Análise LEGO STAR WARS The Skywalker Saga (Xbox Series X)
Um dos jogos que mais expetativas gerou neste inicio de 2022 foi LEGO STAR WARS The Skywalker Saga. Trata-se do regresso de uma união entre duas marcas que no passado deixou saudades.
No entanto, desta vez, o jogo não se baseia em nenhum Episódio em particular mas, em toda a saga STAR WARS, com tudo o que isso envolve.
Nós já explorámos a Galáxia.
Tal como por várias vezes referi no passado, a união entre a marca LEGO e alguns dos universos mais emocionantes da 7ªArte pode ser vista como uma das simbioses mais importantes, mais divertidas e também mais bem sucedidas do universo dos videojogos.
São vários os exemplos destas uniões com sucesso e que demonstram claramente a multidisciplinaridade que se pode extrair daí: Harry Potter, The Lord of the Rings, Indiana Jones, Jurassic World, Batman entre muitos outros.
LEGO STAR WARS The Skywalker Saga, tal como o nome indica, é o jogo que se baseia em toda a saga STAR WARS, o que é o mesmo que dizer, que se baseia nos 9 filmes já lançados.
Para qualquer fã de STAR WARS (e de LEGO, claro) esta é uma oportunidade estrondosa de experienciar as aventuras de Luke, Leia, Han Solo, Chewie, Rey entre muitos outros num jogo único.
E não é para menos. Todos eles se encontram presentes e, em dada altura, todos eles serão personagens jogáveis, pois, o jogo passa por todos os Episódios da saga e simula alguns dos momentos mais icónicos de cada um.
Não existem invenções. Se se lembram dos filmes, certamente se vão recordar dessas cenas mais icónicas através de The Skywalker Saga. Praticamente todos os momentos altos de cada Episódio, encontra-se presentes e extremamente bem detalhados.
Existem também algumas zonas novas assim como também alguns momentos dos filmes estão em falta mas nada que comprometa a saudade dos jogadores mais fervorosos.
Pela imensidão da Galáxia
LEGO STAR WARS The Skywalker Saga é um jogo que também ele se vai abrindo ao jogador. Existe um modo História que, de uma forma algo discutível começa na trilogia que o jogador escolher e só poderá mudar quando acabar a trilogia.
A história que seguimos é, claro, a dos filmes e dessa forma leva-nos a visitar os pontos da Galáxia que os nossos heróis visitaram: Tatooine, D'Qar, Dagobath, Hoth, Jakku entre muitos outros.
Podemos visitar todos os principais locais por onde os 9 filmes passaram
Mas mais. A equipa da TT Games incluiu no jogo o conceito de open-world (mundo aberto e mais vasto que permite aos jogadores explorar ao seu bel-prazer). Alguns dos locais são maiores que outros e terão mais zonas para explorar e descobrir missões secundárias mas todos eles, padecem do carisma STAR WARS.
Por exemplo, a Cidade das Nuvens (Bespin), encontra-se extremamente bem desenhada e é bastante grande para explorar com vários níveis de plataformas e praças para nos aventurarmos.
Com tanta área para explorar, será normal que a equipa de desenvolvimento a use para outros fins que não apenas o de fazer cenário. Como tal, a TT Games distribuiu pelos quatro cantos da Galáxia e em cada local por onde passamos, uma quantidade imensa de colecionáveis e Easter Eggs e Missões secundárias a realizar.
Apenas para vos dar um número, existem mais de 1000 Kyber Bricks (usados para fazer upgrade aos nossos personagens) á espera para serem encontrados. Todos eles, requerem um pouco de atenção, astucia e destreza para serem obtidos, até porque se encontram muitas vezes escondidos em locais pouco acessíveis ou protegidos por barreiras que têm de ser levantadas.
Com efeito, são centenas de pontos de interesse espalhados por esses locais todos e, um jogador mais perfeccionista terá aqui muitas horas para os "limpar" todos.
Convém referir a este ponto, até porque o jogo se trata de uma experiência para toda a família (do mais novo ao mais velho) que LEGO STAR WARS The Skywalker Saga não é um jogo difícil. Na realidade até se pode considerar relativamente fácil.
Galáxia rica e viva, com extrema atenção ao detalhe
Com esta mecânica de open-world, o jogo consegue ser divertido para um fã de Star Wars pois, além de permitir acompanhar as histórias dos filmes, permite ainda aos jogadores a construção das suas próprias aventuras nos diferentes locais dos filmes.
Não existe uma clara obrigatoriedade de respeitar o objetivo principal, sendo que o jogador pode simplesmente optar por "se perder" nos locais que está a visitar e ir coletando colecionáveis, embarcar em missões secundárias ou apenas destruir tudo o que é feito de LEGO para obter moeda para aquisição de novas naves (ou rumores).
