NASA pretende localizar as suas próximas missões. Ao que tudo indica, a NASA quer alunar no polo sul da Lua, onde o sol atinge um ângulo baixo e as regiões permanentemente sombreadas retêm o gelo da água.

Nessa zona, os eletrões do vento solar dominam e há pouca luz solar para carregar positivamente a superfície. Como tal, de acordo com Wang, as regiões sombreadas da Lua acumulam grandes cargas negativas

Centenas a milhares de volts negativos

Preocupante ou não?

Jim Rice, cientista sénior do Planetary Science Institute in Arizona, considera, ainda assim que a eletrocussão dos astronautas não deva ser uma grande preocupação, com base nas experiências passadas dos astronautas na Lua. No entanto, admitiu que não é possível saber o que acontecerá se os astronautas chegarem à Lua com material de exploração mais avançado.

Durante a investigação de Joseph Wang, os fatos espaciais foram submetidos a testes com e sem partículas de regolito. Os testes revelaram que realmente, os fatos com partículas do solo lunar estavam mais vulneráveis a eletrocussão. Falta, no entanto, perceber se este risco poderá causar danos nos fatos ou não e, consequentemente, na vida dos astronautas.

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