Análise MotoGP 2022 (Xbox Series X)
MotoGP 2022 já chegou e a adrenalina da mais intensa competição motorizada de duas rodas está de regresso a consolas e PCs de todo o Mundo.
A Milestone, com todo o seu know-how e experiência neste tipo de desenvolvimentos, continua ao leme dos designíos do jogo oficial da competição e a edição deste ano, tem algumas novidades interessantes.
Já experimentámos e ...
MotoGP está de volta e apesar da competição da vida real já acelerar pelos circuitos mundiais, a edição virtual só agora chegou.
O jogo oficial da competição regressa desta forma às lides de consolas e PCs, novamente com o selo de qualidade e experiência da Milestone.
Ao longo dos anos, a série de jogos MotoGP produzida pela Milestone tem-se revelado talvez, como a mais intensa e realista simulação dedicada ao Moto GP e como tal, as expetativas para esta nova edição eram altas, até pelo facto de já se encontrar orientada para as consolas de Nova Geração.
A verdade é que, o caminho percorrido pelas edições anteriores de MotoGP trouxeram o jogo a um patamar extremamente elevado de complexidade, realismo e imersão. Tanto no nível meramente estético como, e principalmente, em aspectos mais importantes relacionados com a física das motos e componente mecânica e eletrônica MotoGP tem-se vindo a revelar um jogo bastante robusto e maduro.
É neste contexto que MotoGP 2022 surge, sendo confrontado com uma questão e desafio: evoluir e em que direção. E essa evolução surgiu em várias direções.
Modos de Jogo
Entre os modos de jogo, surge a primeira grande novidade (e talvez a mais visível): NINE Season 2009.
O modo NINE Season 2009 é, pode-se dizer, uma verdadeira lufada de ar fresco e repleta de certo glamour, que pisca claramente o olho aos fãs do motociclismo de uma forma extremamente natural, mesmo não sendo algo de completamente virgem no mundo dos videojogos motorizados.
Trata-se de um modo de jogo, em formato de documentário interativo, que se encontra extremamente bem realizado e embebido em MotoGP 2022. Este modo permite aos jogadores "fazerem parte integrante" da História do Motociclismo (com particular destaque na época de 2009), participando em alguns dos momentos mais icónicos da altura.
São 39 momentos intensos passados na primeira pessoa pelos pilotos Valentino Rossi, Casey Stoner, Dani Pedrosa ou Jorge Lorenzo mas que o jogador poderá simular e reviver. No entanto o documentário realizado por Mark Neale consegue trazer ainda uma dose maior de emotividade.
Divididos em 17 secções, poderemos chamar-lhes assim, cada episódio apresenta o seu objetivo principal (obrigatório) e secundários, pelo que além de toda a envolvência emocional que este modo tem com a realidade da época de 2009, acaba também por se tornar num modo desafiante e empolgante.
A forma com que estes objetivos específicos (cenários) estão embebidos no documentário muito bem realizado e narrado (Mark Neale) acaba por trazer uma envolvência mística a este modo de jogo e os fãs de MotoGP irão certamente adorar este modo.
Relativamente aos restantes modos, não houve novidades de grande monta, tendo a Milestone optado pela continuidade.
O que não é obrigatoriamente mau, claro. Por exemplo, o modo Carreira está de volta com tudo aquilo a que nos acostumou e será talvez o modo singleplayer com maior adesão.
Os jogadores têm novamente a possibilidade de criar os seus pilotos virtuais, com os quais irão tentar atingir os patamares mais altos do motociclismo internacional. Ao encetar uma carreira nova, podemos tanto começar pelo nível mais baixo da Moto3, como pela Moto2 (ou diretamente na MotoGP) e, através das nossas performances e skills do nosso manager, podemos ir negociando novos contratos e subir até chegar ao topo: MotoGP.
Com uma secção da nossa equipa destinada ao R&D, que permite o desenvolvimento de melhorias em várias áreas, como aerodinâmica ou motor, por exemplo, vamos aumentando a capacidade competitiva da nossa moto. Esse desenvolvimento é levado a cabo por profissionais dessas mesmas áreas que vamos recrutando que vão gastando os pontos respetivos que ganhamos nos Free Practices dos Grandes Prémios.
Existe ainda uma árvore de tecnologias que, para cada uma dessas áreas permite desbloquear um conjunto de otimizações a serem implementadas na nossa moto.
De resto, encontramos de regresso os tradicionais Grandes Prémios, Campeonatos, Corridas Simples, Time Trials e, claro, as corridas online. Estas corridas online mantém o foco dos jogos anteriores, ou seja, através de um Lobby, podemos escolher a corrida para participar e que é francamente impulsionada pelo facto deste ano haver cross-play. Dessa forma, não deverão faltar corridas e adversários para competir.
Um outro regresso e que se saúda é o do multiplayer em split screen.
Asfalto quente
Independentemente dos modos de jogo, o que se passa no asfalto é que importa, certo?
Ao longo dos anos, a série MotoGP tem-se caracterizado por ter uma simulação do que se passa em pista bastante intimista e credível, ao mesmo tempo que, tem aumentado o grau de complexidade de pilotar as diferentes motos. MotoGP 2022 mantém o que de bom vem das edições anteriores e ajusta aqui ou ali, fazendo a normal evolução do jogo.
Pormenores conhecidos como a inclinação que damos ao nosso piloto na altura de encarar as curvas continuam a ser cruciais para se obter aquela entrada (e saída) perfeita que nos pode fazer ganhar (ou perder) os tão preciosos milissegundos indispensáveis para garantir um resultado melhor.