Cada episódio apresenta 5 missões para serem completadas, que terão de intercalar o conteúdo principal daquele Episódio. Como se torna óbvio, não seria possível apresentar todo o conteúdo de cada um, pelo que a TT Games conseguiu otimizar, fazendo muito bem a ponte entre o que se passa no jogo e o resto da história que não aparece.
Tal como referi quanto ao ponto de origem do Modo História, também neste capitulo existe uma decisão algo polémica. Isto porque para se completar algumas dessas missões secundárias ou se obter alguns desses colecionáveis, existe a necessidade de um personagem que pode ser que ainda não desbloqueámos. Isto faz com que o jogador tenha obrigatoriamente de recorrer ao Modo Livre para voltar a esses locais e vasculhá-los todos novamente.
Longevidade aumentada pelos inúmeros desbloqueáveis que requerem determinado personagem só desbloqueado mais adiante
Fantástico trabalho gráfico que consegue misturar elementos LEGO com Star Wars com uma qualidade superior
Não posso deixar de realçar a estrondosa categoria gráfica que fazendo com que The Skywalker Saga apresenta. Tendo em atenção que se trata de um jogo LEGO, existem cenários o locais por onde passamos que, quando não são feitos de LEGO, estão extremamente imponentes e com o claro toque Star Wars.
E além disso, cada local encontra-se adicionalmente preenchido com a ação e dia-a-dia dos seus habitantes nas suas lides. Existe aquela sensação de que não são apenas cenários para o jogo, mas locais vivos e preenchidos com alma.
É claro que isso é extensível aos personagens também, cujos clones LEGO estão sublimes, numa perspectiva LEGO. Pormenores como os totós de Leia, o bigode de Lando ou a covinha de Han Solo são pormenores que, estando no jogo, lhe dão algo mais... outro carisma.
Graças ao sistema de classes que a TT Games incluiu no jogo (que sinceramente parece algo desnecessário), os principais heróis (uma das classes) do jogo, como Leia ou Luke, por exemplo, podem mesmo disfarçar-se de adversários. Tal como aconteceu nos filmes, podem chegar a vestir a farda de Stormtrooper.
Sistema de Classes algo secundário
Essas classes servem acima de tudo para se poder fazer upgrade às habilidades de cada membro da classe, em vários aspetos (saúde, ataque,...). Uma vez que o jogo é bastante acessível e pouco difícil, não será algo de crucial, mas convém fazer pois em alguns casos pode ser o necessário para fazer um dos personagens atingir um determinado local mais inacessível.
Sabres de Luz, Pistola Laser ou o velhinho punho
O combate de LEGO STAR WARS The Skywalker Saga é, à semelhança do resto do jogo, simples e acessível.
E de tanta simplicidade, acaba também por se revelar, extremamente satisfatório. Em certa medida, pois permite-nos momentos de ação empolgantes e bem divertidos mas sem uma complexidade extrema que destoaria com o resto do jogo.
Cada personagem, tal como nos filmes, tem as habilidades especificas e usa as suas armas próprias. Han Solo usa a pistola laser, Rey usa o Sabre de Luz, Obi Wan Kenobi usa a Força, Chewie usa a besta dos Wookies, e por aí adiante.
Isso faz com que o uso de cada personagem seja uma experiência diferente e com efeitos distintos quando em combate. E, uma vez que podemos mudar de herói em tempo real no decorrer dos combates, o jogo incentiva claramente a experimentar cada um.
Devo confessar que o uso da Força, que permite aos JEDI levitarem objetos (e outros personagens), é por vezes confuso, em particular pelo facto do jogo decorrer na terceira pessoa.
Mas além do uso de armas cada um tem ainda o potencial para usar ataques corpo-a-corpo (até podemos fazer rasteiras aos Stormtroopers) e algumas combos foram acrescentadas, dando ainda mais moedas por inimigos derrotados. Nada de demasiado exigente nem que leve a button smashing, sendo perfeitamente natural no decorrer do combate. E divertido também, pois alguns desses ataques levam a desfechos bem engraçados...
Nota de relevo, o facto dos robots (BB-8, R2D2, 3CPO) também têm possibilidade de atacar com golpes relativamente ligeiros.
Existe a possibilidade de usar objetos e barreiras como esconderijos mas, não se esqueçam... estamos a falar de um jogo de LEGO e como tal, nenhum desses esconderijos dura para sempre...
Por seu lado, os inimigos tentam proteger-se, ou mesmo bloquear os nossos ataques pelo que o combate em si, não sendo difícil nem demasiado exigente, acaba por requerer alguma atenção.
Combates espciais
Para rodos os verdadeiros fãs de STAR WARS, há algo que será impossível pensar não estar presente: combates espaciais.
LEGO STAR WARS The Skywalker Saga não desilude neste capitulo e, apesar de faltarem alguns combates mais colossais, existem vários confrontos espaciais para nosso deleite.
