Análise: Xiaomi Mi Mix, do conceito à realidade
No lançamento de um novo smartphone de topo, seja de que marca for, é relativamente comum haver alguma expectativa no que diz respeito a novidades, na esperança de que esse novo modelo vá "reinventar a roda", principalmente quando já circulam alguns rumores. Na verdade, no caso do Xiaomi Mi Mix, não circularam rumores e o seu aparecimento foi uma surpresa... e sim, podemos dizer que a "roda foi reinventada" e ficou ainda "mais redonda".
O Mi Mix chega assim ao mercado como um smartphone que pretende mostrar as tendências tecnológicas futuras deste segmento, não apenas na Xiaomi mas também, certamente, transversal a muitos outros fabricantes. E fê-lo quase na perfeição.
Quem já segue a evolução dos smartphones há alguns anos, ou que pelo menos já leu alguns conteúdos acerca do Mi Mix, sabe que o ecrã "sem moldura" (incluindo a parte superior) não é uma estreia no mercado. Em agosto de 2014 a Sharp desenvolveu este conceito com o Aquos Crystal e 11 meses mais tarde lançou o Aquos Crystal 2 juntamente com o Aquos Xx. Houve várias razões para para que estes smartphones não tivessem vingado, desde o mercado muito restrito (apenas Japão e mais tarde EUA) à pouca expressão que a marca tinha no mercado de smartphones... e o resultado ficou à vista.
Em novembro de 2016, a Xiaomi revela então um "conceito" de smartphone, com maior área ocupada pelo ecrã, e disponibiliza-o ao público. Mesmo sendo a um preço bem elevado para o que a marca nos habituou, a procura superou a oferta e tem havido alguma dificuldade em repor stock em diversas lojas.
É claro que se não fossem as lojas online revendedoras chinesas que conhecemos, não haveria acesso a este smartphone fora da China, e para nós corria o risco de passar tão despercebido quanto um Sharp Aquos... mas a Xiaomi sabe do mercado paralelo e consegue tornar um smartphone adequado ao mundo inteiro.
1 - Características Gerais
Não faria sentido um smartphone com design inovador não trazer os melhores materiais e hardware disponíveis no mercado... e foi isso mesmo que a Xiaomi fez.
O Mi Mix coloca-se no topo a par com muitos outros smartphones Android, oferecendo um SoC Snapdragon 821 com o GPU Adreno 530, 4/6 GB de RAM e 128/256 GB de armazenamento interno, não expansível (seria necessário? 🙂 ). O ecrã é de 6,4" com revestimento oleofóbico (o tipo de proteção não é conhecido), a traseira é de cerâmica (mais duro que o vidro), as câmaras são de 16 MP na traseira e 5 MP na frontal e a bateria é de 4400 mAh.
Em termos de conectividade, é um smartphone Dual-SIM, o que é algo sempre bem-vindo num smartphone de topo. Suporta 4G LTE Cat.12 (600Mbps) mas, tal como todos os smartphones construídos excclusivamente para o mercado chinês, não tem a banda 20 que é utilizada em vários países, Portugal incluído. Tem Wi-Fi ac, Bluetooth 4.2, NFC e GPS. Para desolo de alguns utilizadores, não tem rádio FM nem LED infravermelhos para servir de comando universal.
No que diz respeito a sensores, tem o sensor de impressões digitais atrás, abaixo da câmara (na frente não há mesmo espaço!), tem acelerómetro, giroscópio, bússola digital, barómetro e, de forma invisível e por detrás do ecrã no topo, tem o sensor de proximidade para que o ecrã desligue durante uma chamada... e funciona!
