Análise Doom Eternal (Xbox One)
Este ano marcou o regresso de um peso pesado no que respeita a videojogos. Refiro-me a este DOOM Eternal, um jogo que vem de uma linhagem de respeito e que chegou agora às consolas de última geração.
Os exércitos do Inferno encontram-se novamente a tentar invadir a Terra e o Pplware já se associou ao Doom Slayer e entrou na luta.
Com o selo de qualidade da id Software, DooM Eternal foi um dos jogos que mais expectativas gerou até ao seu lançamento. Tendo DooM como sua pesada herança a respeitar, será que Eternal conseguiu atingir o nível exigido?
De relembrar que o DooM (original) foi um dos marcos dos videojogos na altura em que foi lançado (no final do século passado) tendo sido pioneiro em muitas das features que hoje em dias temos como garantidas nos shooters modernos.
Em DooM Eternal, a Terra encontra-se invadida pelas Forças das Trevas e cabe ao DooM Slayer a derradeira luta contra as hostes do Inferno e a salvação do pouco da humanidade que resta.
O Doomguy está de regresso, com forças e equipamentos redobrados!
Com o seu forte localizado num castelo em órbita da Terra (a Fortress Doom), o jogador parte para diversas missões no planeta com o objetivo de eliminar os Priests of Doom e evitar a destruição da Humanidade. A Fortress é também o hub onde o jogador regressa após cada missão e onde pode investir os despojos encontrados em upgrades para as suas armas, equipamentos ou habilidades.
Armas, Armadura e Porte Atlético
E isto, pois neste regresso às lides, o Doom Slayer surge com uma renovada logística de armas, munições, equipamentos e respetivos upgrades.
Ao longo de DooM Eternal o jogador vai amealhando Weapon Points (permitem instalar Mods nas armas), Mastery Points (upgrades para armas), Suit Points (upgrades para o Praetor Suit) e Sentinel Bateries (desbloqueia novas áreas e equipamentos na Fortress od Doom).
Os Mods que vamos instalando nas armas são extremamente importantes à medida que avançamos e possibilitam diferentes estratégias para enfrentar os variados demónios que nos são atiçados. O próprio jogo acaba por nos dar dicas úteis sobre esse uso, mas a melhor parte cabe ao jogador descobrir.
Um aparte para a Fortress of Doom que é gigantesca e merece a pena ser explorada, pois, não só esconde secções importantes para o jogo, como é de louvar o trabalho artístico levado a cabo para a sua criação.
O fabuloso trabalho gráfico repete-se ao longo do jogo, o que faz com que DooM Eternal a nível gráfico seja um assombro. Existem situações em que quase que só falta o cheiro para nos sentirmos dentro dos cenários do jogo (por exemplo, quando estamos nas entranhas dum super demónio caído em combate).
Gráficos de DooM Eternal
E por falar em cenários, de louvar o facto da id Software ter permitido uma certa liberdade aos jogadores. Não deixando de existir um percurso pré-definido, este apresenta diversificação nas opções que oferecem ao jogador. Por exemplo, as arenas onde os principais combates se passam são grandes e cheias de pontos altos, plataformas, pilares, esconderijos... muito bem desenhadas e não demasiado claustrofóbicas.
E acreditem que esta sensação de liberdade é importantíssima em DooM Eternal. Isto, pois, no jogo, a sobrevivência consiste num equilíbrio bastante delicado entre poder de fogo, uso das capacidades atléticas e reflexos.
Sim, se ter um bom armamento e uma boa armadura é importante, mas de pouco servirão se não os soubermos usar em coordenação com uma movimentação rápida e habilidades atléticas.
Ação Visceral
Creio que já começam a perceber. DooM Eternal é um shooter extremamente intenso e furioso onde a rapidez de reflexos aliada à rapidez de raciocínio são a chave para se evitar perdas de vida.