E se tivermos em conta que vamos podendo adquirir/desbloquear várias das naves mais icónicas do universo STAR WARS a emotividade é ainda maior.
O controlo das naves é relativamente simples mas ainda necessita de algum tempo para ser dominado. Após o controlo perfeito dos controlos das diferentes naves que podemos usar, os combates tornam-se bastante empolgantes e emotivos, com uma sucessão de caças e outras naves a zumbirem aos nossos ouvidos.
Os principais combates encontram-se presentes com particular destaque, claro, para a secção do ataque à Estrela da Morte, pela parte de Luke Skywalker.
A importância de cada personagem vai, tal como referi mais acima, muito além do combate. Isto pois as habilidades de cada um, são importantes noutros aspetos, tais como dialogar com habitantes locais, desbloquear acessos a zonas fechadas. Por exemplo, 3CPO é um droid que nos permite perceber e interagir com outros droids e certos habitantes.
Essas interações, sejam com objetos, com outros personagens, com droids... nem sempre serão imediatas de perceber mas, para ajudar os jogadores, o jogo dá-nos dicas acerca da melhor personagem para essa interação.
E isso vem novamente da orientação que LEGO STAR WARS The Skywalker Saga apresenta de se tratar dum jogo extremamente acessível e para ser jogado por toda a família, do mais velho, ao mais novo.
Existem personagens que, além dos seus ataques, possuem ainda outras ferramentas extremamente úteis para o jogo. BB-8 tem um gancho que permite aceder a locais altos, Rey usa um planador para planar para locais altos. Existe muita diversidade no jogo para manter os jogadores interessados e atentos, até mesmo porque muitas vezes, é realmente estar atento para ultrapassar determinado obstáculo.
Podemos jogar com qualquer um dos personagens principais (e não só) dos 9 filmes
Tal como noutros jogos LEGO, o humor e boa disposição encontra-se presente e reinante em The Skywalker Saga. Sendo apenas pena o facto de não haver localização para português, existem vários momentos em que a gargalhada é impossível de conter. Tiradas como "Sou alérgico a Wookies" gritado por um oficial do Império enquanto foge do Chewie repetem-se um pouco por toda a Galáxia.
No capitulo sonoro o jogo está francamente bom. Se no que respeita à banda sonora, LEGO STAR WARS The Skywalker Saga tem tudo o que seria exigível, quanto às vozes, as coisas estão um pouco diferentes.
Apesar do bom trabalho feito pelos atores que deram voz aos personagens do jogo, nota-se a que algumas são demasiadamente diferentes dos atores dos filmes. Não belisca em quase nada a experiência do jogo mas deixa uma ligeira sensação agridoce.
Por sua vez, os diálogos são, em muitos casos, retirados diretamente dos filmes mas apresentando certos toques LEGO-style. Ou seja, em muitas ocasiões, podemos assistir a um diálogo que nos relembra claramente determinada cena do filme, mas que é logo compensado com uma tirada qualquer hilariante, tão típica dos jogos LEGO. O sentido de humor no jogo é fantástico.
Por fim, referir o tradicional posicionamento da câmara que, pelo facto do jogo ser na terceira pessoa e passar para cima do ombro quando fazemos pontaria, adopta por vezes posições pouco práticas. Isto acontece, particularmente em locais apertados deixando-nos sem a noção correta do espaço ou da ação que temos de efetuar.
Acessível para todos os jogadores e de todas as idades, LEGO STAR WARS The Skywalker Saga é uma aventura para toda a família.
Contando com todos os Episódios da saga STAR WARS como pano de fundo e principais momentos altos, é um jogo que coloca nas mãos dos jogadores todos os principais personagens, numa aventura que tem muito mais por descobrir que a história dos filmes.
Contando com toda a boa disposição e humor característico dos jogos LEGO, é apenas pena que não disponha de localização pra português, sendo no entanto fácil de recomendar a todos os fãs de STAR WARS e que apreciem estas dinâmicas com a LEGO.
Este artigo tem mais de um ano
Para quem gosta da saga, é em jogo a não perder!
Graficamente está muito bom, mas para já estou a achar a jogabilidade muito fraquinha. Tudo muito fácil, ao contrário de outros jogos Lego onde os puzzles são bem mais difíceis e divertidos. Houve níveis onde basicamente foi caminhar em frente e dar 2 ou 3 disparos.
Sinais dos tempos? A malta mais nova não parece gostar de puxar pela cabeça…
Estou q jogar o jogo e estou a gostar.
Só ainda não percebi como aceder ao conteudo extra do deluxe edition.
Não acho isso de não ter em português um ponto fraco, de certeza que se metessem português seria o português brasileiro, como muitos jogos fazem infelizmente
Eheh, não achas um problema, mas acabas a dizer “infelizmente”.
Já agora o jogo está em Brasileiro.
Comprei, mas ainda não joguei falta de tempo.