Na caixa
- 1 Xiaomi Mi Mix
- 1 capa protetora preta
- 1 carregador
- 1 cabo USB/USB Tipo-C
- 1 clip para abertura do encaixe dos cartões SIM
- Manuais de instruções rápidas
Especificações completas
Ecrã
-
IPS 2.5D 6,4" (2040 x 1080 píxeis), densidade ~362 ppi
Ocupação do ecrã: ~83,6% (anunciado 91,3%)
Processador
-
Snapdragon 821, CPU Quad-core (2x2,35 GHz Kryo & 2x1,19 GHz Kryo)
Adreno 530
Rede
-
GSM/HSPA/LTE
Sistema operativo
-
Android 6.0 (Marshmallow), interface MIUI 8
Memória
-
128 GB armazenamento e 4 GB RAM / 256 GB armazenamento e 6 GB RAM
Câmaras
-
Principal (Traseira): 16 MP, abertura f/2.0, sensor OV16880 1/3.06" (1,00 µm)
Secundária (Frontal): 5 MP, abertura f/2.0
Dimensão e peso
-
158,8 x 81,9 x 7,9 mm, 209 g
Conectividade
-
Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac
GPS com A-GPS, GLONASS e BDS
Bluetooth 4.2
USB Tipo-C
NFC
(não tem Rádio FM)
Bateria
-
Li-Ion 4400 mAh não removível
Preço
2 - Hardware e Design
O melhor do hardware com o melhor do design
Ninguém (que eu saiba) disse a frase citada acima, surgiu-me enquanto escrevia o texto, mas digamos que passa bem por um slogan verdadeiro, até porque tem muita verdade... bem, pelo menos alguma. E já que falei em "verdade", vamos começar pelo que mais se destaca neste Mi Mix: ocupação de 91,3% da frontal pelo ecrã. Todos já sabiam disto, mas nem todos sabem que é mentira.
A estrutura
Na verdade, em termos de modelo de design, é ocupada realmente uma área de 91,3%, mas não foi isso que foi produzido. É facilmente percetível que, na zona onde a moldura é mais fina, no modelo gráfico a moldura é quase inexistente e na realidade tem cerca de 2 mm.
Na tabela seguinte, cujas medições foram feitas com uma simples régua (portanto sujeitas a algum erro), é possível tirar facilmente essas conclusões.
A imagem abaixo mostra isso com clareza.
Note-se que na parte inferior do Mi Mix real está presente a barra de navegação apenas com cor preta, que faz obviamente parte do ecrã (embora possa não parecer nesta foto).
Dado isto, não era realmente necessário anunciar os 91,3% quando os 83,6% reais faziam dele, ainda assim, o smartphone com maior aproveitamento da frontal existente no mercado. Mais, agora com os mais recentes rumores do Mi Mix 2, que apontam para um aproveitamento de 93%, certamente que vamos continuar a falar em termos de modelo de design e não de algo físico... o que é uma pena, Xiaomi.
Seja como for, o que realmente interessa é que estamos perante um smartphone com um enorme ecrã de 6,4" cujo tamanho é idêntico aos smartphones de 5,5" a 5,7". Portanto, se acha que 6,4" pode resultar num smartphone de tamanho enorme, basta comparar com os smartphones de 5,5" a 5,7" que conhece e verá o tamanho real do Mi Mix. Surpreendido?!
O design
O Mi Mix é uma obra com o "dedo" de Philippe Starck, um conceituado designer francês que atua em diversas áreas. A questão de ser "bonito" é sempre discutível, há divergência nas opiniões, e não me espanto de quem diga que acha o Mi Mix um smartphone feio.
Este smartphone foi construído com diversas restrições devido ao tamanho do ecrã que lhe foi colocado em conjunto com a generosa bateria, no entanto, isso pode ter-lhe prejudicado um pouco a identidade: trata-se de um paralelepípedo com arestas e cantos arredondados, ponto.
Ao pegarmos no smartphone, ignorando o facto de podermos sentir a câmara, o sensor de impressões e os botões, não sabemos se o ecrã está virado para nós ou para a palma da mão, pois não existe forma capaz de indicar isso. Todo ele é macio e frio, onde pelo tato não é possível distingui o ecrã da traseira e, ao tirar o smartphone do bolso sem a certeza da posição em que foi colocado, é preciso alguns instantes para perceber qual a posição correta para utilizar o smartphone.
De resto, é um smartphone que não deixa ninguém indiferente, principalmente quando o tamanho do ecrã parece enorme e, afinal de contas, é um smartphone com o tamanho da maioria.
Assim, olhando para cada pormenor, na parte de baixo está o microfone, a ligação USB Tipo-C e o altifalante. Na lateral direita encontra-se o botão de Power e os botões de volume, praticamente sem folgas e de cerâmica.
No topo está o jack 3,5" e o microfone secundário e na lateral esquerda existe apenas o slot para os 2 cartões nano-SIM.
