Análise Ghost of Tsushima (Playstation 4)
Avizinham-se tempos bastante mexidos e frenéticos! Com o aproximar das datas de lançamento das nossas consolas: Playstation 5 e Xbox Series X, antecipa-se um final de ano bastante emocionante.
Coincidência (ou não), num curto espaço de tempo foram lançados dois jogos 'cabeça de cartaz' exclusivos para a consola da Sony. Primeiro foi The Last of Us e de seguida, Ghost of Tsushima.
Desenvolvido pela Sucker Punch, Ghost of Tsushima retrata um Japão 'Feudal' ameaçado por uma tentativa de invasão mongol.
O Pplware já se juntou à luta contra as forças mongois e já experimentou Ghost of Tsushima.
Uma história do Extremo Oriente
Historicamente, a ilha de Tsushima foi palco de diversas tentativas de invasão por parte dos exércitos mongóis. Uma vez que se localiza no estreito entre a Coreia do Sul e o Japão, é uma localização estratégica de grande importância para quem quisesse invadir o País do Sol Nascente. Invariavelmente, os mongóis nunca conseguiram concretizar tal invasão.
Ghost of Tsushima retrata precisamente uma dessas tentativas mongóis. Cabe ao jogador impedir a invasão.
O Último Samurai
O jogador encarna a pele de Jin Sakai, o último Samurai de Tsushima.
Após o assalto inicial dos mongóis, os Samurais de Tsushima organizam um ataque frontal contra os milhares de soldados que desembarcam na praia. Contra um ataque tão poderoso, são esmagados e Jin Sakai e o seu tio (Lorde Shimura) são os únicos que sobrevivem. Shimura é aprisionado pelos invasores e Jin é salvo por Yuna (uma 'ladra' que o salva com segundas intenções).
Jin Sakai sabe que para impedir a invasão total da ilha e posterior ataque ao Japão, tem de libertar o tio e no primeiro Ato do jogo, é precisamente esse o seu objetivo.
A Aventura por Terras de Tsushima
No entanto, Sakai não conseguirá fazê-lo sozinho e ao longo do jogo, vai ter de percorrer a ilha e concretizar variadas missões com o objetivo de obter aliados na sua demanda. Ao mesmo tempo que o faz, também se vai gerando uma lenda em seu redor... a Lenda do Fantasma!
A descoberta da Ilha de Tsushima é um dos pontos centrais do jogo. Não só pela quantidade de missões, pontos de interesse, que se encontram, mas também pela extraordinária beleza que a ilha apresenta.
Graficamente o jogo encontra-se um assombro e ao longo de Tsushima, podemos encontrar variados tipos de ambiente, desde maciços montanhosos, pradarias com flores violetas ou flores brancas, arrozais, florestas densas, praias com aldeias piscatórias, rios com aldeias nas margens, pântanos no Norte...e tudo com vida e com credibilidade.
Pormenores como a lama nas roupagens, o nevoeiro, o sangue a espirrar, o vento nas árvores, o mar, os animais...
Efeitos como o pôr do sol criam cenários de tremenda beleza na ilha de Tsushima
E é precisamente nesses locais (e pelas estradas) que vamos encontrando dezenas de habitantes da ilha que nos vão dando, por um lado, um feedback sobre a ilha e a invasão dos mongóis, ou, por outro lado, nos vão contando muito folclore e lendas da região. Tenho de confessar que não procurei a veracidade da maior parte dessas lendas, mas muitas existem e fazem parte do misticismo da região.
Esses habitantes que vamos encontrando servem também para nos dar dezenas de missões paralelas o que nos faz viajar por todos os cantos da ilha. São dezenas (para não dizer mais) de missões e, quem for perfecionista terá aqui mais de 70 horas de jogo, se somarmos a campanha principal com todas estas campanhas adicionais e também um pouco de exploração.
Explorar é quase imperativo. Além da beleza natural que a Sucker Punch implementou no jogo, existem inúmeros pontos de interesse espalhados pelo terreno e que merecem o tempo investido para os encontrar. Será um crime jogar este jogo sem explorar cada canto da ilha de Tsushima.
E nem é preciso muito esforço para os encontrar pois o jogo, de uma forma algo facilitadora, apresenta várias formas de levar o jogador até esses locais. Por um lado existe o Vento Guiador, que pode ser invocado com apenas com um deslizar do dedo no botão central do Dualshock, e que nos indica a direção (sem necessidade de aceder ao mapa). Por outro lado, existem pássaros dourados na ilha que se seguirmos, iremos encontrar alguns desses locais.
Lutar ou Morrer em Tsushima
Em Tsushima, a luta é intensa. Uns lutam por conquistar e outros (nós e os nossos aliados) lutamos por liberdade. No entanto, quanto a morrer a história é outra. Isto, pois o nosso herói não morre, apenas faz reload. Aliás, um dos aspetos mais fantasiosos do jogo passa pelo facto de um só homem, apesar de ter alguns aliados em certos momentos, conseguir destroçar uma invasão mongol.
Existe um conceito em Ghost of Tsushima importante neste aspeto: Determinação. A Determinação adquire-se com os feitos em combate (impulsionados por vezes pelos amuletos usados) e que, quando temos pouca energia, nos permite recuperar alguma. São umas bolas amarelas, localizadas por cima da barra de saúde, no canto inferior esquerdo e podem ser usados também para ataques Míticos.
