Análise – Sekiro: Shadows Die Twice (PS4)
Tal como tivemos ocasião de experimentar em primeira mão (ver aqui), Sekiro: Shadows die Twice da From Software desde bem cedo se posicionou como um dos jogos do ano.
Nessa altura já dávamos conta que é um jogo difícil e desafiante, mas que nos impele a continuar a jogar. E foi precisamente isso que o Pplware fez...
Sekiro: Shadows Die Twice, um jogo com influência da cultura do Japão
Tendo como cenário o Japão medieval – durante o Período Sengoku, entre 1467 e 1573 – em Sekiro – Shadows die Twice controlamos um Shinobi apenas conhecido como Wolf. Assim, após ter falhado na defesa do seu imperador (levado por forças invasoras), a missão é resgatá-lo e vingar-se dos culpados.
Após essa tentativa de defesa, Wolf é ferido com gravidade, perdendo um braço e deixado a morrer. Contudo, é recolhido e salvo por um misterioso homem que. Para além de lhe curar as feridas, constrói-lhe uma prótese que lhe permite utilizar várias ferramentas úteis, mas limitadas.
Daqui para a frente entramos num vasto mundo onde teremos a oportunidade de testar todas as nossas capacidades de combate. Encontramos então algo que não está presente nos outros jogos da From Software (a série Souls e Bloodborne). Trata-se assim de um tipo de ação mais furtiva e com uma maior agilidade de movimentos.
Podemos mover-nos no meio de erva alta sem sermos detetados ou pendurarmo-nos em parapeitos. Além disso, podemos até encostarmo-nos às paredes de maneira a apanharmos os inimigos desprevenidos.
Relativamente à mecânica de combate, em Sekiro o segredo para vencer os adversários não reside apenas num bom ataque. Temos de saber defender os golpes que são lançados contra nós. Existem vários tipos de golpes que podem ser desferidos e todos eles (exceto “agarrões”) podem ser defendidos e contra-atacados. Acima de tudo, não convém ficarmos parados quando defrontamos um inimigo, principalmente quando se trata de um inimigo mais poderoso.
Cada golpe e cada defesa tem de ser aplicada no momento certo. Caso contrário, poderemos sofrer um contra-ataque: em Sekiro, este tipo de desatenção paga-se caro. O importante é manter sempre o nosso adversário à defesa. Nesse sentido, se lhe dermos tempo para respirar, ele vai recuperar a compostura e nós vamos passar um mau bocado.
A duração de cada confronto não é, por norma, muito longa. Dessa forma, uma combinação de golpes certeiros pode ditar rapidamente o vencedor da contenda. Mas, mais uma vez, tudo depende dos inimigos contra quem combatemos. Se por um lado muitos dos inimigos são perfeitamente batíveis com maior ou menor esforço, por outro os inimigos mais poderosos podem requerer uma abordagem mais cautelosa que se pode traduzir em… fugir. Felizmente a agilidade de movimentos de Wolf permite-nos este tipo de ações e conseguimos escapar (quase sempre) incólumes se fugirmos a tempo.
Análise feita na PS4, disponível também para Xbox One
Claro que a tendência será sempre enfrentar o inimigo. Mas, por outro lado, os adversários mais poderosos não irão sofrer muito com os nossos ataques e o contragolpe será, quase sempre, fatal para nós.
Caso não dominemos a mecânica dos combates, os golpes que podemos aplicar e as defesas que podemos utilizar, iremos enfrentar desafios bastante complicados. Não esperem, portanto, vencer todos os adversários logo à primeira.
Já no que diz respeito ao aspeto visual, Sekiro é brilhante. A recriação do Japão feudal é feita ao pormenor com especial ênfase na arquitetura. Há um sem-número de fortalezas e templos com vários andares e vários níveis de telhados por onde podemos circular. E tudo acontece não só estamos a explorar, mas também quando estamos a fugir de algum adversário.
Ainda assim, encontrámos alguns bugs gráficos que - não estragando a experiência - nos fizeram torcer um pouco o nariz. A câmara nem sempre se posiciona da forma mais favorável, principalmente se estivermos encobertos por algum tipo de estrutura. Além disso, não é incomum vermos partes do corpo de Wolf entrarem por dentro de paredes ou de telhados.
Veredicto
Sekiro – Shadows die Twice é um dos jogos mais desafiantes que jogámos nos últimos tempos. Na realidade, Sekiro não é um jogo, é um desafio.
Com um mapa detalhado e brilhante, mecânicas de jogo e de combate refinadas e uma dificuldade que não é para qualquer um, este jogo oferece-nos o ADN do estúdio From Software, mas numa experiência bastante diferente da de Dark Souls e Bloodborne. Este é um jogo obrigatório para quem gosta de desafios. A não perder.
Este artigo tem mais de um ano
Grande jogo, um pouco diferente do habitual mesmo para quem (ou especialmente) está acostumado aos jogos da FromSoftware. Para mim pessoalmente o maior desafio foi obrigar-me a ter a mentalidade de estar quase sempre na ofensiva (mais do q a mecânica de verticalidade do jogo ou as prosthetic tools) , é necessário defender/bloquear os ataques já que destrói bastante a Posture dos inimigos e permite mais rapidamente um finish blow mas se damos demasiado tempo aos adversários eles acabam por ganhar a Posture q foi perdida e torna o combate demasiado longo – e perigoso. Essa para mim foi a maior dificuldade do jogo: estava habituado a esquivar-se nos Soulsborne games, nunca fui adepto de defender muito ou fazer parry apesar de até ter ficado bom nisso já q a mecânica dos jogos obrigavam-me a isso mas sempre preferi uma build mais ligeira (normalmente dex) que me permitisse desviar dos golpes em vez de obrigatoriamente defendê-los e manter alguma distância dos adversários e avaliar os movimentos deles. Grande jogo com umas mecânicas de gameplay interessantes e a opção de diálogos em japonês está óptima, faz-me sentir que estou num episódio de Samurai X.