Na frente, em baixo, está o LED RGB de notificações e a câmara de 5 MP. Na traseira, em cima, está a câmara de 16 MP, o flash dual-LED (dois tons) e por baixo o sensor de impressões digitais. Mais abaixo está a inscrição a laser "MIX DESIGNED BY MI".
Os materiais e a qualidade de construção
Numa palavra: irrepreensível
Não escapou um pormenor no detalhe da construção do Mi Mix. Tudo está bem alinhado, bem encostado, sem folgas ou desvios. Toda a traseira, a moldura, o sensor de impressões digitais e os botões laterais são de cerâmica, o material mais duro atualmente em smartphones a par com a safira. Esta será uma das razões do elevado preço neste smartphone.
A cerâmica tem o toque e brilho do vidro, espelhado, onde a cor não é propriamente um preto mais sim um cinza metálico, exatamente devido à grande capacidade de espelhar... e pode mesmo ser utilizado como um espelho.
A proteção do vidro do ecrã, embora não seja referida qual é, tem uma resistência a riscos semelhante à presente nos smartphones de topo, como o Galaxy S7, estando portanto enquadrado com o que de melhor existe no mercado.
Não há evidência de qualquer área plástica para melhor permitir propagação nas comunicações sem-fios, nem na traseira nem na moldura, o que pode sugerir que a cerâmica não tem o mesmo efeito que o metal no isolamento eletromagnético.
Fica de fora a capacidade de resistir à água.
Mas onde está o altifalante para chamadas?
Os mais atentos já terão certamente reparado que não existe o altifalante na parte superior do smartphone, para utilizar em chamadas junto à orelha. De modo a conseguir aproveitar toda a parte superior, houve mesmo necessidade de retirar o altifalante do local habitual, sendo substituído por um altifalante piezoelétrico que aproveita toda a estrutura para propagar o som.
O mecanismo funciona, não há dúvida disso. Embora seja possível ouvir em qualquer parte do smartphone, a qualidade é melhor junto à parte superior, como se esperava. No entanto, no geral, a qualidade é má.
Hoje em dia, qualquer utilizador de smartphone já fez uma chamada sobre a rede 3G. A qualidade de som assemelha-se a algo em alta-definição e, quando é feito o salto para 2G em condições de pouca cobertura de rede, há uma grande quebra na qualidade do som, nomeadamente nos agudos, tornando a perceção mais difícil. Identificou a situação? Ok, agora imagine que está sempre a ouvir em 2G: é assim que se ouve no Mi Mix.
Além da qualidade inferior, em ambientes de algum ruído (e não é preciso muito) torna-se extremamente difícil compreender quem fala do outro lado da chamada, simplesmente porque não é possível isolar o som diretamente para o ouvido, como se faz habitualmente com os altifalantes.
A câmara frontal na parte inferior
Outra consequência da ocupação da parte superior totalmente pelo ecrã, é a colocação da câmara na parte inferior. Sim, ao início é bastante estranho pegar no smartphone e ver a câmara colocada por baixo, mas o pior mesmo é tirar uma selfie com a câmara na parte de baixo: além da mão poder ser captada inadvertidamente, as fotos ficam estranhas, diferentes do habitual. Por essa razão, a aplicação Câmara está preparada para funcionar com rotação de 180º, ou seja, com o smartphone na posição em que a câmara frontal está na parte superior.
Aqui, nada de problemático. Basta rodar o smartphone, sem problemas, ou então capturar a foto com a câmara na parte inferior.
A resolução é 1080x2040 píxeis... porquê?
Como não existem botões físicos ou capacitivos na parte inferior do smartphone, logo abaixo do ecrã, tal como acontece com todos os smartphones Xiaomi, os botões de navegação (os chamados "Soft Keys", com troca de aplicações, Home e retroceder) surgem no próprio ecrã, tal como acontece nos smartphones Nexus e em muitos outros smartphones de várias marcas. Ora, isso faz com que a área efetivamente útil no ecrã seja um pouco inferior, em cerca de 6%, mas isso no Mi Mix não acontece.
Para compensar o espaço ocupado pela barra de navegação, o ecrã tem mais 120 linhas de píxeis horizontais que as normais 1920, totalizando assim 2040 linhas. Isso faz com que o conteúdo FullHD possa ser visualizado integralmente com a presença simultânea da barra de navegação. Quanto a barra não é necessária, simplesmente é omitida automaticamente pela aplicação em utilização, ficado nesse local apenas um faixa branca ou preta, dependendo da aplicação.