A física atribuída à relação entre a motor, o piloto e incidências da corrida, encontra-se bastante competente sendo que a combinação entre esses aspetos e os momentos de aceleração e travagem, são cruciais para nos mantermos em cima das duas rodas.
Por outro lado, e tal como os jogos anteriores já nos têm vindo a mostrar, em MotoGP 2022 a estratégia é parte fundamental de cada corrida (em particular nas de maior duração). Todos os milissegundos contam mas, a forma como os atingimos muitas vezes terá um custo demasiado elevado. Isto pois existem pormenores a ter em conta no decorrer da corrida que influenciam o seu final, como o consumo de combustível, de pneus... tudo isso tem de ser gerido em tempo real no decorrer dos GP.
Um outro aspeto a ter em conta no decorrer da corrida é a flutuação da temperatura dos pneus e dos próprios travões cujo funcionamento e eficácia oscila consoante estão demasiado quentes, frios ou na temperatura ideal.
Adicionalmente a isto tudo, existe uma nova opção a ter em conta enquanto conduzimos a moto, que é o Ride Height Device, uma tecnologia extremamente útil (implementada pela primeira vez pela Ducati) que permite, com o manuseamento da pressão da suspensão traseira, ajustar o ponto de gravidade da moto e com isso possibilitar um boost no momento da aceleração. É claro, que isso permite-nos tirar mais proveito em termos de velocidade.
Há um pormenor que MotoGP 2022 deixa bem patente. Com efeito, creio que em poucos MotoGP anteriores, a diferença de condução entre as motos de várias cilindradas nunca foi tão acentuada, o que exige claramente uma recalibração da nossa forma das conduzir.
Um aspeto importante também, corresponde à forma como a moto reage (visual e fisicamente) aos diferentes pisos. Apesar de em alguns momentos, parecer algo artificial em demasia, encontra-se na maior parte dos caso bem conseguido, com os efeitos que se esperam de ir parar à gravilha, por exemplo. É um preciosismo mas não deixa de trazer maior imersão a jogo.
Um dos aspetos que em jogos anteriores deixava uma sensação amarga, prendia-se com as colisões e IA dos adversários (quando controlados pelo computador). É um problema recorrente e que em MotoGP 2022 não apresenta uma solução definitiva. As colisões continuam a ser alguns momentos menos bem conseguidos parecendo, por vezes, demasiado absurdas. Isso porque a IA dos adversários é ocasionalmente algo obtusa e cega quanto à nossa posição na pista, provocando colisões algo ridículas.
Sensação de velocidade está bastante agradável e o efeito resultante das nossas ações em grande velocidade também.
Uma ausência notada é a dum sistema de tempo dinâmico, que tantos outros jogos motorizados nos têm vindo a habituar nos últimos tempos e que fariam todo o sentido ser encontrados em MotoGP 2022.
Outro regresso, apesar de algo polémico, é o da possiblidade de, em caso de queda, visualizarmos o nosso piloto a correr para apanhar a moto. No entanto, mesmo sendo engraçado visualmente, acaba por ser uma opção algo infrutífera uma vez que enquanto nós fazemos isso, os nossos adversários podem fazer respawn diretamente na pista.
Graficamente, MotoGP 2022 encontra-se bastante bom e ao nível a que nos tem habituado. Além da timidez do publico e da energia vinda do exterior da pista, o jogo recria as pistas e motos com grande qualidade, apesar de ainda se sentir um cheirinho à "geração anterior".
Quanto aos pilotos e respetivos estilos de condução, é notório o trabalho no sentido de os tentar reproduzir com qualidade.
Não poderia deixar de referir o tutorial bastante robusto que MotoGP 2022 nos disponibiliza e que faz um trabalho bastante competente no ensino das bases em praticamente todos os aspetos do jogo e da abordagem ás pistas e suas curvas e contracurvas.
Para além disso, o Riding Analysis System é outra ferramenta útil que através da análise da nossa performance, sugere ativar ou alterar as ajudas disponíveis. Pode mesmo chegar a sugerir jogar um tutorial específico projetado para ultrapassar certo problema.
Adicionalmente, e igualmente importante, existe o MotoGP Academy que, de com uma fórmula bastante semelhante à de Gran Turismo, nos ajuda a descobrir as várias secções de cada pista e a encontrar as melhores formas de as atacar. É um complemento ao tutorial e de grande importância, pois através dum conjunto de tarefas e objetivos a cumprir acaba por nos permitir o aperfeiçoamento da nossa técnica de condução.
É claro que se a juntarmos a isto tuto uma grande diversidade de ajudas e auxiliares, podemos dizer que MotoGP 2022 é, sem sombra de dúvida, um jogo extremamente democrático. Ou seja, consegue ajudar a criar o nível de dificuldade adequado a cada jogador, e tamanha versatilidade ajuda a que o jogo tanto possa ser jogado e desfrutado por quem já tem anos de MotoGP, como por novatos que comecem agora.
Creio que a melhor forma de descrever MotoGP 2022 é como um jogo que arrisca qb, seguindo o velhinho ditado de "em fórmula vencedora não se mexe".
Tenso o NINE Season 2009 como principal novidade, as afinações que a Milestone fez à condução da moto e ao que se passa no decorrer das corridas torna o jogo a evolução lógica da edição do ano passado.
Por outro lado, o vasto leque de opções de personalização e ajudas, fazem de MotoGP 2022 o jogo mais democrático até à data, acessível a quase todos os jogadores.
Este artigo tem mais de um ano
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