Análise DJI Spark – O drone dos gestos e das selfies
Quando pensamos em drones associamos sempre a uma aeronave algo volumosa que carece de algum espaço para transportar. Depois de apresentado o Mavic Pro, que já permite uma boa mobilidade, chega agora um drone ainda mais pequeno da mesma marca, o DJI Spark.
Durante os últimos dias tivemos a oportunidade de testar este pequeno drone e o seu controlo por gestos.
Nos últimos anos, a DJI tem sido uma das marcas que mais tem impulsionado o mercado dos drones. Depois de ter lançado o Mavic Pro, um drone bastante completo e compacto, a marca chinesa voltou a inovar, apresentando um drone ainda mais pequeno que promete muitas horas de diversão.
O DJI Spark apresenta-se como um drone muito compacto e leve, podendo-se considerar um selfie drone, que permite ser controlado por gestos, ao estilo Jedi. Este drone permite ser transportado para qualquer lado, sendo fácil de guardar numa mala ou, caso seja relativamente grande, até mesmo num bolso.
1. Características gerais
Depois de desafiar a mobilidade no mundo dos drones com o lançamento do Mavic Pro, no ano passado, que já tivemos o prazer de analisar, não se esperava que fosse possível reduzir ainda mais o tamanho, pelo menos num futuro próximo. Mas, na verdade, a DJI voltou a surpreender, lançado o DJI Spark, um drone mais pequeno que o Mavic Pro, mas que mantém grande parte das suas vantagens.
O DJI Spark apresenta-se como um drone fácil de usar e com um conceito de “Mini Camera Drone”, capaz de descolar da palma da mão e registar rapidamente momentos especiais da sua vida. Além disso, é fácil de transportar quer pelo seu tamanho, como pelo seu peso de 300 gramas.
Embora a resolução de gravação máxima tenha sido reduzida para os 1080p, o DJI Spark está equipado com uma câmara com sensor CMOS 1/2.3″ de 12 MP, o que acaba por não afetar muito a qualidade final dos vídeos captados. O Gimbal mecânico é de apenas 2 eixos, uma clara regressão quando comparado com o Mavic Pro, mas é suportado pela tecnologia UltraSmooth que promete reduzir a vibração na gravação.
Tal como já nos tem acostumado noutros drones, a DJI equipou o Spark com algumas das melhores tecnologias do momento como o Flight Autonomy System composto por uma câmara principal, um sistema de visão voltado para baixo, um sistema de sensores 3D frontal, GPS dual-band, Glonass, um medidor de inércia de alto desempenho e 24 cores para processamento. Este sistema permite ao Spark subir até aos 30 metros, com a ajuda do sistema de visão assistida e um reconhecimento de obstáculos pela parte frontal até uma distância de 5 metros.
Este drone tem uma autonomia de voo de 16 minutos, atinge, em modo Sport, uma velocidade de 50 Km/h e permite transmitir em FPV com qualidade de 720p num raio de cerca de 500m pelas normas CE.
Especificações
- Peso: 300g
- Dimensões recolhido: 143×143×55 mm
- Exigência na utilização: Iniciado/intermédio
- Bateria: 11.4 V 1480 mAh
- Autonomia aproximada: 16 minutos
- Velocidade máxima: 50 km/h (em modo desportivo)
- Alcance máximo do comando (normas CE): 500 m (sem interferências)
- Câmara: 1/2.3" CMOS 12 MP
- Resolução máxima de fotografia: 3968×2976
- Resolução máxima de vídeo: 1920×1080 30p
- Preço do drone em Portugal: ~500€ (sem comando)
2. DJI Spark
Sendo o rosto da aposta na mobilidade e nos segmentos mais baixos, o DJI Spark apresenta-se como o drone mais pequeno e leve da DJI, tornando muito mais fácil o seu transporte. Este drone está disponível em várias cores como branco, vermelho, amarelo e azul.
No kit que recebemos, além de um DJI Spark branco, vinham também duas baterias, uma hub de carga e os protetores das hélices. Infelizmente, o comando ainda não estava disponível para teste.
Na frente do Spark podemos encontrar uma barra com sensores e a câmara de 12 MP, acompanhada de um gimbal. Na parte de trás está localizado o botão para ligar e desligar, os LEDs indicadores de bateria e, num compartimento por baixo da palavra Spark, o conector micro-USB e a ranhura para o cartão microSD. Por baixo temos mais alguns sensores e uma câmara secundária.
Comando
Embora não estivesse disponível para analisarmos, o comando não vem incluído no pack base do drone, sendo preciso comprar à parte ou no pack "Fly Combo More".
O comando oferece um controlo mais preciso e oferece uma extensão do alcance para os 500m, ao contrário dos 100m do Wi-Fi, além de permitir voar mais rápido e em modo sport.
O comando apresenta algumas parecenças com o do Mavic Pro, tendo sido apenas retirado o ecrã.