"Estou a tocar no sensor de impressões digitais ou na câmara?"
Esta é uma questão com que me deparei (e deparo) ocasionalmente, na utilização do Mi Mix. Ao colocar o dedo na traseira do smartphone para desbloquear recorrendo à impressão digital, e tendo a traseira uma área considerável, por vezes perde-se a noção de onde se está a colocar o dedo... e acho que já expliquei tudo.
Por vezes estou à espera que o smartphone responda à deteção do dedo, e repito a tentativa, até que reparo que estou a colocar o dedo sobre a câmara e não sobre o sensor. A textura macia, a dimensão e a posição são praticamente idênticos entre a câmara e o sensor, apenas a profundidade é ligeiramente inferior na câmara, mas não o suficiente para perceber claramente que o dedo está a ser colocado sobre ela. Não é um problema grave, mas não abona a favor da usabilidade.
3 - Interface e desempenho
A interface MIUI 8 sobre o Android 6.0 Marshmallow
A interface MIUI é produzida pela Xiaomi e suportada também por uma enorme comunidade, pronta a colaborar no seu desenvolvimento. Atualmente, a versão mais recente é a MIUI 8, uma interface rica, desenhada ao pormenor, leve e muito bem otimizada.
Uma das particularidades desta interface é ser igual entre todos os diferentes dispositivos com MIUI 8, independentemente se a versão base do Android é a 4.4, 5.1, 6.0 ou 7.0 (ainda em Beta). Isso permite uma uniformização de utilização entre todos os dispositivos Xiaomi, o que leva a que os novos modelos não tenham qualquer diferença ao nível da interface e não causem problemas de adaptação para quem já é utilizador de um smartphone com MIUI.
No Mi Mix, dado o seu tamanho de ecrã, foi adicionado um botão no lado esquerdo da barra de navegação (círculo com ponto dentro) para facilitar a navegação por todo o sistema. Ao premir esse botão, surge um ícone flutuante no ecrã, que pode ser colocado do lado esquerdo ou direito, onde ao premir é dado acesso a vários botões de navegação, como Menu, troca de aplicações, bloquear ecrã, screenshot ou retroceder.
Quanto à utilização da interface, tudo é rápido, prático e simples, sem nada a apontar.
O problema dos idiomas
Um dos problemas mais frequentes com smartphones Xiaomi prende-se com o idioma. Devido a não haver distribuição oficial para Portugal, o idioma Português de Portugal (ainda) não está incluído nas ROMs fornecidas pela Xiaomi nos smartphones recentes, trazendo apenas os idiomas chinês e inglês.
No entanto, para smartphones já com a versão Global disponível (que não é o caso do Mi Mix), espera-se que o idioma PT-PT seja disponibilizado de forma oficial em breve, permitindo assim que acabem as restrições de idioma e os constrangimentos de ter de alterar a ROM.
Enquanto isso não acontece, poderá ser instalada a ROM multi-idiomas, já disponível na comunidade Xiaomi.eu. Em breve explicarei como fazer essa instalação em qualquer smartphone Xiaomi.
Desempenho
O Mi Mix, à semelhança do Mi 5s Plus, traz o Snapdragon 821 no seu auge, com dois núcleos a 2,35 GHz e outros dois a 2,19 GHz. A experiência de utilização é reveladora disso mesmo, onde tudo responde de forma rápida e fluída, bastante otimizado e sem problemas de instabilidade ou crashes durante cerca de 6 semanas de utilização diária e contínua, como smartphone principal.
Com 4 GB de RAM disponíveis no modelo em análise, não foi notado qualquer problema na troca ou abertura de aplicações, sem engasgos nem lentidões intermitentes, respondendo sempre prontamente a todos, mas mesmo todos os pedidos. Tendo isto em conta, não parece que a versão com 6 GB de RAM possa trazer melhorias significativas no desempenho do smartphone, pelo menos por enquanto. Quanto a temperaturas, o Mi Mix é muito fresco, notando-se apenas um toque ligeiramente morno em situações de utilização prolongada da câmara ou de um jogo mais pesado.
