A questão não será “se vamos ser atingidos”, porque a história de 4,54 mil milhões já nos respondeu. O “suspense” é quando vamos ser o alvo. Segundo os astrónomos, existem mais de 30.000 asteroides NEAs. Os Near Earth Asteroids, também conhecidos como NEOs ou Objetos próximos da Terra, são asteroides cujas órbitas estão perto da Terra e algumas representam um perigo de colisão.
Em geral, a sociedade vê este tema como “Don’t Look Up (Não Olhem Para Cima)”, já algumas agências espaciais tratam o assunto como um potencial “Deep Impact (Impacto Profundo)” ou “Armageddon”. De tal forma que a NASA enviou o DART para testar as nossas defesas caso tenhamos de desviar um asteroide.
O trocadilho “cinematográfico” mostra-nos como as pessoas desvalorizam o tema, quando as autoridades o encaram como uma espécie de prenúncio de fim do mundo e que temos de ter uma medida de salvação!
Sim, atualmente não há nenhum asteroide, conhecido, que tenha uma rota assumidamente de colisão com o nosso planeta, mas há mais de 30 mil que vagueiam “perto” da Terra.
Incentivos para encontrar asteroides assassinos de planetas disparou
Neste momento, os astrónomos pensam que a maioria dos asteroides assassinos de planetas foram encontrados e têm-se reduzido a “projéteis” muito menores, mas ainda assim devastadores. Estes corpos celestes identificados atingiram um novo marco. São agora mais de 30.000 asteroides próximos da Terra (NEAs) oficialmente descobertos.
Este número resulta de anos de trabalho constante de identificação e rastreio destas rochas. Para estes resultados contribuíram melhores equipamentos, mais tecnologia e métodos refinados – mais de 15.000 foram descobertos só nos últimos dez anos. Dado que o primeiro NEA foi descoberto no século XIX, este é um ritmo bastante impressionante.
Novos instrumentos têm sido fundamentais
Há de facto novos equipamentos determinantes para o sucesso da identificação e monitorização. O Catalina Sky Survey (CSS) é o mais prolífico, tendo sido responsável por aproximadamente 47% de todos os NEOs descobertos. Continua a encontrar semanalmente alguns asteroides novos, mas mesmo assim, melhorou drasticamente as suas capacidades nos últimos anos.
Em 2005, encontrou 310 novos asteroides, enquanto que, em 2019, encontrou 1067.
Com estas capacidades de deteção, o CSS tem sido ainda mais eficaz em encontrar asteroides menores. Os cientistas estão bastante seguros de terem encontrado todas as grandes rochas espaciais que se enquadram na definição de NEA – ou seja, que a sua órbita a leva pelo menos dentro de 1,3 UA do Sol.
“Grande”, neste caso, é quantificada como alguns quilómetros de diâmetro – o suficiente para causar um evento ao nível da extinção se atingisse a Terra.
Mais recentemente, o CSS e os seus companheiros caçadores de asteroides têm-se concentrado em rochas mais pequenas, na ordem de algumas centenas de metros de diâmetro. Sendo muito mais pequenas, estas também são muito mais difíceis de detetar, uma vez que não são tão brilhantes no céu noturno como os seus primos maiores.
Embora estas ainda possam causar danos significativos na Terra, nenhuma parece estar em rota de colisão imediata – pelo menos durante os próximos 100 anos.
Contudo, há mais de 1.400 que têm uma hipótese “não nula” de atingir a Terra no futuro. Uma equipa de defensores planetários (e caçadores de asteroides) contratados pela ESA salienta que não existe qualquer perigo imediato, e teremos muito tempo para convocar uma missão como a recentemente bem sucedida DART para empurrar qualquer asteroide ameaçador para fora do caminho muito antes de causar qualquer problema.
Para os mais curiosos sobre este assunto, a ESA alimenta uma Lista de Risco de Asteroides que mantém um registo das suas órbitas e das hipóteses de impacto na Terra. Esperemos que isso não seja útil para mais nada a não ser para manter um registo de potenciais locais de exploração de asteroides.
No entanto, mesmo com toda a sua tecnologia aperfeiçoada e a lista de potenciais alvos em constante crescimento, ainda há uma hipótese de que os defensores planetários da ESA e de outras entidades, tenham perdido um. Ou pode haver um cometa metálico de longo período sem cauda que possa literalmente sair do escuro diretamente em rota de colisão.
A única forma de eliminar esta possibilidade é através da monitorização contínua do céu e, quando necessário, da tomada de medidas. Este marco de 30.000 NEAs é mais um passo bem sucedido nesta viagem.