Jin Sakai é um Samurai mas, para enfrentar um inimigo tão numeroso, vai ter de aprender a lutar de outra forma, menos 'honrada'
Bem, mas Jin Sakai é um Samurai e como tal é um guerreiro formidável. E mais formidável se vai tornando à medida que vai evoluindo no jogo. Isto pois, à medida que vamos completando missões, descobrindo pontos de interesse ou eliminando inimigos vamos também ganhando Pontos de Técnica. Esses Pontos de Técnica permitem a Jin evoluir as suas artes.
Existem 3 categorias principais de combate que podemos evoluir:
- Arte do Samurai - corresponde a determinadas habilidades do Samurai, de Deflexão (defesa de ataques), Evasão (manobras evasivas), Artes Míticas (ataques especiais) e Exploração (habilidades de explorar Tsushima)
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Posturas - existem 4 posturas que Jin pode usar em combate e que lhe darão vantagens sobre diferentes tipos de inimigos.
- Postura da Pedra - útil contra inimigos armados com espadas
- Postura da Água - útil contra inimigos que usem escudos
- Postura do Vento - útil contra lanceiros
- Postura da Lua - útil contra inimigos com armaduras mais possantes
- Artes do Fantasma - armas e táticas usadas por Jin, enquanto 'Fantasma de Tsushima', como por exemplo, Bombas de Fumo ou Espanta-Espíritos.
Todas estas categorias e sub-categorias têm variadas habilidades para desbloquear e evoluir e, sendo cada uma útil em determinadas circunstâncias, acabam por ser importantes no desenrolar do jogo.
Um aparte pessoal para os Kunai. Tratam-se de uma das armas do Fantasma e são semelhantes a Shurikens. Uma vez que são úteis para desnortear e ferir inimigos, gosto bastante de usá-los como cartões de apresentação nos combates.
Armas e Combate
Tal como referi, Jin Sakai consegue usar um grande número de armas e acessórios de Fantasma (Kunai, Bombas Pegajosas...). No entanto, e sendo um samurai, existem outras mais tradicionais que não poderiam faltar: arcos que podem ser longos ou curtos, a Katana de samurai ou a Tanto Sakai, uma lâmina curta para assassinatos.
No entanto, caso seja necessário, a meio do combate também pode praticar algumas artes marciais em combos que fluem na luta.
Não são muitas as armas, mas são as essenciais para um Samurai e para a retoma de Tsushima. Contudo, nem sempre o combate é o meio mais adequado, podendo o jogador optar por completar as missões de variadas formas. Ou uma postura mais agressiva e entrar em confronto, ou então de forma mais esquiva tentando passar despercebido e aniquilando os inimigos pela calada. E assim vai-se criando a fama do Fantasma de Tsushima.
Todos os locais, por onde passamos, oferecem inúmeras opções táticas para passarmos despercebidos, sendo uma questão de opção. Arbustos, ervas altas, paredes, edifícios, ravinas...
Amuletos
Meditar, Refletir e Observar
São variados os pontos de interesse espalhados por Tsushima, além dos obrigatórios para completar as missões. Aliás, neste capitulo o jogo tenta criar um certo equilíbrio entre a ação e uma componente mais metafisica, tradicional daquela região do globo.
Sendo um Samurai, Jin teve uma aprendizagem segundo certos valores como a honra e a frontalidade. De forma a ultrapassar um inimigo tão numeroso, Jin tem de aprender a ser esquivo como a noite e daí o ser chamado de Fantasma. No entanto, essa forma de agir vai de encontro aos ensinamentos dos Samurais e ao longo do jogo vamos sentindo um pouco dessa angústia intima de Jin.
As vozes de Ghost of Tsushima
Ghost of Tsushima pode ser jogado na íntegra em português (tanto áudio como legendas) e, nunca é demais enaltecer, o trabalho de vozes está muito bom. Talvez não consiga chegar à emoção de The Last of Us 2, mas trata-se de um jogo diferente e com necessidades diferentes.
No entanto, uma das coisas que mais me surpreendeu é o facto de podermos escolher tanto o idioma das legendas como o do áudio. Isto faz com que se possa ouvir os diálogos em japonês (pessoalmente gostei mais) e ter as legendas em português.
No entanto, consegue-se perceber que os movimentos faciais das personagens foram feitas para o inglês, pelo que, quando escolhemos outro idioma para o áudio, é comum os movimentos dos lábios não coincidirem com os sons. Mas trata-se sem dúvida de um pormenor...
Veredicto
Ghost of Tsushima reproduz um Japão místico e lendário como ainda não foi representado num videojogo antes. Envolvente e com uma narrativa interessante, o jogo tem muito mais para oferecer que o mero combate. Tem exploração, tem um pouco de História, tem meditação e tem uma beleza impar da Ilha de Tsushima.
Ghost of Tsushima é uma obra de arte que merece ser jogada até ao último segundo. Obrigatório!
Este artigo tem mais de um ano
“tempos mechidos e freneticos”… isto ate parece promocao a patuscada da comporta…
de resto muinto bom artigo parabems
Este é um seério candidato a GOTY.
Só pela temática que adoro vale bem a pena.
Mas numa prespectiva realista não apresenta nada que AC não tenha já mostrado igual ou melhor.
O combate é muito melhor que qualquer assassin´s creed, no entanto o stealth é manhoso.
Quanto a exploração é mediano quando comparado a Witcher.
Tenho pena de ter sido lançado depois de Last of Us, é um pouco ingrato, porque aquele nivel de animação facial, narrativa e atuação deixa tudo o resto a parecer um jogo da última geração.
Um jogo da última geração não corresponde ao que de mais recente se faz? Senão seria da penúltima geração…
Days Gone manda um abraco