No que diz respeito a testes de benchmark, foram obtidos os seguintes resultados:
AnTuTu Banchmark 6.2.7: 152276 Geekbench 4
Quanto ao sensor de impressões digitais, mais uma vez revela-se muito rápido e eficiente, à semelhança do Redmi Note 4 e Mi 5s Plus. É um sensor convencional e, como se costuma dizer, "em equipa vencedora não se mexe". Ao contrário do que aconteceu com o Mi 5s, onde a utilização de um outro tipo de sensor causou alguns problemas na eficiência com que o dedo é reconhecido, no tipo de sensor presente no Mi Mix, mal o dedo toca no sensor, o smartphone desbloqueia imediatamente, sendo o sensor mais prestável até agora testado por nós.
O alcance Wi-Fi do Mi Mix é excelente e a estrutura em cerâmica parece não influenciar em nada a prestação das redes sem-fios, conseguindo um desempenho acima da média, semelhante ao de um computador portátil, que geralmente é sempre superior a qualquer smartphone.
Note-se que a ROM utilizada é a versão modificada pela loja Gearbest, com serviços Google e idiomas adicionais, e não tem qualquer tipo de problema.
4 - Câmaras
O Mi Mix estreia um sensor na Xiaomi, o OmniVision OV16880 de 1/3.06" (1,00 µm) na câmara traseira, um sensor cujas especificações ficam um pouco aquém relativamente ao melhor que existe atualmente no mercado, no entanto, o resultado obtido não desilude.
A abertura máxima é de f/2.0 e, infelizmente, não tem qualquer estabilização ótica (OIS) ou eletrónica (EIS), o que é uma pena. O estabilizador ótico de 4 eixos tinha excelentes resultados no Mi 5, tal como testámos aqui, mas estranhamente não foi utilizado em nenhum outro smartphone. Já no Mi 5s foi utilizada estabilização eletrónica (EIS) mas, embora funcionasse, o resultado era um pouco desagradável, onde por vezes era preferível não o usar.
Na verdade, no Mi Mix existe (supostamente) uma estabilização eletrónica que recorre ao giroscópio, mas que não parece sequer funcionar... bem, antes não funcionar, que funcionar mal.
No que diz respeito à qualidade de imagem, não impressiona mas não desilude. O resultado no geral é bom, o balanço de brancos é equilibrado, as cores são realistas e o alcance dinâmico (dynamic range) é muito competente, obtendo geralmente bons resultados sem a necessidade do HDR.
Quanto ao foco com toque no ecrã, a prestação foi muito boa, equiparada ao conseguido no Mi 5s Plus. Desde o Mi 4, depois o Mi 5 e mesmo o Mi 5s, sempre houve alguma dificuldade em focar corretamente pontos mais distantes, ficando sempre ligeiramente desfocado. Com o Mi 5s Plus isso não acontece e a focagem é feita onde realmente queremos, além de que está disponível o modo manual que permite maior controlo sobre a distância de foco.
A aplicação nativa Câmara é igual à já existente na generalidade dos dispositivos Xiaomi, com a funcionalidade adicional que permite a rotação de 180º no modo selfie. Quanto às outras funcionalidades, além das habituais como o HDR, modo panorama, modo áudio (disparo desencadeado por ruído), temporizador e modo inclinação (para capturar fotos sempre direitas), traz também o modo manual (com ajuste de brancos, foco, tempo de exposição e ISO), modo embelezar, modo quadrado, modo noite e foto de grupo (GroupShot) para as câmaras traseira e frontal. Não tem o modo RAW, que estreou no Mi 5s Plus.
De seguida estão alguns exemplos de fotos em vários ambientes.
Download fotos e vídeos [412 MB]
5 - Autonomia
A luta por um dia de autonomia continua a ser feita por todos os fabricantes. A Xiaomi foi generosa no Mi Mix, colocando-lhe uma bateria de 4400 mAh, e os resultados superaram o esperado, principalmente por se tratar do mais rápido SoC Qualcomm com um ecrã de 6,4", que naturalmente exige mais energia.
Note-se que a questão do "dia de autonomia" é subjetiva. O nível de utilização moderada pode diferir bastante entre utilizadores, não só porque depende muito das aplicações utilizadas e do tempo que são utilizadas, mas também de outras condições como a rede em utilização, brilho do ecrã, entre outros.