3. DJI GO 4 - A app para controlar o drone
Na ausência do comando, apenas existem duas maneiras de controlar o drone, pela aplicação mobile DJI GO ou por gestos. Embora existam duas aplicações oficiais, para controlar este drone deve instalar a aplicação "DJI GO 4 -- For drones since P4".
Para controlar o drone é necessário conectar o dispositivo móvel ao hotspot Wi-Fi do Spark, estando a password na caixa do drone ou no compartimento da bateria. Inicie posteriormente a aplicação, que deverá reconhecer o Spark automaticamente, e carregue em "Enter Device".
De seguida, entrará na aplicação, que apresenta apenas algumas diferenças em relação à do Mavic Pro, embora a base e o funcionamento seja em tudo idêntico.
O controlo do drone tem de ser feito através dos comandos no ecrã, sendo necessário treinar a ganhar prática neste tipo de controlo. Algo que não gostei foi da necessidade de carregar num botão para controlar a câmara, não sendo possível movimentar a câmara e o drone ao mesmo tempo.
Através da aplicação podemos controlar todos os parâmetros associados ao voo e à gravação. É também através das opções de voo inteligente que se podem selecionar os diferentes modos de gravação.
4. Controlo por gestos
A grande novidade introduzida no DJI Spark foi a possibilidade de controlar o drone por gestos, muito ao estilo de um Jedi no Star Wars.
Para iniciar este modo basta apenas ligar o drone, carregar duas vezes seguidas no botão de ligar e apontar o Spark para a face do piloto. A câmara vai subir e descer, vai reconhecer o piloto e, após um reconhecimento positivo sinalizado com uma luz verde, o drone irá levantar voo. De seguida basta só estender a palma da mão, esperar que o drone reconheça (novamente identificado pelas luzes verdes) e movimentar a mão para os lados para que o drone acompanhe o movimento da mão. Existe ainda a possibilidade de, como um acenar da mão em sinal de despedida, mandar o drone afastar-se para, posteriormente, tirar uma fotografia fazendo um gesto específico para esta ação.
Embora este sistema seja bastante inovador e divertido, tal como já me tinha apercebido na apresentação em Paris, ainda está a precisar de uns bons ajustes, com o sistema ainda a estar um pouco verde.
Durante o controlo com gestos, o drone ainda perde muitas vezes a palma da mão, especialmente se o movimento for um pouco mais rápido, assim como é difícil o reconhecimento, por parte do drone, do gesto para se afastar. Já em Paris não tinha conseguido mandar afastar o drone, tal como outras pessoas que estavam presentes, onde até o próprio piloto da DJI que nos acompanhava não o conseguiu. De qualquer maneira é um modo que tem muito potencial e tenho a certeza que, nos próximos tempos, a DJI irá tentar melhorar ao máximo esta função.
Para quem pretende tirar umas selfies ou mesmo mostrar aos amigos esta funcionalidade, é algo muito divertido e que cativou a atenção de várias pessoas enquanto testava, que me pediram também para tentar.
5. Câmara
O DJI Spark traz uma câmara de 12 MP 1/2.3" CMOS, com capacidade de gravação em 1080p/30 fps, que já permite captar umas boas imagens.
Um dos pontos positivos que aponto a esta câmara, é o gimble que o acompanha. Dado que o drone é pequeno e leve, tem alguma resistência a manter-se imóvel no ar quando está algum vento. No entanto, embora o drone se movimentasse bastante, o gimble conseguiu compensar os movimentos, tornando possível captar imagens muito estáveis, tendo em conta as condições adversas.
A nível de qualidade, claro que será inferior aos restantes modelos da marca chinesa, no entanto, não se acanha pelo seu tamanho e oferece uma boa qualidade.
A acompanhar o controlo por gestos, a DJI introduziu também novos modos de voo inteligente (modo rocket, Dronie, Helix e Circle).
De seguida deixo-vos algumas imagens captadas com o DJI Spark:
6. Autonomia
Tendo em conta as reduzidas dimensões deste drone, um dos pontos que foi claramente prejudicado foi a autonomia. Enquanto os modelos maiores rondam os 25 minutos de voo, cada bateria do Spark apenas permite cerca de 15 minutos de voo. Para compensar este problema, a DJI já envia 2 baterias junto com o drone, perfazendo assim os 30 minutos de voo que se consegue com os outros drones.
A nível de carregamento, nós tivemos a hipótese de utilizar o hub de carga, que permite ter as baterias carregadas em cerca de uma hora.
7. Legislação
Dado que o DJI Spark pesa 300 gramas, já não é considerado uma aeronave brinquedo. Tal como todas os drones, o controlo do Spark rege-se por um regulamento que enuncia as regras de voo.
