Bolhas minúsculas poderão fornecer fármacos para matar o cancro
As bolhas nano-dimensionadas, que as células saudáveis libertam para transferir o material genético, poderão carregar tratamentos contra o cancro. Segundo os investigadores, estas poderiam ser usadas para atacar as células cancerígenas.
Atualmente, o conceito já existe, como o funcionamento comum da aspirina. Contudo, nas bolhas poderá existir um fármaco projetado para atacar o cancro.
Há uma nova abordagem para atacar o cancro. Segundo Masamitsu Kanada, professor assistente de farmacologia e toxicologia no Instituto de Ciência Quantitativa em Saúde e Engenharia da Universidade Estadual de Michigan:
O que fizemos foi melhorar uma aproximação terapêutica para a entrega de genes produtores de enzimas que podem converter certas drogas em agentes tóxicos e atacar tumores.
O novo estudo, que se concentra em células do cancro de mama em ratos de laboratório, foi publicado na revista científica Molecular Cancer Therapeutics.
Pró-fármacos poderão ser cruciais para tratamentos não invasivos
Conforme é referido, estas drogas, ou pró-fármacos, começam como compostos inativos. Contudo, uma vez metabolizados no corpo, são imediatamente ativados e podem começar a trabalhar na luta contra tudo. Assim, poderão atacar o cancro ou simplesmente atuar nas dores de cabeça. A aspirina é um exemplo de um pró-fármaco comum.
Neste caso, os investigadores usaram vesículas extracelulares, ou EVs, para entregar os genes produtores de enzimas. Posteriormente, estes meios de transporte poderão ativar uma terapia de combinação pró-fármaco de ganciclovir (seletivo fármaco antiviral) e CB1954 em células do cancro da mama.
Os cientistas carregaram as moléculas de ADN, minicírculo e plasmídeo regular - dois vetores de genes diferentes que atuam como mecanismos adicionais de entrega de ADN - nas vesículas para ver qual era a melhor forma de ajudar a transportar o tratamento. Isto é conhecido como uma enzima conduzida pelo gene, terapia pró-fármaco.
Posteriormente, os investigadores descobriram que este método era 14 vezes mais eficaz no ataque aos tumores cancerígenos.
Nova terapia pode substituir a quimioterapia nalguns casos
De acordo com o responsável pela investigação, esta nova abordagem poderá, de forma eficaz, transformar-se numa opção melhor no tratamento do cancro. Eventualmente poderá substituir a quimioterapia.
A quimioterapia convencional não é capaz de diferenciar entre tumores e tecido normal, então ataca tudo. Esta não especificidade pode causar efeitos colaterais graves e concentração insuficiente de drogas nos tumores.
Explicou Masamitsu Kanada.
Com os VEs, os investigadores podem visar tratamentos contra o cancro e, devido à sua compatibilidade com o corpo humano, este tipo de administração pode minimizar o risco de respostas imunes indesejadas que podem vir com outras terapias genéticas.
Este estudo clínico de fase um está previsto começar em breve nos EUA. Dessa forma serão usados os EVs e um tipo de molécula terapêutica de RNA para o tratamento do cancro do pâncreas metastático.
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