Na minha utilização normal das últimas semanas, onde foi utilizada entre 1h a 1h30 de ecrã por dia, foi possível chegar a 3 dias de autonomia em todos os carregamentos, ainda com 15~20% de capacidade restante. Essa prestação foi ainda superior ao conseguido com o Mi 5s Plus, que também se distinguiu no que diz respeito à autonomia.
Estamos assim perante um smartphone com excelente autonomia, capaz de conseguir um dia de utilização intensiva ou 2 dias com utilização alta.
No que diz respeito à velocidade de carregamento, tem carregamento rápido com velocidade superior à conseguida no Mi 5s Plus, com um incremento médio de 7% por minuto até aos 80%, o que é excelente para uma bateria de 4400 mAh. Dessa forma, em 30 minutos é possível atingir cerca de 50% de carga (começando nos 5%) e em 1 hora é possível chegar aos 80%.
6 - Veredicto
...do conceito à realidade
É real. É excelente. É uma peça única. Não é perfeito.
O Xiaomi Mi Mix é um smartphone de excelência, extravagante pelo seu ecrã - tendo em conta o tamanho da estrutura - e pelos materiais utilizados aliados ao hardware de topo na maioria dos componentes. No entanto, isso leva a que a usabilidade tenha sido um pouco sacrificada, como é o caso de não ser possível perceber rapidamente a orientação ao tirá-lo de um bolso ou por ter sido prejudicada a qualidade das chamadas devido ao altifalante piezoelétrico.
A dimensão é generosa, tendo em conta o tamanho de ecrã, que afinal de contas não ocupa 91,3% da área frontal mas apenas 83,6%. É um facto.
E com um tamanho destes, materiais mais pesados (cerâmica) e uma bateria de 4400 mAh, o peso faz-se sentir, atingindo 209 g. Não se nota exageradamente pesado, mas sim um peso enquadrado com o tamanho e com a peça que é.
A qualidade do ecrã é de topo, a todos os níveis, o desempenho está "encostado" aos melhores do mercado, tem um sensor de impressão digital bastante eficiente e rápido, o som é equilibrado, câmaras com bom desempenho, tem uma autonomia capaz de atingir os 3 dias, com carregamento muito rápido, tem capacidade para 2 cartões nano-SIM... e é uma peça única.
O preço é alto, não há dúvida disso, mas tendo em conta a tecnologia e os materiais que oferece, comparando com o que de mais caro existe no mercado, não podemos dizer que é muito caro. Este é um smartphone exímio, de luxo, e poder utilizar 2 cartões SIM e ter uma autonomia de 3 dias e um ecrã de 6,4" num tamanho de 5,7"... digamos que é uma peça única.
Quanto à rede de dados LTE, tal como acontece na maioria dos smartphones Xiaomi, não é suportada a banda 20 (800 MHz) em utilização em Portugal fora dos grandes centros. Para a maioria dos utilizadores isso não é um problema, pois geralmente uma ligação 3G é suficiente.
Preço e Disponibilidade
O Xiaomi Mi Mix está disponível por menos de 600€, na versão de 256 GB, com stock limitado (envio sem alfândega Standard Shipping > Local Direct Express).
Pode ainda conhecer outros smartphones Xiaomi a excelentes preços.
O Pplware agradece à Gearbest a cedência do Xiaomi Mi Mix para análise.
Este artigo tem mais de um ano
Uma correcção sobre: “… tal como todos os smartphones construídos para o mercado chinês, não tem a banda 20 …”
Isto não é bem assim, já que há vários modelos onde a banda 20 está disponível. O OnePlus 3, que só tem uma versão do hardware (o que eu uso foi comprado em Pequim) é um dos casos (FDD-LTE: Bands 1/3/5/7/8/20)
O OnePlus 3 foi construído para o mercado Global, não apenas chinês, por isso tem a banda 20. Na China não existe essa banda, e daí os modelos Xiaomi que não são Global/International não terem a banda 20.
Na minha frase, a questão está no “para”, que ficaria melhor ser “exclusivamente para”.
Obrigado.
Lamento dizer, mas testei o Oneplus 3T e não tem Banda 20. Repito: a versão que eu testei. Por isso há versões com e sem banda 20.