Para evitar problemas e situações desagradáveis para o piloto, recomendamos que siga as leis existentes para este tipo de atividade:
- Assegurar de que o drone está em perfeitas condições
- Seguir as instruções de segurança do fabricante
- Manter o contacto visual com o drone ao longo de todo o voo
- Voar só com boa visibilidade e boas condições meteorológicas
- Se avistar uma aeronave tripulada, deve desviar-se e dar-lhe prioridade
- Respeitar a privacidade de todas as pessoas
- Manter uma distância segura de pessoas e bens, de forma a evitar danos causados pelo drone. Para aeronaves brinquedo a distância mínima é de 30 metros.
- Não sobrevoar concentrações de 12 ou mais pessoas
- Não voar sem autorização da ANAC para drones que pesem mais de 25 kg.
- Não realizar voos noturnos, além da linha de vista ou acima dos 120 metros sem autorização da ANAC
- Não sobrevoar áreas restritas, proibidas, perigosas, reservadas ou temporariamente reservadas
- Não sobrevoar zonas de sinistro onde estejam a decorrer ações de proteção e socorro sem autorização do comandante de operações
- Não voar acima das alturas definidas nas áreas de proteção operacional dos aeroportos nacionais sem autorização da ANAC
- Não realizar fotografia ou filmagens aéreas sem contactar previamente a Autoridade Aeronáutica Nacional – Força Aérea
- As aeronaves brinquedo não podem sobrevoar pessoas ne voar acima de 30 metros de altura
8. Veredicto
O DJI Spark é um verdadeiro Selfie drone que vem complementar a oferta da DJI. Além de inovar pelo seu pequeno tamanho, o que o torna fácil de transportar, diferencia-se também pelo controlo por gestos, que permite simplificar na hora de meter o drone no ar. Embora não seja a escolha indicada para profissionais, este é um drone que será do agrado da maior parte das pessoas no que toca a divertimento.
O controlo pelo smartphone não é, para mim, a melhor forma de controlar um drone, sendo necessário uma curva de aprendizagem acrescida. No entanto, comprando o pack Combo Fly More já vem incluído o comando que, embora limitado pelas normas CE a 500 metros, já permite uma experiência diferente com o drone.
A nível de captação de imagem, o Spark não se rebaixa e exibe uma boa qualidade, aliada a uma boa estabilização. Traz ainda novos modos de filmagem inteligente que facilitam a captação de alguns planos diferentes.
A autonomia é de apenas 15 minutos, mas a DJI envia duas baterias de forma a alongar o tempo de voo com este drone.
O DJI Spark pode ser adquirido por cerca de 500€, enquanto o pack Combo Fly More, onde vem incluído o comando, está disponível a partir dos 700€. Por este preço, pode ter um selfie drone controlado por gestos, acompanhado de toda a tecnologia que a DJI dispõe. Para quem não se interessa pelos gestos e pode gastar mais algum dinheiro, na minha opinião, eu recomendo a escolha do Mavic Pro, por ser uma oferta muito mais completa.
O Pplware agradece à DJI a cedência do Spark para análise.
Este artigo tem mais de um ano
O ponto fraco parece ser a qualidade de imagem sem dúvida… praticamente 600 euros dá para comprar um Phantom 3 Advanced que é muito superior.
Sinceramente não acho a qualidade de gravação má. Até achei bastante aceitável. Mas para quem procura um drone “mais a sério” também recomendo um Phantom 3 Advanced (pelo preço) ou um Mavic Pro (caso a mobilidade seja importante).
Para quem procura uma coisa mais simples, esta é uma hipótese mas de que não sou totalmente fã também. Mas o facto de não ter um comando para voar também já me faz desgostar mais logo à partida 😀
E o Xiaomi Drone?
Têm vídeos gravados com ele?
A tal distância de 30 metros (“Este sistema permite ao Spark subir até aos 30 metros”) é só para quando controlamos com o telemóvel, com o comando também se mantém?
Está um vídeo na análise. Com comando a distância passa para os 500m de alcance nas normas CE
Para que serve isto ?
Se for seguida a legislação, que esta transcrita no post, facilmente se chega a conclusão que ou nao é para cumprir ou para que serve isto ?
“Não realizar fotografia ou filmagens aéreas sem contactar previamente a Autoridade Aeronáutica Nacional – Força Aérea”, devo eu cidadão comum, estar sossegado quanto a isto ?
Sabem o que eu acho sobre o brinquedo? esta legislação (vaga e incumprimento certo) destina-se a abrir caminho, como já existe em França, as autoridades ou talvez nao, monitorizar o dia a dia dos cidadãos sem prestar cavaco a ninguém, dito de outro modo o big-brother, no seu melhor.
Quem nao deve nao teme, vai ser o argumentario, eu sei a ladainha toda de cor, e os efeitos também, dai a saber o que vai resultar, perseguição e falta ou total ausência de privacidade, se gostam…usem, eu sou contra, como nao podia deixar de ser, faz-me lembrar tempos idos.