A ação de DooM Eternal é uma descida ao Inferno numa vertigem galopante de chacina e demembramentos
É, convém deixar bem claro, um jogo exigente que nos leva ao desespero em muitas ocasiões, mas que, por outro lado, quando as passamos sente-se uma genuína sensação de alívio e de missão cumprida.
O jogo encontra-se identificado como PEGI 18, convém referir. E isso é visível em todo o jogo, desde o primeiro minuto.
Desde o primeiro momento do jogo, somos responsáveis por algumas das mais aliciantes e empolgantes sessões de desmembramento que um jogo já nos ofereceu. São deliciosos os pormenores que a id Software desenvolveu os demónios, de forma a poderem ser desmembrados gradualmente, consoante o dano e isso é (perdoem-me) um regozijo de se ver.
Ah, e não se esqueçam da nossa amiga moto-serra que é uma ferramenta que promove alguns Glorious Kills simplesmente brutais. São momentos pelos quais todos os jogadores de Doom Eternal esperam enquanto se encontram em combate a merecem bem a pena. Apesar de correrem o risco de se tornarem um pouco repetitivos, nada é mais gratificante que arrancar um olho dum Cacodemon e vê-lo assim prostrado às nossas mãos.
E importante... cada um tem os seus pontos fortes e ponto fraco. Por exemplo, os chatos Arachnotron, parecem um escorpião com a sua pinça. E é precisamente essa pinça que convém desabilitar primeiro antes de encetar um combate mais próximo. Nada como uma sticky bomb para a desabilitar. Ou congelá-lo primeiro e depois gastar um carregador de metralhadora até se estilhaçar.
Mas atenção. Mesmo nos modos de dificuldade mais modestos, as munições são escassas, sendo apropriado dizer que "cada bala, tem de contar" por isso o jogador não só terá de as poupar como de as saber usar contra os inimigos certos.
DooM Eternal é completamente viciado num ritmo de chacina fantástico.
De forma a manter um certo equilíbrio no ritmo da carnificina, são-nos apresentadas de tempos a tempos algumas cutscenes contextuais. Esta é uma jogada inteligente para evitar overburn dos jogadores e dos próprios comandos da consola, e que permitem diminuir um pouco o ritmo cardíaco.
Mais acima referi que o jogador terá de saber dosear o uso de armas com as capacidades atléticas do DooM Slayer. Essas habilidades incluem duplo salto, salto ou duplo dash (e em pleno ar) ou uso de gancho para nos prendermos (a um demónio). São inúmeras as situações em que o jogo exige o uso destas habilidades encadeadas.
Neste contexto poderia ser útil a possibilidade de usarmos objetos e paredes como escudo para nos escondermos e ripostar em segurança.
Como curiosidade final, uma palavra para o Mapa 3D que é de uma extrema ajuda e que os jogadores terão também de saber usar. Até mesmo quando repetirem as missões para apanhar algum colecionável que ficou esquecido.
Por fim, a banda sonora que está brutal e acompanha todo o frenesim de carnificina com um metal à maneira (tal como referimos aqui).
Jogo exigente que apela ao melhor shooter que há em nós
Na sua essência, Doom Eternal segue perfeitamente as pisadas do Doom original. Uma jogabilidade direta e straight forward, sem muitos momentos mortos e raríssimas cutscenes que quebrem a intensidade e muitos, mas mesmos muitos confrontos. Não posso deixar de pensar em como seria avassalador um modo campanha em coop...
Veredicto:
A id Software não brincou em serviço e DooM Eternal é um jogaço. Desafiante quase chegando ao ponto de desespero, mas extremamente gratificante quando se atinge o objetivo, Eternal não ofusca em nada o ADN DooM e abre perspetivas para um futuro risonho.
Jogo obrigatório para todos os fãs de DooM ou mesmo para todos os fãs de shooters rápidos, viscerais e que apelem a todos os seus sentidos. DooM está de volta!
Este artigo tem mais de um ano
e acabar o jogo em 27m ???? isso é que é obra 😛
Coop na campanha?
Hell, to the, naahh
RIP AND TEAR