Caro Hugo Cura
Eu tenho Mi Mix ROM Chinesa
Quando prevê pôrr as instrucoes de mudança de Tom para Xiaomi.eu?
Obrigado
Rui
Em breve, e vou fazê-lo com o Mi Mix.
Obrigado fico a aguardar
Ou seja tem tudo! Menos o que supostamente um telefone deveria ter …uma qualidade de som na chamada otima…
P.s Gostei muito e gosto do MiMix.Mas onde chegámos, um telefone onde a parte menos interessante é a função telefone.
Totally agree
Chegámos ao ponto dessa ser uma das funções menos utilizadas pela maioria dos utilizadores, daí o ecrã se sobrepor a isso, é muito mais utilizado. Faz-me mais falta o IR blaster.
Só posso afirmar se tem qualidade de som se testar.
Existe muitas reviews só para deitar abaixo!
Mi Mi Mi!
Parece aquela conversa entre o Yu e o Mi.
O telefone é bem bonito, já o modelo anterior o é, mas o preço está ridiculamente alto, eu que desde o Iphone 4S, deixei de usar telefones da Apple, não concordo com o preço praticado pela Apple, mas reconheço, estando eu na disposição de gastar tal valor num telefone, compraria um Iphone, nesta gama de preço acho que é maus investimento comprar um telefone que não seja Iphone.
Mas sei que não é necessário gastar estes valores para ter um telefone fantástico por 250€.
Tenho um Huawei Mate S, comprado na China em loja oficial ficou por 250€, e é um telefone fantástico.
É verdade que a Xiaomi se tornou muito interessante essencialmente por ter a qualidade de construção aliada a um excelente preço. No entanto, isso exigia que não pudesse investir em inovação e não pudesse lançar coisas arrojadas, como este Mi Mix… mas quiseram fazê-lo, e bem.
Temos um smartphone de topo, que não é caro comparando com os concorrentes directos (Huawei, Samsung e mesmo Apple) e que adicionalmente apresenta um ecrã único, com toda a estrutura feita de materiais únicos. E esta cerâmica é mesmo o material com maior dureza e resistência a riscos existente no mercado, como parte de um chassis.
+1
Pagas um conceito, uma novidade…
Que teclado do computador é esse?
Microsoft Sculpt Ergonomic Desktop.
Boa review. Parabéns!
Uma das melhores marcas do marcado e não é só em smartphones!
Isso da resolução ser 1080×2040 píxeis e ter 120px reservados para a barra não é me parece uma boa ideia, pois qd visualizamos um conteúdo (imagem ou video) fullHD é normalmente em modo imersivo, ou seja, a barra de navegação fica oculta e obtemos um full screen total em FullHD. O que deve acontecer neste smartphone, pelo que vi pelas fotos neste review, quando se está em modo imersivo full screen, o conteúdo não ocupa a totalidade do ecrã e fica-se com uma barra inestética presente no canto do ecrã. Não acho que seja uma boa ideia.
Sim, em preto. Não incomoda nem distrai, é como se não existisse, não vejo problema nisso.
Não é um problema de facto, é apenas estúpido! Ter um ecrã borderless e levar com uma faixa preta na extremidade… para quê então um ecrã generoso se não tiras partido dele em fullscreen? Faz-me lembrar quando via filmes 16:9 em TVs 4:3 e ter que gramar as duas faixas pretas!
rom pt veio no smartphone? ou instalaram a parte? se veio com o smartphone cheira-me a que modificaram e meteram uns bónus
Off topic: O problema são os condensadores da fonte de alimentação.
Sim, troquei-os e dei nova vida a um monitor com 9 anos. Como na cidade de Coimbra não havia loja que tivesse a tensão que precisava (25V), veio com o dobro. O aspecto final (com brincadeira à mistura) foi este: click 😉
Like!
Sinceramente que não percebo porque é que optaram por por a “barra” onde está a câmara, na parte inferior e não na parte inferior. Assim podiam por o altifalante, e não precisar de andar com truques com a câmara.
Concordo, ao menos tinham um altifalante ao nível do preço do telemovel.
Na minha opnião seria melhor e mais fácil do que ter que rodar para tirar uma foto com a camera frontal e com um descuido estragar a valiosa cerâmica..
Excelente análise, talvez das mais detalhadas que já fizeram! Se me permitem, deixem-me só questionar as pontuações, que me parecem sempre muito inflacionadas. Mantendo esta bitola de avaliação tão alinhada por cima não há praticamente espaço para avaliar smartphones genericamente melhores. A título de exemplo um InnJoo Max3 Pro, mediano na melhor das hipóteses, leva com 8 valores no parcial da câmara, os mesmo que o este Mi Mix.
É uma questão pertinente e já tem surgido algumas vezes.
A classificação do produto é dada tendo em conta a gama onde se insere face ao preço. Ou seja, podemos ter um smartphone de 100€ com nota 10 e um de 1000€ com nota 8, simplesmente porque o mais barato cumpre na perfeição o que se exige de um smartphone na entrada de gama por aquele preço. O mais caro, no exemplo dado, já não cumpre integralmente.
Nesse caso já faz todo o sentido, claro! Já agora proponho adicionarem o parâmetro tipo Interface. Concordo que é um parâmetro relativamente subjectivo, mas não há como negar o elevado nível de polimento, fluidez e homogeneidade da interface de um pixel quando comparado por exemplo com o EMUI.
Concordo. E acrescentaria mais ainda. É que pelo pouco que tenho visto as marcas têm abordagens totalmente diversas no que toca a acessibilidade das interfaces para pessoas com algum tipo de necessidades especiais. Por ex: Nos Samsung mais recentes é relativamente fácil aumentar e diminuir o tamanho das fontes para quem como eu tem baixa visão poder usar. Mas noutras marcas isso ou é complicado, ou varia de modelo para modelo ou será talvez impossível de todo. Justifica-se assim um parâmetro que avalie a interface em si tendo em conta a sua usabilidade o mais geral possível. Se não for pedir demais, talvez recomendasse aos amigos “Pplwareanos” que fizessem algum artigo comparativo das acessibilidades para pessoas com necessidades especiais mais comuns nas interfaces das várias marcas, que abarque pelo menos ampliação de fontes, possibilidade de usar o modo de alto contraste, assistência sonora, teclados especiais ou zoom do sistema. Será possível?
Desculpem ter sido talvez um pouco off-topic!
@Hugo Cura,
Muitos Parabéns, muito bom o artigo, uma análise bem detalhada e uma excelente Review. Também temos que dar os parabéns ao PPLWARE de vez em quando, não é só dizer mal, ehehe, lol… 🙂
+1!
Boa análise!
Entre esse é o Mi5S plus há alguma diferença significativa (design e preço a fora)?
Como comparam o desempenho das câmaras?
boa tarde malta. aquiri ha dias o mi mix 18k comprado directamente em macau por menos 400euros do valor na xiaomi pt…ma agora tenho o problema de rom chines e ingles o que nao me permite aproveitar o telemovel em pleno ou longe disso.alem de muito caracter chines nao consigo os teclados PT nem os acessos a apps tugas…alguem me pode ajudar?grato
Consulta este fórum, está lá tudo. Tens uma ROM europeia, traduzida para português de Portugal.
https://xiaomi.eu/community/
Boas,
Também podes instalar facilmente a ROM global stable:
http://en.miui.com/download-317.html#471
Faz download do ficheiro no telemóvel, depois abre a APP updater (ícone azul com uma seta para cima), clica nos 3 pontinhos no canto superior direito e escolhe “Choose update package” e seleciona o ficheiro que sacaste.
Ele vai obrigar a apagar os dados, faz primeiro um backup do que não podes apagar 😉
obrigado,mas ja fiz o download e ele dps na verificacao diz que nao e permitido fazer um flash ao sistema,penso que deve estar bloqueado,mas ja fiz a adesao ao mi account para fazer o unlock como voces explicam no forum ma ele empanca sempre em duas paginas que andam para tras e para a frente e em chines!e ja tentei no xiaomi e noutro tlm e acontece o mesmo!alguma sugestao malta?pq estou a ver isto dificil e o tlm e espectacular…mas sem o poder aproveitar..:(
Estou usando há 2 dias e estou gostando bastante , a câmera dele é pessima com pouca luz , no claro satisfatória , na autonomia ele é pior que o redmi note 4 , comigo não chega no final do dia , a tela em qualidade está no nivel do redmi note 4 e perfeita em tamanho ,
Ótimo custo beneficio !
em resumo a xiaomi é f….